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Discordam Neutros Concordam Moda

tut.positivo 6 (10.6%) 3 (5.3%) 48 (84.1%) 7

tut.tutor 4 (7%) 9 (15.8%) 44 (77.2%) 7

tut.negativo 44 (77.1%) 9 (15.8%) 4 (7.1%) 1 Tabela 6.12: Aprovação da tutoria em 2014.1 Veja, a seguir, o que um dos entrevistados falou sobre seu tutor/monitor.

Não é sempre que temos uma pessoa que nos ajuda a resolver questões nas quais temos dúvidas. Por exemplo, o monitor traz atividades e se eu não resolver, ele explica o que eu estou errando. Nem sempre o professor tem a disponibilidade de me ajudar.

Quando questionamos aos alunos se a tutoria não tinha contribuído em nada para seu aprendizado, 77, 1% deles discordaram e 4 foram a favor dessa afirmação.

6.3

Preferência

Nesta seção, investigaremos se os alunos preferem que a disciplina de Programação I con- tinue usando o Mastery Learning ou volte a usar a abordagem tradicional. Exploraremos também a opinião deles a respeito da expansão do método para turmas de repetentes e para Programação II.

6.3.1

Continuação nos próximos períodos

Ao serem questionados sobre qual método deveria ser utilizado em Programação 1 no pró- ximo período, quase todos os entrevistados (97%) responderam que a melhor opção seria continuar com o Mastery Learning. Num total de 111 alunos, apenas 3 sugeriram que os professores deveriam voltar ao método tradicional de ensino.

Comparando as respostas de 2013.2 e 2014.1 (Figura 6.1), notamos que os estudantes do último período ficaram mais satisfeitos com a forma que o método foi implementado7. Em 2013.2, o número de entrevistados que sugeriram mudanças no método foi mais que o dobro em relação aos que estavam totalmente satisfeitos com a implementação. Já em 2014.1, essa

6.3 Preferência 71

diferença praticamente se equilibrou. Importante ressaltar que essa preferência dos alunos — em ambos os períodos — não está relacionada ao seu desempenho na disciplina8.

0% 20% 40% 60%

Tradicional Mastery Learning, sem mudanças

Mastery Learning, com mudanças

Preferência pelos métodos de ensino

Quantidade de respostas (%)

Períodos

2013.2 2014.1

Figura 6.1: Preferência pela continuação do Mastery Learning em P1

A principal crítica dos entrevistados em 2013.2 que não ficaram totalmente satisfeitos com o Mastery Learning foi a respeito da dificuldade de progredir na disciplina por causa das restrições na avaliação. Neste período, os estudantes precisavam passar em um miniteste teórico e dois práticos para conseguirem avançar de unidade. Se o aluno não conseguisse passar em uma dessas avaliações, ele ficaria para trás e teria como acompanhar o resto da turma. Um dos entrevistados declarou: “O fato de só poder fazer o miniteste prático depois de ter passado no teórico, isso pode atrasar muito às vezes”.

Lição aprendida

Os professores prejudicaram o progresso dos alunos, pois criaram um critério de domínio muito rígido em 2013.2 e, principalmente, não ofereceram oportunidades para que os atrasados pudessem voltar ao ritmo.

8Não há uma diferença significativa (p-valor > 0, 05) entre as respostas e o desempenho dos alunos na disciplina.

6.3 Preferência 72

Em 2014.1, os estudantes que sugeriram mudanças no Mastery Learning criticaram 3 aspectos em sua implementação: (a) a falta de personalização do ensino; (b) o atraso no feedback; e (c) o tempo disponível para avaliação.

(a) No período de 2014.1, os professores deixaram de personalizar o ensino para os alunos que estavam em unidades diferentes e voltaram a ensinar os mesmos conteúdos para toda a classe. Vários entrevistados reclamaram que assistiram aulas sobre conteúdos avançados enquanto ainda estavam presos em unidades anteriores. Um deles disse: “[o método] dificulta para alunos que aprendem em um ritmo muito lento, pois [eles] têm que entender conteúdos novos sem terem entendido os anteriores”. Outro entrevistado alertou: “Quem deixa de acompanhar a disciplina, mesmo que por pouco [tempo], acaba se perdendo no meio do caminho e torna-se difícil retornar ao ritmo da turma, tendendo muito facilmente à reprovação.”

(b) Outra crítica bastante recorrente foi a respeito do atraso na correção e feedback sobre os minitestes. Um entrevistado explicou bem a situação: “[A] demora na correção de alguns minitestes de certa forma anula o benefício de haver avaliações semanais, tendo em vista que se não tenho meu miniteste corrigido antes de fazer o próximo, não estarei completamente ciente do meu atual desempenho.”

(c) Alguns alunos reclamaram que o tempo para realização dos minitestes era curto para unidades mais avançadas, onde eles tinham que resolver questões mais complexas. Um dos entrevistados sugeriu que “o tempo dos minitestes deveria ser menor nas primeiras unidades e progredir com o avançar delas!”.

Lição aprendida

A volta das aulas tradicionais em 2014.1 acabou atrapalhando os alunos que ficavam para trás. Eles precisavam assistir aulas dos próximos conteúdos, enquanto ainda estavam se focando e sendo avaliados em unidades anteriores.

6.3.2

Continuação após reprovação

Nós exploramos a opinião dos estudantes sobre continuar utilizando o Mastery Learning caso fossem reprovados. A maioria deles (87%) afirmou que, se não fossem aprovados,

6.3 Preferência 73

preferiria continuar em uma turma que seguisse a dinâmica do Mastery Learning. Apenas 14/111 alunos (13%) quiseram cursar uma disciplina que se baseasse no método tradicional. Veja na Figura 6.2 a preferência dos alunos em cada período.

0% 25% 50% 75%

Tradicional Mastery Learning

Preferência pelos métodos de ensino

Quantidade de respostas (%)

Períodos

2013.2 2014.1

Figura 6.2: Preferência pela continuação do Mastery Learning em turmas de alunos que reprovaram

Ao analisarmos as respostas por período, constatamos que entre 2013.2 e 2014.1, houve um aumento na quantidade de alunos satisfeitos com o Mastery Learning 1. Em 2013.2,

o número de entrevistados que apoiaram o método foi 4 vezes maior que os interessados no método tradicional. Já em 2014.1, essa diferença aumentou para 18 vezes. Além disso, em 2013.2, os sujeitos que escolheram o método tradicional geralmente apresentaram baixo desempenho na disciplina; já em 2014.1, não houve uma relação entre o desempenho e a preferência dos entrevistados2.

6.3.3

Expansão para outra disciplina

Investigamos a opinião dos estudantes em relação à expansão do Mastery Learning para Programação II (P2). A maioria (86%) se mostrou positiva para essa mudança e apenas

6.3 Preferência 74

15/111 alunos (14%) foram contra.

0% 25% 50% 75%

Não Sim

Expansão do Mastery Learning para P2

Quantidade de respostas (%)

Períodos

2013.2 2014.1

Figura 6.3: Preferência pela expansão do Mastery Learning para P2

Seguindo a tendência das seções 6.3.1 e 6.3.2, os resultados da Figura 6.3 mostram que os entrevistados em 2014.1 foram mais favoráveis à adoção do Mastery Learning em relação àqueles de 2013.21, embora a diferença tenha sido mais equilibrada. Em 2013.2, havia 4

vezes mais alunos que apoiavam a mudança em relação aos que eram contra. Em 2014.1, essa diferença passou a ser de 13 vezes. Os entrevistados em 2013.2 que apresentaram baixo desempenho tenderam a preferir o ensino tradicional, enquanto aqueles com desempenho maior geralmente optaram pelo Mastery Learning. Em 2014.1, não houve relação entre o desempenho dos alunos e sua preferência pelos métodos2.

Ao serem questionados sobre a preferência pela expansão do Mastery Learning para P2, os estudantes que foram contra não explicaram sua opinião, já aqueles que foram favorá- veis à mudança justificaram que o método possui uma avaliação contínua, que os ajuda a acompanhar melhor sua evolução na disciplina, permitindo que eles se policiem a continuar estudando. Um dos alunos disse o seguinte:

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