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3. O BRASIL NAS FORÇAS DE PAZ DA ONU

3.2 Primeiro Pelotão da FAB a participar de uma missão de paz da ONU

“Temos a plena convicção de que irão agregar uma força de trabalho com a

competência e o profissionalismo dos integrantes da nossa Força Aérea”. “Vamos ter o nosso

desempenho, com certeza, melhorado e o nosso Batalhão tem o maior prazer e a maior satisfação de ter como integrante um Pelotão da Força Aérea Brasileira”, foram com essas palavras que o comandante do 14º Contingente Brasileiro, Coronel Willian Georges Felipe Abrahão, recebeu o pelotão de infantaria da aeronáutica, na Base General Bacellar, no Haiti, que chegou a Porto Príncipe em uma aeronave KC-137, do Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (2º/2º GT) e logo nos primeiros momentos, os militares que ali chegaram, não disfarçavam o desejo de iniciar a missão de ajuda ao povo haitiano.

Pela primeira vez, na história da força aérea brasileira, uma tropa de infantaria da aeronáutica participou de uma missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), quando em fevereiro de 2011, um pelotão com 27 militares, ao qual tive a honra de integrar, embarcou em Recife, com destino a Porto Príncipe, capital do Haiti, para integrar, ao lado de militares do exército e da marinha, o 14º contingente da missão das Nações Unidas para estabilização do Haiti (MINUSTAH), que foi criada em 01 de junho de 2004 pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e instituída através da resolução número 1542, tendo como objetivos principais, auxiliar a segurança e a estabilização interna do país, organizar eleições presidenciais e municipais e garantir os diretos humanos da população, além de manter um ambiente seguro e estável naquela região. O Brasil participa dos trabalhos naquele país desde 2004 e a Aeronáutica, até então, só trabalhava prestando apoio aéreo aos militares do exército e fuzileiros navais que integravam a MINUSTAH; agora a infantaria da aeronáutica chegou ao Haiti para, junto com o exército e os fuzileiros navais, ocupar papel de destaque no cenário internacional, realizando patrulhas visando à garantia da

lei e da ordem com a missão de manter, no Haiti, um ambiente seguro e estável; “Eles têm

MINUSTAH para a manutenção de um ambiente seguro e estável”, lembra o Coronel Abrahão, comandante do batalhão brasileiro de força de paz no Haiti.

Para fazer parte do efetivo da força aérea brasileira no Haiti, nós, integrantes do primeiro pelotão de infantaria da aeronáutica, enfrentamos uma rigorosa seleção com várias baterias de exames físicos, médicos e psicológicos, além de passarmos por um programa exaustivo de preparação, durante oito meses, no batalhão de infantaria da aeronáutica Especial de Recife (BINFAE-RF) e no 14º Batalhão de infantaria Motorizada do exercito Brasileiro.

Do efetivo que compôs essa missão histórica para a Aeronáutica, 23 são do Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial BINFAE-RF e quatro são de outras unidades de infantaria, sendo dois da base aérea de Fortaleza, um da base aérea de Natal e outro do centro de lançamento da barreira do inferno, localizado no Rio Grande do Norte.

Explicando sobre os motivos e a importância do treinamento para o bom andamento da missão, o Tenente-Coronel de infantaria Julio Cezar Pontes, comandante do

BINFAE-RF, enfatizou: “ no período de preparação, os militares tiveram instruções especiais

sobre regras de engajamento, sobre a garantia da lei e da ordem, instrução de tiro, patrulhas e treinamento físicos dentre outra atividades’’.

E como enfatizou o Major Brigadeiro do Ar Hélio Paes de Barros Júnior, comandante do segundo comando Aéreo Regional (II COMAR), sediado em Recife (PE), tratando sobre a importância da participação do primeiro pelotão de infantaria da aeronáutica

em uma missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) “Reconhecimento e

aprendizado”. “É uma experiência importantíssima para o batalhão de infantaria de Recife, para a infantaria da aeronáutica, porque os conhecimentos adquiridos serão disseminados para outras unidades”, e durante a cerimônia de despedida dos militares, com destino ao Haiti, em

que tratou da infantaria da aeronáutica em nosso país: “a participação da nossa tropa terrestre

é um reconhecimento de que a infantaria da Aeronáutica é uma opção a ser aplicada pelo país”.

Ao desembarcar em Porto Príncipe, capital do Haiti, o Pelotão da força aérea brasileira iniciou, junto com o exército e a marinha, o patrulhamento de reconhecimento nas áreas em que iria atuar, incorporando a 3ª companhia de fuzileiros de força de paz do 14º contingente, ficando responsável pela manutenção da estabilidade e segurança da Área de Delmas, onde estão localizados 64 acampamentos que abrigam a população que foi deslocada

após o terremoto, além da área pertencente ao aeroporto internacional. Como bem ressaltou o General Paul Cruz, tratando sobre o patrulhamento na região: "Fazemos o patrulhamento prioritariamente em sete campos de deslocados, com população superior a 30 mil pessoas cada um. Nesses locais nossa presença é constante, 24 horas por dia, sete dias por semana”, explica.

Entre as atribuições do pelotão de infantaria da aeronáutica, estão missões de guarda, segurança de instalações e dignitários, escoltas, auxílio a organizações não governamentais e apoio as ações da ONU.

“O que eles aprendem com o exército e nessa missão real, vão trazer para o BINFAE. É uma oportunidade para implantar doutrinas e hábitos que contribuam para a melhoria dos batalhões de infantaria da aeronáutica”, ressalta o Tenente Coronel de infantaria Jorge André Carneiro da Cunha, comandante do BINFAE-MN.

“Conhecer o Haiti in loco é diferente de ver em mapas e cartas como fizemos no treinamento. A tropa está toda ansiosa para fazer o reconhecimento e ver como será a nossa

rotina aqui. A ansiedade está superando a saudade nesse momento”, destaca o comandante do

Pelotão, Tenente-Infante Marcos Vinícius Oliveira Pereira.

Vale ressaltar que a Aeronáutica, além de exercer a atividade de segurança na região, junto com as demais forças armadas, participa desse esforço com aeronaves que fazem o transporte de militares e de todo o tipo de suprimentos para as tropas do Brasil que integram a missão.

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