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4.3 Caracterização e Preenchimento dos Lisímetros

4.3.2 Preenchimento dos lisímetros

A fim de se manter a homogeneidade entre os lisímetros durante o preenchimento foi realizado um croqui com as alturas previstas para cada camada. Para esse cálculo, foi utilizado o peso específico do RSU compactado de 8 kN/m³. Esse croqui é apresentado na Figura 4-13 e as medidas de cada camada para cada lisímetro são explicitadas na Tabela 4-8.

Tabela 4-8 Previsão das medidas das camadas para o preenchimento

Medidas Lisímetros Média

1 2 3 4 5 6 Espessura Camada de Cobertura m 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 Espessura da camada de Brita Superior m 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 Espessura da camada de Brita Inferior m 0,25 0,23 0,24 0,21 0,19 0,19 0,22 Volume de Resíduo 3,80 3,80 3,80 3,80 3,80 3,80 3,80 Peso Específico do Resíduo Compactado kN/m³ 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 Área dos Lisímetros 2,03 1,97 2,13 2,04 1,97 2,10 2,04 Espessura da Camada

de Resíduo m 1,85 1,90 1,76 1,83 1,90 1,78 1,84

Sobra* m 0,27 0,24 0,35 0,29 0,24 0,35 0,29

*Distância do topo da camada de cobertura para a borda superior do lisímetro

As diferenças nas alturas da camada de resíduos e brita inferior são devidas as diferentes áreas dos lisímetros e diferentes profundidades. Para se manter a homogeneidade entre lisímetros, a massa de RSU depositada foi mantida constante. Após a caracterização da classe determinada, que ocorreu sempre no dia anterior ao início do preenchimento, o caminhão basculante era carregado com o resíduo que seria utilizado parta o preenchimento dos lisímetros. Para isso foram feitas composições com as classes de coletas, proporcionais ao resíduo que é coletado na cidade de Campinas, conforme apresentado na Tabela 4-5. Essas composições foram feitas através de medições volumétricas aproximadas utilizando a concha do maquinário como referência. Todos os caminhões foram pesados ao saírem do Aterro Delta A e serem encaminhados para Unicamp. Essa etapa do processo está ilustrada na Figura 4-14.

Figura 4-14 Composição do RSU para preenchimento dos lisímetros

Ao chegar à Unicamp, o caminhão basculante descarregava o RSU sobre uma lona plástica para proteger o solo local e garantir a gravimetria analisada (Figura 4-15 Figura 4-16).

Figura 4-15 Descarregamento do caminhão na área dos lisímetros

O processo de preenchimento se deu conforme o fluxograma apresentado na Figura 4-17.

Com o RSU descarregado, era então feita uma seleção, removendo os resíduos volumosos e abrindo os sacos plásticos para uma melhor homogeneização e para facilitar a compactação, ao serem depositados nos lisímetros.

Previamente ao preenchimento com RSU, foi executada a camada de drenagem inferior, com média de 20 cm espessura (esse valor varia com a profundidade e inclinação dos pisos dos lisímetros) utilizando brita nº 4. Esse trabalho foi executado com auxílio de uma retroescavadeira.

Antes de iniciar o processo de preenchimento com RSU, eram locados os tubos perfurados para drenagem vertical de gases. O tubo era fincado na camada inferior de brita no centro dos lisímetros. Para evitar a colmatação do sistema, foi feita uma “camisa” (revestimento) de cerca de 60 cm de comprimento com tubo PVC DN 200. O anel interno vazio formado pelas diferenças dos diâmetros da “camisa” (200 mm) e do dreno de gás (100 mm) foi preenchido com brita nº2, como mostrado na Figura 4-18. .

Figura 4-18 Execução do sistema de drenagem de gases

Paro o preenchimento dos lisímetros foram utilizados baldes de 20 L, os quais eram pesados individualmente em balança digital antes de serem depositados nos lisímetros. A pesagem do resíduo foi de suma importância para que se obter a mesma massa de RSU, aproximadamente, em todos os lisímetros. O controle do

Tubo coleta de gás DN 100 mm

Camisa – PVC DN 200 mm Brita nº2

preenchimento foi feito através da massa que entrava nos lisímetros com auxílio de planilha eletrônica.

Após serem pesados, os baldes (Figura 4-19) eram descarregados manualmente e individualmente nos lisímetros, para isso contou-se com apoio de andaimes.

Figura 4-19 Baldes com RSU prontos para serem pesados e depositados

Os resíduos eram depositados em camadas de 12 cm e compactados com equipamento do tipo “sapo” por empresa especializada, com o objetivo de alcançar o peso específico de projeto, 8,00 kN/m³. A espessura de 12cm foi adotada, durante o processo de preenchimento, após várias tentativas com diferentes medidas até atingir um valor mais próximo possível do peso específico de projeto, e uma boa logística do processo.

A compactação do RSU com este tipo de equipamento foi bastante difícil, devido a heterogeneidade do material a ser compactado. A compactação cessava quando o atingia a marca final estabelecida anteriormente ao início da compactação da camada, assim atingindo o peso específico de projeto (8,00 kN/m³) ou quando não

era mais possível compactar o resíduo até a marca. Então, era calculado o peso específico do RSU compactado, através da diferença das espessuras das camadas inicial (antes da compactação) e final (depois da compactação). Para os lisímetros que foram submetidos à percolação pela solução salina (L1, L2 e L3), após a compactação da camada e antes de depositar o RSU para uma nova camada, foi feita a irrigação com esta solução (Figura 4-20).

Figura 4-20 Irrigação com solução salina após compactação da camada

O processo de compactação repetiu-se até alcançar a quantidade de massa de RSU estabelecida. A quantidade de resíduo depositada nos lisímetros teve como base o primeiro lisímetro preenchido, o lisímetro nº6. No processo de preenchimento do lisímetro nº6, ao se atingir a altura máxima da camada de resíduo (prevista na Tabela 4-8), foi somada a massa total e estabelecido esse valor como base para os próximos lisímetros.

Ao alcançar a marca da metade da massa total de RSU prevista, independentemente da altura, foram instaladas as placas de recalques à meia altura (Figura 4-6) e também o termopar para monitoramento da temperatura da massa resíduo.

Após a última camada de RSU, antes da execução da camada de brita superior, foram instaladas as placas de recalques superficiais, como previsto na Figura 4-6. Feito isso, executou-se a camada superior de brita, como previsto no croqui

apresentado na Figura 4-13, com brita nº 4 e 15 cm de espessura média. Este preenchimento foi realizado manualmente com baldes de 20 L. Nos lisímetros nº1, 2 e 3, que foram submetidos a aplicação da solução salina, foram instalados os sistemas de irrigação no meio dessa camada de brita, conforme o item 4.1.1.3 e Figura 4-21.

Figura 4-21 Sistema de irrigação para aplicação da solução salina

Para execução da camada de cobertura foi feito procedimento semelhante ao da compactação do RSU. O solo era pesado, depositado em camadas 20 cm e compactado até atingir o peso específico esperado final de 18 kN/m³. Esse controle era feito com auxílio de planilha eletrônica automatizada que determinava a espessura final da camada (após compactação) para que o peso específico esperado fosse atingido. Foram utilizados dois solos, da mesma jazida, mas de diferentes horizontes. O solo 1 foi utilizado para a camada de cobertura dos lisímetros nº6 e 5, primeiros a serem preenchidos, e o solo 2 foi utilizado para a camada de cobertura dos lisímetros nº 1,2,3 e 4.