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“Prejuízo da Função Executiva em Pacientes com Esquizofrenia”

Fundamentação Teórica

Está provado que os doentes com esquizofrenia apresentam um conjunto variado de défices cognitivos, geralmente de natureza moderada a grave, que se manifestam em piores desempenhos em testes neuropsicológicos (Grant & Adams, 2009).

A memória, a atenção, as competências psicomotoras, a inteligência e a função executiva são as funções cognitivas mais alteradas na esquizofrenia, variando em grau e extensão (Marques-Teixeira, 2005). Estes défices são precipitadores tanto dos sintomas positivos, como dos negativos (Crow et al, 2005), persistindo após a remissão da

sintomatologia psicótica (Strauss, 1993) e mantendo-se estáveis ao longo da vida, apesar de nalguns casos haver uma deterioração progressiva após os 65 anos (Friedman et al, 2001).

A função executiva envolve a planificação, organização e execução de

comportamentos direcionados para um objectivo; a autoconsciência e o autocontrolo do comportamento; a flexibilidade à mudança; a persistência numa determinada tarefa apesar da distração; e a resolução de problemas. No entanto, a função executiva é um construto multidimensional, não sendo consensual quais as funções cognitivas que são executivas; as capacidades de planeamento de comportamentos complexos direcionados para um

objectivo e de ajuste do comportamento às condições sociais, são reconhecidas pela maioria dos autores como pertencendo às funções executivas (Marques-Teixeira, 2005).

A avaliação dos défices cognitivos presentes na esquizofrenia é de uma importância crucial para o planeamento das intervenções, visto que a gravidade dos mesmos está

associada ao comprometimento das capacidades de funcionamento diário destes pacientes (Grant & Adams, 2009). Particularmente, as funções executivas estão associadas às competências do dia-a-dia ao permitirem a planificação, o uso flexível de estratégias, o controlo de impulsos e a procura organizada em comportamentos orientados para o futuro (Welsch, et al, 1991; Welsch, 2002, cit por Marques-Teixeira, 2005). A função executiva

tem sido ainda associada à regulação emocional (Slattery et al., 2001). Existe também evidência de que o desempenho social e ocupacional de doentes com esquizofrenia está mais correlacionado com a função executiva do que com a gravidade da sintomatologia psicótica (Jaeger & Douglas, 1992, cit por Marques-Teixeira, 2005).

Objectivo do Estudo

Pretende-se com este estudo avaliar a função executiva em pacientes com esquizofrenia e perceber em que medida esta é afectada com a idade, início da doença, grau de instrução, profissão, consumo de substâncias e medicação.

Material e Métodos

A informação referente às variáveis sociodemográficas serão recolhidas via consulta dos processos. As variáveis de saúde mental (controle) serão avaliadas com a aplicação dos testes Brief Symptom Inventory (BSI) e Montreal Cognitive Assessment (MoCA). E as funções executivas serão avaliadas mediante a aplicação dos testes Trail Making Test (TMT), Stroop, Wisconsin Card Sorting Test (WCST), WAIS-III (apenas os subtestes Completamento de Figuras e Semelhanças) e Toulouse-Piéron. É de salientar que todos estes testes estão incluídos na Bateria de Avaliação Cognitiva Estandardizada Conde Ferreira.

Participantes

Uma amostra de voluntários, constituída por, pelo menos, 30 pacientes do sexo masculino com diagnóstico de esquizofrenia segundo o DSM-V (APA, 2013), depois da obtenção de consentimento informado e aprovação prévia do clínico responsável por cada paciente.

Confidencialidade

Todas as informações recolhidas estão sujeitas a total confidencialidade, sendo apenas utilizadas para a presente investigação.

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Bibliografia

American Psychiatric Association (APA, 2013). DSM-V. Climepsi Editores.

Crow, TJ, Done, DJ & Sacker, A (1995). Childhood precursors of psychosis as clues to its evolutionary origins. European Archives of Psychiatry and Clinical Neuroscience, 245 (2), pp 61-69.

Friedman, JI, Harvey, PD, Coleman, T, Moriarty, PJ, Bowie, C, Parrella, M, White, L, Adler, D & Davis, KL (2001). Sixyear follow-up study of cognitive and functional status across the lifespan in schizophrenia: a comparison with Alzheimer's disease and normal aging. Am J Psychiatry, 158 (9), 1441-1448.

Grant, I. & Adams, K. (2009). Neuropsychological Assessment of Neuropsychiatric and Neuromedical Disorders. Oxford University Press.

Marques-Teixeira, J. (2005). Manual de Avaliação da Disfunção Cognitiva na Esquizofrenia. Linda-a-Velha: Vale & Vale Editores, Lda.

Slattery, M, Garvey, M & Swedo S (2001). Frontal-subcortical circuits: a functional developmental approach. Frontal-subcortical circuits in psychiatry and neurological disorders. D. Lichter and J. Cummings. New York, Guilford.

Strauss, ME (1993). Relations of symptoms to cognitive deficits in schizophrenia. Schizophr Bull, 19 (2), 215-231.

CONSENTIMENTO INFORMADO,LIVRE E ESCLARECIDO PARA PARTICIPAÇÃO EM INVESTIGAÇÃO

No âmbito do Mestrado em Psicologia e Reabilitação Neuropsicológica da Universidade de Aveiro, Rafaela Luz, está a realizar um estudo no Centro Hospitalar Conde Ferreira intitulado “Prejuízo da Função Executiva em Pacientes com Esquizofrenia”.

Objetivo da investigação

Pretende-se com este estudo avaliar a função executiva (capacidade para se autorregular) em sujeitos com esquizofrenia. Esta é de uma importância crucial para o planeamento das intervenções, visto que a sua disfunção está associada ao comprometimento das capacidades de funcionamento diário destes sujeitos, refletindo-se no seu desempenho social e ocupacional.

Procedimentos

A informação sociodemográfica (ex.: idade, estado civil, etc.) será recolhida via consulta dos processos. O participante terá de responder a alguns testes de avaliação neuropsicológica com uma duração aproximada de 1h30, a realizar em uma ou duas sessões a combinar com o mesmo. Os dados são anónimos e confidenciais.

Riscos/Custos para o participante

O estudo não apresenta qualquer risco para o participante, nem existe qualquer custo pela sua participação.

Confidencialidade

A informação fornecida ou quaisquer dados recolhidos serão mantidos em confidencialidade e não serão associados a qualquer informação pessoal do participante. Serão apenas utilizados para efeitos da presente investigação.

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Natureza voluntária da participação

A participação nesta investigação é voluntária. Mesmo concordando em participar, poderá abandonar a investigação a qualquer momento, sem qualquer penalização, devendo para o efeito comunicá-lo ao investigador.

Informação de contacto

Caso tenha alguma questão quanto a esta experiência deverá contactar a investigadora responsável pela mesma, Rafaela Luz, através do e-mail rafaelaluz@ua.pt.

FOI-ME DADA A OPORTUNIDADE DE LEITURA DESTE CONSENTIMENTO INFORMADO E FOI-ME EXPLICADO O PROCEDIMENTO DA INVESTIGAÇÃO.FOI-ME DADA PERMISSÃO PARA COLOCAR QUESTÕES ACERCA DA INVESTIGAÇÃO E ESSAS QUESTÕES FORAM-ME EXPLICADAS. ACEITO PARTICIPAR NO PROJETO ACIMA DESCRITO.

_________________________________________ Data ___ / ___ / _____ Nome e Assinatura do participante

_________________________________________ Data ___ / ___ / _____ A investigadora

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