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5.2.7.4 Anova H’ FUN N e H’ FUN P

2- PRESSUPOSTOS TEÓRICOS/ FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Vários trabalhos relacionam regiões costeiras como áreas estuarinas e de Baías com a ocorrência do camarão-branco o que confirma o esforço no aumento nas contribuições do conhecimento dos aspectos biológicos, principalmente aqueles relacionados à reprodução e ao

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crescimento e os ecológicos das populações de camarão-branco (Azevedo et al., 2014). Para a Baía de Santos verificou-se que a reprodução se dá em determinada época do ano, onde em fevereiro se dá o recrutamento quando só nesse mês as classes etárias coexistem (Santos et al., 2007)

Assim a pesca se dá sempre sobre uma única classe etária, exceto em fevereiro (Neiva, 1963). A pesca dirigida, exclusivamente, para esta espécie não existe e a captura é feita em barcos comerciais que procuram o camarão sete-barbas e peixes, operando em águas costeiras durante o dia entre o estado do Rio de Janeiro e Santa Catarina (Iwai, 1973).

Santos e Freitas (2004) no estudo dos camarões marinhos capturados com arrastão de praia e arrasto motorizado ao largo de Pitimbu (PB) coletaram 3.735 indivíduos pertencentes às espécies camarão branco Litopenaeus schmitti, camarão rosa Farfantepenaeus subtilis e Xiphopenaeus kroyeri. De acordo com Coelho e Santos (1995) e Santos e Coelho (1995), em estudo sobre o banco de camarões explotado pela pesca artesanal no Estado de Pernambuco, as espécies Farfantepenaeus subtilis e Litopenaeus schmitti apresentam importância econômica, devido ao grande tamanho.

Neiva (1963) que analisou a população de camarão-branco Litopenaeus schmitti capturada pela frota pesqueira comercial que atuava na Baía de Santos. Neiva et al. (1971) também desvendaram o seu ciclo biológico, no complexo estuarino de Santos- São Vicente.

Abreu (1980) num trabalho pioneiro, descreve a distribuição e ecologia dos decápodes na área estuarina de Ubatuba. Num estudo para a elaboração de uma chave de identificação dos camarões Dendrobranchiata do litoral norte do Estado de São Paulo Costa et al. (2003) registraram a ocorrência do camarão-branco na região. Estudos mais recentes direcionados a Litopenaeus schmitti tratam, em sua maioria, de aspectos de aquicultura e de biologia molecular (Lemos et al., 2002; Maggioni et al., 2003; Barracco et al., 2005; Jaime-Ceballos et al., 2006; Pérez-Jar et al., 2006).

Quanto à carcinofauna capturada pela pesca dirigida ao camarão-sete-barbas, na Praia do Perequê, Município do Guarujá, Severino-Rodrigues et al. (2002) observaram que são capturadas várias espécies de camarões, dentre elas o camarão argentino Artemesia longinaris e o camarão branco.

A carência de informações sobre diferentes recursos pesqueiros existentes na Baixada Santista, dentre eles o Litopenaeus schmitti, contrasta com a importância socioeconômica da atividade pesqueira, pois com base em conhecimento empírico, pode-se estimar em mais de 10 mil pessoas que vivem direta ou indiretamente da pesca artesanal nessa região, onde há 2731 pescadores cadastrados, distribuídos em 17 comunidades, muitas do interior do estuário, ou que recebem sua influência direta, também suscetível ao problema da poluição e da atualmente crônica falta de pescado (Gefe et al., 2004). Assim como a pesca para camarão-branco não possui um direcionamento específico (Iwai, 1973) podemos considerar também que algumas características ainda pouco conhecidas da captura

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de outros camarões podem ser semelhantes à do camarão-branco, fazendo-se necessário um maior direcionamento da pesquisa sobre essa espécie.

Quintana (2008) afirma que componentes da macrofauna assumem papel importante na dinâmica trófica, iniciando-se por microrganismos do fitoplâncton, microfitobentos até a macrofauna marinha. Sendo assim, o conhecimento da distribuição das associações macrobênticas é de grande relevância em regiões estuarinas, além de ter grande importância para o estudo potencial econômico costeiro e viabilizar a implantação de projetos de aquicultura, portos, píeres e marinas (Lana, 1986).

Espécies bentônicas como os crustáceos dependem da concentração da matéria orgânica tem preferência por tipos sedimentares, em função da habilidade das mesmas explorar recursos alimentares em condições ambientais contrastantes, ou seja, recém-depositados e/ou em suspensão (Quintana, 2008). Contudo as relações de interdependência podem ser influenciadas em diferentes escalas devido aos fatores ambientais.

Zonas costeiras são áreas onde há o encontro e a interação da costa com o mar. A faixa costeira varia dependendo da natureza do meio ambiente local e das interações entre os processos dinâmicos dos oceanos com a costa terrestre (EEA, 1999). As zonas costeiras ocupam menos de 15% da superfície da Terra. Entretanto, são habitadas por mais de 60% da população mundial. Com esta tendência, mais de 75% da população mundial residirá em zonas costeiras por volta de 2025 (EEA, 1999). A zona costeira brasileira compreende uma faixa de aproximadamente 7,4 mil km de extensão e compõe um conjunto de ecossistemas contíguos sobre uma área de aproximadamente 440 mil km". A enorme extensão da costa marítima brasileira propicia grandes potenciais naturais, turísticos, econômicos e comerciais voltados para o mar. (CETESB, 2007)

Os organismos bentônicos como os crustáceos ficam expostos a sedimentos contaminados e assim podem ter algumas de suas funções biológicas alteradas ou comprometidas. Consequentemente, estes contaminantes uma vez incorporados pelos organismos bentônicos podem atingir toda a cadeia trófica do ecossistema, afetando não somente a biota em contato direto com os sedimentos (Choueri, 2008).

Desta forma as condições dos ambientes costeiros tendem a influenciar no eco fisionomia das populações aquáticas. Os crustáceos se enquadram nesse grupo principalmente por comporem a maioria dos organismos bentônicos e, portanto, interagirem mais com o fundo.

Ressalta-se ainda a baixa motilidade dos crustáceos, que por esse motivo ficam sujeitos a maior exposição dos compostos presentes no fundo (sedimentos) e coluna d´água. Todavia essas interações estão bem descritas (Choueri, 2008; Quintana, 2008) o que a seguir tornam necessários trabalhos que possam relacionar a estrutura da comunidade de crustáceos em ambientes impactados como da Baía de Santos.

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Dias-Neto (2010) afirma que é muito provável que o futuro da gestão do uso dos recursos pesqueiros no Brasil seja um dos mais conturbados ao nível mundial e com potencial de sérios riscos negativos para o meio ambiente e para a sustentabilidade do uso dos recursos que suportam as principais pescarias do país.

3- OBJETIVOS

O presente estudo tem como objetivo:

• Caracterizar os aspectos estruturais e funcionais da comunidade de crustáceos (Decapoda) na Baía de Santos-SP, através de descritores de composição, abundância e diversidade do local com base nas possíveis variações sazonais e espaciais.

• Determinar o comportamento dos fatores bióticos e abióticos entre os pontos de coleta, as estações do ano e os lados da Baía, podendo assim responder se a composição, abundância e diversidade são influenciadas por essas variáveis.

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4- MATERIAIS E MÉTODOS

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