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baseiam-se principalmente em novas estratégias para realizar decomposições em fornos de microondas, análise direta de sólidos e de suspensões e decomposição on-line de amostras (DE OLIVEIRA, 2003).

As novas estratégias para realizar decomposições em fornos de microondas utilizam mini frascos fechados de polipropileno, que são inseridos dentro dos frascos de microondas visando obter as seguintes vantagens:

a) etapas de descontaminação prévia e limpeza posterior dos frascos são desnecessárias,

b) baixo custo,

c) rápida transferência de calor,

d) possibilidade de decompor um maior número de amostras simultaneamente,

e) possibilidade de pesagem de amostras viscosas, f) mínima manipulação da amostra e,

e) poucos resíduos gerados.

As dificuldades normalmente encontradas são:

a) decomposição incompleta em alguns casos, b) erros devido a pesagem,

c) erros devido a heterogeneidade da amostra, d) tempo de decomposição inadequado e,

e) dificuldade de comparação com os materiais de referência padrão, devido as pequenas massas empregadas.

Observa-se por alguns exemplos de trabalhos encontrados na literatura que esse tipo de estratégia tem sido aplicada aos mais diversos tipos de amostras e analitos, usando-se tanto fornos de microondas convencionais como com radiação focalizada (ARAÚJO; NOGUEIRA; NÓBREGA, 2000; BRANCALION; ARRUDA, 2005; FLORES et al., 2001; OLIVEIRA et al., 1998).

Outra estratégia alternativa consta de métodos que empregam análise direta de sólidos e de suspensões. Na amostragem direta de sólidos o processo de dissolução da amostra é evitado, o que leva a uma diminuição da

quantidade de reagentes caros e de alta periculosidade usados, diminuição dos erros associados a contaminação, volatilização de analitos e diluição da amostra, maior rapidez nas análises e simplificação das operações prévias. Porém, apresenta dificuldades como a heterogeneidade da amostra, pesagem de massas diminutas e representativas a cada amostragem, disponibilidade de padrões de calibração de composição similar à amostra, dificuldade na introdução da amostra sólida no atomizador, aumento do efeito de interferência quando comparada à introdução de soluções, diminuição da precisão das análises, menor efetividade de modificadores químicos empregados, impossibilidade de produzir um branco analítico verdadeiro, dificuldades na diluição das amostras, entre outros (BERGLUND; BAXTER, 1995; LOMBARDI, 2001; JACKSON, 1999). A amostragem direta de sólidos empregando-se a técnica de espectrometria de absorção atômica eletrotérmica (ETAAS) tem sido aplicada para a determinação de elementos traço e ultra-traço em diversos tipos de amostras (BENDICHO; DE LOSS- VOLLEBREGT, 1991; BERGLUND; BAXTER, 1995; SILVA et al., 2002). Uma pequena massa da amostra é pesada diretamente dentro de uma plataforma tipo barqueta em uma micro balança, sendo posteriormente inserida dentro do forno com o auxílio de um amostrador manual ou automático. Dessa forma, nenhum pré-tratamento da amostra é realizado; apenas pequenas quantidades de modificador químico adequado são adicionadas às amostras para minimizar efeitos de matriz.

A análise de suspensões combina as facilidades da introdução de solução e aspectos da amostragem direta de sólidos (HALICZ; BRENNER, 1986). Tipicamente, um volume conhecido de líquido (usualmente água ou solução ácida diluída) é adicionado a uma massa conhecida da amostra finamente moída. Uma suspensão uniforme é então obtida por agitação

manual, magnética, por efeito vortex ou via sonda ultra-sônica. A calibração é feita usando-se soluções de referência preparadas em meio aquoso, sempre que possível. O preparo de suspensões mais estáveis pode ser feito com a adição de agentes estabilizantes (mais viscosos), como por exemplo, Triton X-100, Viscalex, glicerol, trietanolamina, entre outros. De acordo com a literatura o fator mais crítico no preparo de suspensões está no tamanho das partículas da amostra, que deve ser a menor possível. Logo, uma moagem eficiente da amostra antes do preparo das suspensões é primordial (LOMBARDI, 2001).

Vários trabalhos podem ser encontrados na literatura que empregam as técnicas FAAS, ICP-OES e GFAAS na introdução de amostras na forma de suspensões dentro do atomizador (ANTHEMIDIS; PLIATSIKA, 2005; CARRIÓN et al., 1987; FULLER; HUTTON; PRESTON, 1981; MIERZWA et al., 1998). Segundo Jackson (1999) a técnica GFAAS é inerentemente mais adequada para a análise de sólidos quando comparada com as técnicas FAAS e ICP-OES. Os problemas encontrados quando se usam as técnicas FAAS e ICP-OES são parecidos, e estão associados principalmente a baixa eficiência no transporte e na atomização da amostra, o que leva a erros sistemáticos, ao menos que seja feita uma compatibilização com padrões que contenham a mesma natureza das amostras. Evidentemente, esses problemas podem ser minimizados na técnica ICP-OES, uma vez que nebulizadores específicos para a introdução de suspensões podem ser utilizados e o plasma fornece uma energia maior que a chama, aumentando assim a eficiência no transporte e na atomização da amostra, respectivamente.

Outras dificuldades intrínsecas a análise de suspensões, mesmo quando se emprega a técnica GFAAS são as pequenas faixas de trabalho permitidas (máximo 10% m/v), aumento nos sinais de fundo, diminuição na

precisão dos resultados e diminuição do tempo de vida útil do tubo de grafite. Algumas estratégicas para minimizar/eliminar esses problemas constam do uso de pirólise assistida com ar/O2 (EBDON; PARRY, 1988), uso de pirólise assistida com modificadores oxidantes (VIÑAS et al., 1995), construção de curvas de temperaturas de pirólise e atomização também em suspensões (ARRUDA; GALLEGO, VALCÁRCEL, 1994), emprego de corretores de fundo mais eficientes (corretores de fundo por efeito Zeeman) e emprego de modificadores permanentes para aumentar o tempo de vida útil do tubo (FLORES, PÉREZ; ARRUDA, 2005).

Vários trabalhos também têm sido encontrados na literatura descrevendo procedimentos que empregam decomposição on-line (total ou parcial) nos mais diversos tipos de amostras. Normalmente, esses procedimentos associam as vantagens da análise por injeção em fluxo (FIA) com as encontradas na dissolução de amostras em fornos de microondas (ALMEIDA et al., 1997). As vantagens dessa associação são:

a) maior automação do processo e, conseqüentemente, maior rapidez nas análises e menores riscos de contaminação,

b) menores quantidades de amostras e reagentes são requeridas (menor contaminação, menor custo),

c) possibilidade de acoplamento com várias técnicas e instrumentação. Em 1998, Burguera e Burguera publicaram um trabalho de revisão de preparo de amostras assistidas por microondas usando-se sistemas em fluxo. Adicionalmente, outras publicações podem ser encontradas na literatura (ALMEIDA et al., 1997; NEIRA; REYES; NÓBREGA, 2000; OLIVEIRA; SARTINI; ZAGATTO, 2000; PEREIRA-FILHO; ARRUDA, 1999).

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