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Prestação de cuidados especializados ao recém-nascido no sentido de promover e

4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM ESTÁGIO

4.2. Prestação de cuidados especializados ao recém-nascido no sentido de promover e

No seguimento da atividade anterior, decidiu-se enquadrar neste subcapítulo as competências referentes aos cuidados ao RN, concretamente no que toca ao promover e otimizar a sua adaptação à vida extrauterina. Apesar destas atividades relativas ao RN terem ocorrido num período de tempo coexistente e complementar ao cuidado da parturiente e puérpera, mencionam-se separadamente, apenas por uma questão estrutural e de compreensão.

Considera-se ter desenvolvido competências no sentido de implementar medidas de suporte na adaptação à vida extrauterina com:

Avaliação do Índice de APGAR ao 1º, 5º e 10º minuto;

Assegurar boas condições de termorregulação, respiratórias e circulatórias;

Promoção da vinculação com os pais/conviventes significativos, através do contacto pele a pele com a mãe nas duas primeiras horas após o nascimento;

Participação na reanimação do RN em situação de emergência; Realização do exame físico e deteção precoce de complicações.

Desta forma, houve especial atenção ao período expulsivo, tendo-se desenvolvido competências no sentido de: controlo do estado fetal com a interpretação e avaliação do RCTG para a identificação de situações de risco; capacidades técnicas; atitude e estática materna e evolução do próprio período expulsivo. Quando se justificava, era ponderada a realização da episiotomia ou a referenciação para profissionais adequados, com o fim de abreviar o período expulsivo e/ou facilitar a saída do feto, prevenindo anoxia cerebral de forma a favorecer as melhores condições de nascimento e, consequentemente, uma melhor adaptação à vida extrauterina. Esta possível complicação pode levar a cuidados especiais neonatais, assim como, a longo prazo, a possíveis atrasos no desenvolvimento psicomotor, associados a afetação neurológica, como dificuldades tardias na aprendizagem.

Nas situações em que o RN revelou uma boa adaptação à vida extrauterina e prestados os cuidados imediatos ao RN, clampado e cortado o cordão umbilical, proporcionou-se o contacto pele-com-pele do RN com a mãe. Deste modo, promoveu-se a aproximação entre ambos para o estabelecimento do vínculo precoce, no sentido da promoção do desenvolvimento psicomotor do RN.

O contacto pele-com-pele é reconhecido pela comunidade científica, por uma revisão de estudos da Cochrane e pelas recomendações da OMS (2007), como uma influência positiva na interação entre a mãe e o RN, pela estimulação sensorial ao nível do toque, do calor e do odor maternos. Psicologicamente estimula a mãe e o RN a adaptarem-se um ao outro, além de ser vantajoso para que o RN colonize as bactérias cutâneas maternas. Por outro lado, apresenta, também, um maior sucesso na iniciação do aleitamento materno e na sua manutenção a nível exclusivo a longo prazo. Neste sentido, investiu-se na promoção, proteção e apoio do aleitamento materno, principalmente na 1ª hora de vida após o nascimento. Dada a importância reconhecida pela OMS (2007), e a mudança, principalmente para os casais pareceu fundamental dar início a este processo o mais precocemente possível.

As atividades descritas favoreceram o desenvolvimento de competências, ao diagnosticar precocemente e prevenir complicações para a saúde do recém-nascido. Deste modo, percebeu-se que existe, efetivamente, uma interação iminente entre os comportamentos da saúde materna e o bem-estar fetal, o que se traduz, posteriormente, no estado de saúde/doença do RN. Analisar sob esta perspetiva, permitiu desenvolver um olhar mais crítico, na medida em que proporcionou uma analogia entre a patologia e fatores possíveis desencadeadores.

A patologia mais frequente dos RN deste hospital são os RN pré-termo, constituindo 8,22% dos nascimentos totais. Além desta patologia, que dada a sua gravidade encerra em si vários cuidados e possíveis complicações, nomeadamente as neurológicas, existem ainda outras como as infeciosas, problemas respiratórios, congénitos e sofrimento fetal intraparto.

Nestes casos, realizaram-se intervenções preventivas desta complicação, dirigida à grávida de risco com Ameaça de Parto Pré-Termo, através da monitorização de RCTG; da Educação para a Saúde (EPS) reforçando a importância do repouso, esclarecendo dúvidas e promovendo a tranquilidade; da administração de tocolíticos (quando prescritos) e da administração de terapêutica corticoide para promover a maturação pulmonar do feto com menos de 34s, prevenindo assim complicações pulmonares no caso de um Parto Pré-Termo.

No caso dos RN que apresentavam problemas infeciosos, estes tinham por base, normalmente, Rotura Prematura de Membranas (RPM) com consequente corioamniotite; exsudado Aglactae positivo/ausente e ainda alterações ou ausência de serologia materna. A intervenção foi dirigida no sentido do controlo de sinais vitais intraparto e na administração

de antibioterapia materna intraparto, segundo protocolo específico. Após o nascimento, realizou-se punção venosa ao RN para avaliar a Proteína C-Reativa.

Estas duas complicações mais frequentes foram referidas com maior destaque, dado o impacto que podem trazer a longo prazo. Assim, pensa-se que se conseguiram articular os conhecimentos teóricos no cuidar ao RN, no despiste de complicações e vigilância do bem- estar, relacionando-os com possíveis fatores maternos etiológicos. Prestou-se especial atenção aos casos em que as parturientes apresentavam Streptococus Agalactae positivo, RPM, TP prolongado ou presença de mecónio no líquido amniótico.

Este estágio permitiu desenvolver um olhar mais profundo, crítico e detalhado sobre os vários fatores que pudessem comprometer o bem-estar fetal e a saúde do RN, quer no momento do parto, quer pela história de gravidez atual e do grau de risco da saúde materna, no sentido de minimizar as causas diretas e indiretas de morbi-mortalidade materno-fetal.

O número alargado de experiências obtidas deu oportunidade de experienciar, principalmente no puerpério imediato, a prestação de cuidados aos RN saudáveis e de risco e permitiu desenvolver várias competências, nomeadamente no que respeita à avaliação do seu bem- estar. De referir ainda, o desenvolvimento de competências ao nível de EPS aos pais, família ou conviventes significativos, no sentido de favorecer uma melhor adaptação à parentalidade, articulando todos estes aspetos com conhecimentos teóricos.

4.3. Vivência da mulher relativamente à sua imagem corporal e sexualidade face às