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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

3.1.1 Primeira Fase

Essa fase da pesquisa compreende: (i) a revisão da literatura, realizada com o objetivo de identificar os critérios utilizados na avaliação de investimentos em TI aplicada à Logística, (ii) a classificação desses e o (iii) desenvolvimento da ferramenta de auxílio à tomada de decisão.

3.1.1.1 Identificação dos critérios na literatura e classificação

Segundo Webster e Watson (2002) a revisão de literatura permite avançar no conhecimento gerado, facilita o desenvolvimento de novas teorias, consolida temas e dá ênfase aos que necessitam de mais aprofundamento. Li e Cavusgil (1995) identificam três abordagens que podem ser utilizadas para realizar o levantamento do estado da arte de determinado assunto: o método Delphi, a meta-análise e a análise de conteúdo. Segundo os autores, a primeira realiza a pesquisa com especialistas na área em estudo. A segunda analisa estatisticamente estudos empíricos com foco no mesmo assunto. A terceira, utilizada nesse estudo, consiste na descrição sistemática, quantitativa e qualitativa do conteúdo publicado na literatura da área em análise.

Krippendorff (1980) define a análise de conteúdo como uma técnica de pesquisa que permite fazer inferências replicáveis e válidas dos dados para o seu contexto. Segundo o autor, para ser replicável, outros pesquisadores devem conseguir os mesmos resultados ao utilizarem a mesma técnica nos mesmos dados, mas em outra ocasião. Isso vai ao encontro da definição de Li e Cavusgil (1995), já que para Krippendorf (1980) para ser replicável deve haver uma sistematização. Segundo esse último, o processo compreendido em uma análise de conteúdo começa quando os dados são dissociados da sua fonte original e são comunicados ao analista/pesquisador. Em seguida, o analista situa esses dados dentro de um contexto construído por ele com base no seu conhecimento das condições de fronteira e nos objetivos almejados com a aplicação dessa técnica. As relações entre os dados e o contexto devem ser desenvolvidas pelo analista para que esse possa, então, fazer as inferências. Por fim, os resultados têm que de alguma forma representar a realidade e ser passíveis de verificação.

Em relação à análise de conteúdo, Krippendorf (1980) dá ênfase aos dados, ao contexto e ao objetivo das inferências. Para o primeiro, o autor ressalta que devem estar claros quais dados serão analisados, como eles são definidos e de onde eles serão extraídos. Em relação ao segundo, as análises de conteúdo devem ser realizadas e justificadas em relação a um contexto, o qual tem de estar explicitado. Isso, porque, para Krippendorf (2004), é quando estão inseridos nele que os textos adquirem significados e é por meio dele que esses podem ser relacionados às questões de pesquisa. Assim, os limites de análise devem ser claros. E por fim, o objetivo das inferências, ou seja, aquilo que o pesquisador deseja descobrir deve estar claramente definido. Isso,

para que seja possível ao pesquisador julgar a completitude da análise e o tipo de evidência necessária para validar os resultados.

Nessa dissertação o contexto, conforme já mencionado, é o de avaliação de investimentos em TI aplicada à Logística. Já o escopo da análise foi a limitado à (i) escolha de alternativas de TI (ii) relacionadas ao desempenho de alguma atividade logística (iii) por empresas privadas.

Em relação às etapas para realização da análise de conteúdo, Hazen, Hall e Hanna (2012), afirmam que existe uma gama ampla de procedimentos que podem ser utilizados para resolver os problemas, não havendo um conjunto único de passos a serem seguidos quando do uso desse método de pesquisa. Krippendorf (1980), no entanto, expõe ser necessário explicitar o processo utilizado para que o trabalho possa ser avaliado, as etapas replicadas ou os resultados qualificados. Para tanto, nessa dissertação foram adaptados os procedimentos de Li e Cavusgil (1995) e Krippendorf (1980). O primeiro define dois passos: definição de categorias e a determinação das publicações a serem investigadas. Já para o segundo a sequência de uma análise de conteúdo engloba:

 coleta de dados: é dividida em (i) unidade de análise (definição do que deve ser observado e identificação dos limites de análise), (ii) amostragem (seleção do pedaço do todo que é grande o bastante para conter as informações suficientes e pequena o bastante para ser analisado) e (iii) registro (necessidade de codificar e descrever os dados de forma que possam ser analisados, determinação de categorias);

 Padronização dos dados: transformação dos dados de acordo com os requisitos da técnica de análise;

 Inferências: atividade de concluir, de obter informações a respeito de aspectos do contexto com base nos dados;

 Análise: identificação e representação dos padrões que descrevem os resultados.

Na identificação dos critérios e na classificação desses, foi utilizada, também, a etapa de codificação da análise de dados da teoria fundamentada (grounded theory). Para Strauss e Corbin (1990) a codificação é o processo analítico fundamental do pesquisador, sendo que de acordo com Strauss e Corbin (2008), são ―os processos analíticos por meio dos quais os dados são divididos, conceitualizados e integrados para formar a teoria‖. É composta de três partes:

 codificação aberta: é o processo no qual os dados são separados, analisados e comparados em busca das similaridades e diferenças e então da identificação dos conceitos. Abrange analisar o texto, definir conceitos preliminares e agrupá-los em categorias que os explicam. Quando os fatos ou acontecimentos compartilham características comuns recebem o mesmo nome. Os conceitos nomeados que guardam relação entre si são agrupados em torno de conceitos mais abstratos, as ―categorias‖.

 codificação axial: processo de reagrupamento dos dados relacionando as categorias anteriores em grupos mais amplos e que possuem características comuns. É chamado axial porque associa os dados em torno do eixo de categorias mais abrangentes;

 codificação seletiva: é o processo de integrar as categorias em torno de uma categoria central e de refinar a teoria.

Assim, a identificação dos critérios na literatura e classificação desses utilizaram a abordagem de análise de conteúdo de Krippendorf (1980) e Li e Cavusgil (1995) e a codificação aberta e axial de Strauss e Corbin (2008). Definiram-se, então, as seguintes etapas, as quais serão detalhadas a seguir:

 Coleta de dados;

 Análise dos artigos, que compreende a leitura dos resumos, a análise do texto completo e a codificação aberta;

 Classificação utilizando a codificação axial. A Figura 9 apresenta o fluxograma das etapas.

Figura 9 - Fluxograma da pesquisa

Fonte: Elaborado pela autora

3.1.1.1.1Coleta dos dados

Na definição das fontes para a coleta dos dados foi considerada a afirmação de Webster e Watson (2002) de que para uma revisão ser completa ela deve cobrir a literatura relevante sobre o tema, não se limitando a um método de pesquisa, a um grupo de periódicos ou a uma determinada região. Os autores recomendam uma pesquisa sistemática, a qual se desenvolve de forma que quando não se encontram novos conceitos sobre o assunto é porque a pesquisa está quase completa. Eles ressaltam, no entanto, que é possível que alguns artigos não sejam incluídos. Nessa mesma linha, Krippendorf (2004) afirma que a

Agrupamento dos critérios (5 categorias)

CLASSIFICAÇÃO

Seleção das bases (5 bases)

Seleçãodas palavras-chave(11 divididasem 3 grupos) Pesquisa dos artigos nas bases (234

artigos)

Seleção dos critérios que atendiam aos requisitos Leitura dos resumos

(145 resumos) Seleção dos artigos dentro do contexto e escopo da pesquisa(76

artigos)

Leitura dos artigos disponíveis em texto completo (58 artigos) Seleção dos artigos com a unidade

de análise (26 artigos) Identificação e registro dos critérios

(242 critérios) Consolidação dos critérios (101

critérios)

COLETA DOS