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Premissas para implantar a Gestão da Inovação

No documento Gestão da inovação (páginas 101-104)

Para obter êxito na implantação da Gestão da Inovação, é preciso que a empresa respeite algumas premissas antes de efetivamente dar início à implantação. Essas premissas envolvem o empresário e sua equipe de líderes (grupo gestor), além dos colaboradores de ou- tros níveis, abrangendo também cuidados vinculados à infraestrutu- ra da empresa, viabilidade econômica, entre outros.

De início, o grupo gestor deve assumir a liderança para a inovação, comprometendo-se explicitamente com o processo de inovação tanto no discurso quanto nas ações e tendo em vista que a inovação precisa estar inserida na visão e missão da empresa, pois tem um importante papel para a competitividade, lucro e sucesso da organização.

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O empresário deve compartilhar sua visão da inovação com os colaboradores, tornando-os cientes da meta a ser atingida e da estratégia para alcançar os objetivos. Além disso, todos devem saber qual será sua contribuição para a empresa inovadora.

Esse grupo gestor principal deve mostrar exemplos (reportagens, filmes, etc.)3 de estratégias de empresas inovadoras e dos resultados

por elas alcançados, discutir e refletir sobre essas estratégias com todos os seus líderes internos para, em seguida, compará-las com

3 Além de ler bastante, os gestores podem ainda manter-se informados participando de mailing lists de organizações que tratam dos temas de interesse da empresa.

diagnósticos sobre a percepção dos colaboradores. Por meio desse diálogo constante, o empresário perceberá o “clima da inovação” na empresa.

Gerentes de áreas e produtos já consolidados, tradicionais na empresa, podem oferecer resis- tência à implantação de um processo de Gestão da Inovação sistemático e contínuo. A empresa deve se preparar para gerenciar reações que possam advir do marketing, da produção, das vendas, da gestão de pessoas, da TI e do setor de finanças (GOVINDARAJAN; TRIMBLE, 2010).

Atenção

Nesse processo de troca de ideias e análise, um importante ponto a ser observado é o equilíbrio entre a criatividade e a parte comer- cial. Ou seja, a criatividade precisa ser estimulada, mas sem perder de vista a necessidade das vendas, pois sem esta não haverá recursos nem para dar vazão à criatividade, nem para a inovação na empresa. É necessário considerar que a inovação deve ser encarada como investimento. Portanto, parte do faturamento, mesmo que mínima, precisa ser reservada para gerar produtos e serviços inovadores a fim de garantir a sobrevivência da empresa em longo prazo.

O grupo gestor também deve se preocupar com uma estrutura organizacional que facilite e estimule a comunicação, ou seja, a tro- ca de informações e conhecimento, uma vez que as informações, quando tratadas adequadamente, tornam-se conhecimento e este, quando devidamente utilizado, transforma-se em inovação de pro- dutos e processos.

Para incentivar a troca de ideias, pode-se, por exemplo, mudar diariamente o local do cafezinho, onde os colaboradores costumam bater-papo. Já a comunicação interna pode ser melhorada identifi- cando-se alternativas, além das tradicionais, para os colaboradores se contatarem – com esse fim o Messenger e o Facebook são ferra- mentas que também contribuem para a geração de inovações.

Nascentes do saber: criando e susten- tando as fontes de inovação, de Do- rothy Leonard-Barton, publicado pela editora da FGV em 1998.

O livro resulta da pesquisa da autora feita em diversas empresas america- nas. Dorothy Leonard-Barton apresen- ta as atividades essenciais para a criação de um ambiente favorável à criatividade e inovação.

Indicação de leitura

Além de as formas de comunicação serem aperfeiçoadas, os co- laboradores devem ser permanentemente capacitados – colabora- dor capacitado inova mais.

Nesse contexto, a identificação de indivíduos-chave auxilia a dis- seminação dos conceitos e das práticas de inovação pela empresa, muitas vezes por meio de demonstrações (mostrar o que dá certo e os resultados). Normalmente, esses indivíduos apresentam os exem- plos de sucesso (por meio de palestras, workshops internos) e colo- cam em prática o que observaram.

A empresa pode ainda investir em cursos via web e na disponi- bilização de livros, sites e materiais de apoio sobre o tema “inova- ção”, como o Manual de inovação do Movimento Brasil Competitivo (MATTOS et al., 2008), pois isso ajuda a estabelecer uma empatia maior entre o tema e os colaboradores.

Também é importante reservar um espaço físico para a reali- zação de atividades e disponibilizar elementos lúdicos, como, por exemplo, calendário sem mês e ano, cubo com ideias inscritas em cada uma das faces, etc. Ao desenvolverem essas atividades, além de estimular a criatividade, os colaboradores exercitam a percepção da importância dos clientes externo e interno para a empresa.

O trabalho em equipe é um fator importante para a capacitação dos indivíduos e aprimoramento cria- tivo. Por isso, pode ser exercitado antes mesmo de ser efetivamente colocado em prática. A empresa pode propor pequenos experimentos e desafios para a equipe perceber que o resultado do traba- lho conjunto é incontestavelmente melhor do que o de um indivíduo atuando de forma isolada.

Observação

Contudo, é preciso considerar que apenas ser criativo e ter um ou outro insight momentâneo não garantem a implementação de produto ou serviço inovador. É preciso ser criativo e ter ideias ao longo do tempo, de forma contínua e sistemática, e explorá-las na medida em que for necessário.

Para tanto, além de conhecer bem seu mercado, assim diminuin- do os riscos de uma inovação malsucedida, a empresa pode, ini- cialmente, focar na inovação incremental, o que a ajudará a ganhar confiança, ou ainda iniciar pela melhoria contínua, aplicando os prin- cípios advindos da área da qualidade. Essa, por sinal, é uma escolha importante para a implantação da Gestão da Inovação.

Seja qual for a opção da empresa, além das premissas apresen- tadas, é necessário sistematizar e gerenciar o processo de Gestão da Inovação, e para isso o autodiagnóstico é o primeiro passo.

No documento Gestão da inovação (páginas 101-104)