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Prescrição e Decadência Vícios Redibitórios Evicção

72 1.6.1.3. Questões do TRF3

1.6.1.4. Questões do TRF4

1.6.1.5. Questões do TRF5 TRF5 – 2012

01) Uma das clássicas teorias de prescrição e decadência é a do Agnelo Amorin Filho? Em que consiste essa teoria e ela é compatível com o CC/02?

Resposta:

A teoria de Agnelo Amorim é a mais difundida no direito brasileiro sobre prescrição e decadência.

Para construir a referida teoria, o professor paraibano associou a prescrição às ações

condenatórias, ou seja, àquelas ações relacionadas com direitos subjetivos, próprio das

pretensões pessoais. Assim, a prescrição mantém relação com deveres, obrigações e com a responsabilidade decorrente da inobservância das regras ditadas pelas partes ou pela ordem jurídica.

Por outro lado, a decadência está associada a direitos potestativos e às ações consti-

tutivas, sejam elas positivas ou negativas. As ações anulatórias de atos e negócios

jurídicos, logicamente, têm essa última natureza. A decadência, portanto, tem relação com um estado de sujeição, próprio dos direitos potestativos. Didaticamente, é certo que o direito potestativo, por se contrapor a um estado de sujeição, é aquele que encurrala a outra parte, que não tem saída.

Por fim, as ações meramente declaratórias, como aquelas que buscam a nulidade absolu- ta de um negócio, são imprescritíveis, ou melhor, não estão sujeitas à prescrição ou à decadência. A imprescritibilidade dessa ação específica está também justificada porque a nulidade absoluta envolve ordem pública.

O critério distintivo proposto pelo professor Agnelo Amorim é o utilizado no Código Civil de 2002.

02) Trate sobre a distinção entre prescrição e decadência.

Resposta:

Há várias distinções:

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- os prazos prescricionais somente podem ser estabelecidos por lei, ao passo que os pra- zos de decadência podem ser estabelecidos pela lei ou por convenção entre as partes; - a prescrição pode ser renunciada após a sua consumação, enquanto a decadência legal não pode ser renunciada, em qualquer hipótese (a convencional pode ser renunciada após a consumação, tal qual a prescrição);

- a prescrição não corre contra determinadas pessoas, enquanto a decadência corre con- tra todas as pessoas, exceto os absolutamente incapazes;

- a prescrição está sujeita a casos de impedimento, suspenso ou interrupção; já a deca- dência não pode ser impedida, suspensa ou interrompida, regra geral, com exceção de regras específicas;

- a prescrição está relacionada a direitos subjetivos e atinge ações condenatórias, en- quanto a decadência está relacionada a direitos potestativos, atingindo ações constituti- vas positivas e negativas;

- o prazo geral de prescrição é de 10 anos e não há um prazo geral de decadência (embo- ra haja um prazo geral para anular negócio jurídico, que é de 2 anos, contados de sua celebração);

- os prazos especiais de prescrição são de 1, 2, 3, 4 e 5 anos, enquanto os prazos especi- ais de decadência são fixados em dias, meses, ano e dia e ano (1 a 5 anos), todos previs- tos nos arts. 205 e 206 do Código Civil.

03) A teoria de Câmera Leal distingue a prescrição e decadência com base na origem das a- ções. Esse critério ainda está vigente a luz do CC/02?

Resposta:

A doutrina de Câmara Leal distingue a prescrição da decadência com base na origem das ações. Por ela, a prescrição supõe uma ação cuja origem é distinta da origem do direito, tendo, por isto, um nascimento posterior ao nascimento do direito. Por sua vez, a decadência supõe uma ação, cuja origem é idêntica à origem do direito, sendo, por isso, simultâneo o nascimento de ambas.

Até a promulgação do Código Civil de 2002 o critério era utilizado no direito brasileiro. O novo código, no entanto, não adotou tal critério. O critério adotado atualmente é o de Agnelo Amorim.

04) Existe alguma causa que impede a fluência de prescrição que não está previsto expressa- mente na lei, mas que decorre do princípio da equidade?

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Resposta:

Sim. Por questão de equidade, a prescrição não corre nos casos em que o titular da pre- tensão está materialmente impossibilitado de agir, como, por exemplo, é o caso de um comerciante que tem seu estabelecimento interditado e, sem poder acessá-lo, não pode acessar também documentos para propor uma ação atacando a interdição.

05) O juiz pode de ofício decretar a prescrição e decadência?

Resposta:

Tanto a prescrição quanto a decadência podem ser decretadas de ofício pelo juiz. No caso da decadência, no entanto, somente a decadência legal pode ser reconhecida de ofício. A convencional sempre dependerá de requerimento da parte.

Considerando que a prescrição pode ser renunciada pelo devedor após decorrido seu prazo,, para compatibilizar tal possibilidade com a decretação de ofício pelo magistrado, é prudente que ele escute antes o devedor, para que a ele seja oportunizada a renúncia, caso assim queira.

06) Discorra como prescrição como meio de prova.

Resposta:

ATENÇÃO! NÃO CONSEGUI, DE JEITO NENHUM, ENTENDER A PERGUNTA. PENSEI QUE PODERIA SER DO TIPO DISCORRA SOBRE A PRESCRIÇÃO COMO MEIO DE PROVA E, ANALISANDO SOB ESSA PERSPECTIVA, APRESENTO A SEGUINTE RESPOSTA:

A prescrição, em geral, não é meio de prova. Os meios de prova são os elementos con- siderados pelo juiz para formar a sua convicção. São, em geral, perícias, documentos, etc.

A única forma que me ocorre de se ver a prescrição como um meio de prova é no caso da prescrição aquisitiva (usucapião). A demonstração da perda da pretensão do titular da propriedade de reavê-la para si implica na prova de que outrem adquiriu tal propriedade. Neste caso, a prescrição atua de forma peculiar, tanto criando um direito em si quanto servindo de prova de que outrem perdeu um direito que tinha antes (o direito de propri- edade).

75 1.7. Direito Empresarial

1.7.1. Direito Comercial. Direito Empresarial.