A ideia de um processo que tenha seu resultado obtido em tempo razoável decorreu da Declaração dos Direitos Humanos mas principalmente do Pacto de San José da Costa rica, que normatizou a duração razoável do processo como um direito fundamental. Nesse contexto, é necessário analisar os principais aspectos deste princípio.
Os direitos fundamentais são um conjunto de direitos e garantias do ser humano que tem como principal fim o respeito à dignidade humana. Visam assegurar ao ser humano o respeito à vida, à liberdade, à igualdade e à dignidade. Esta proteção deve estar positivada nos ordenamentos jurídicos.
É necessário entender as características dos direitos fundamentais para melhor compreensão do direito à razoável duração do processo. Os direitos fundamentais são criados em um contexto histórico e quando imputados na Constituição tornam-se direitos fundamentais. Tais direitos não prescrevem, não são abalados pelo decurso do tempo.
Além de serem imprescritíveis, são irrenunciáveis, não podem ser renunciados. Também são invioláveis, ou seja, não podem ser desrespeitados por nenhuma autoridade ou lei infraconstitucional. São universais, dirigidos a todo ser humano em geral. E sua efetividade é característica demasiadamente importante: o poder público deve atuar para garantir a efetivação destes direitos que são uma criação de um contexto histórico e cultural da sociedade.
Os direitos fundamentais são reconhecidos através de pactos, tratados, declarações, instrumentos de caráter internacional. Tais direitos, segundo a Declaração Universal dos Direitos do Homem, são proclamados, pré existem as instituições políticas e sociais, não sendo passíveis de restrição pelas instituições governamentais.É vedado o retrocesso aos direitos fundamentais já conquistados. Esses direitos são oriundos da própria natureza humana e por isso são invioláveis e universais. São direitos do homem garantidos juridicamente, vigentes em uma ordem jurídica concreta com objetivo de ser reconhecida a existência de uma prerrogativa fundamental do cidadão.
A duração razoável do processo é, nessa conjuntura, um direito fundamental positivado na legislação internacional. Diversos países incluíram cláusulas que dão dignidade a este princípio. No Canadá, toda pessoa acusada de um delito tem direito de ser julgado em um prazo razoável (art. 11. b); No México são estabelecidos prazos entre quatro meses e um ano como limites máximos para a duração dos processos penais (art. 20 VIII); No Japão o acusado tem direito a um julgamento rápido e público ante um tribunal imparcial (art. 37). Em Portugal o acusado deve ser julgado tão rapidamente quanto seja compatível com a salvaguarda do exercício de defesa (art. 32.2); e na Itália a lei deve assegurar a duração razoável do processo (art. 111).
Devem ser levados em conta, ainda, diversos critérios da razoável duração do processo, tais como:
a complexidade da causa, o comportamento das partes e a atuação dos órgãos estatais, não só os órgãos jurisdicionais diretamente envolvidos em um dado processo, mas também, de um modo geral, as autoridades administrativas e legislativas, a quem incumbe a responsabilidade de criar um sistema judicial ágil, inclusive dotado de aparato material necessário . 58
Cabe enunciar importante característica dos direitos fundamentais: sua aplicabilidade imediata, vinculada à atuação dos órgãos do Estado. Por isso, a efetivação do direito fundamental à duração razoável do processo depende da edição de novos diplomas legislativos.
A proteção ao direito fundamental à duração do razoável do processo prescinde, à vista disso, de medidas judiciais que tenham o fim de garantir sua realização. Com base no
58 Critérios Definidos pela Corte Europeia dos Direitos do Homem (European Court of Human Rights). Disponível em:< http://www.echr.coe.int/ >.
art.8 do Pacto de San José da Costa Rica, quando a lentidão processual acarretar danos significativos à parte, poderá ser recorrido o sistema de proteção internacional dos direitos humanos, por meio da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Pode-se dizer que este princípio se manifesta como direito fundamental individual, conforme inciso LXXVIII, acrescentado pela Emenda n.45 ao art.5º da Constituição Federal: "a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação".
Entende Alexandre de Moraes que "essas previsões - razoável duração do processo e celeridade processual -, em nosso entender, já estavam contempladas no texto constitucional, seja na consagração do princípio do devido processo legal, seja na previsão do princípio da eficiência aplicável à Administração Pública (CF, art. 37, caput)" . Valendo destacar ainda o59 entendimento de André Luiz Nicolitt que afirma: "Desta forma, percebe-se que o direito a um processo em tempo razoável é um direito correlato ao direito do devido processo ou ao processo justo e equitativo. Em outras palavras, o processo com duração razoável nada mais é do que uma consequência lógica do devido processo, ou mesmo um aspecto deste" . 60
Outro ponto interessante do princípio da razoável duração do processo é, a partir deste contexto, o princípio do devido processo legal. O devido processo legal possui, no ordenamento jurídico nacional, natureza de sobreprincípio. Significa dizer que serve de fundamento de validade para outras garantias fundamentais além da duração razoável do processo, tais como o princípio do contraditório e da ampla defesa.
Esse princípio, por sua vez, tem como escopo assegurar a todos um processo dotado de todas as garantias constitucionais e etapas previstas em lei. Garante que quando houver violação ou ameaça a um direito o Estado irá buscar a paz social e segurança jurídica utilizando-se dos meios necessários para proteção do bem jurídico ameaçado ou lesado. Está disposto no art.5, LIV da Constituição de 1988: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
O Estado deve propiciar os meios de garantir o devido processo legal bem como as demais garantias que dele derivam. O pleno acesso à justiça deve ser assegurado de forma que
59 MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada. 6ª Edição. São Paulo: Atlas. p. 456. 60 LUIZ NICOLITT, André. A duração razoável do processo. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006.
os princípios consagrados sejam eficazes. O devido processo legal é, isto posto, importante ponto quando se trata da razoável duração do processo.
A razoável duração do processo é o princípio que assegura, destarte, a possibilidade de que a duração do processo não se prolongue de forma desmedida. Trata-se da busca pela celeridade processual e pelo reconhecimento de tal garantia fundamental.
Pode-se dizer, finalmente, que a tutela jurisdicional deve, por conseguinte, ser efetiva, tempestiva e adequada. O descontentamento geral da sociedade com a lentidão processual é refletido à medida em que a questão do tempo do processo torna-se uma garantia fundamental.
Nesse sentido, destaca-se a lição de Francisco Fernandes de Araujo:
Dilações indevidas, aqui, devem ser entendidas como ‘atrasos ou delongas que se produzem no processo por não-observância dos prazos estabelecidos, por injustificados prolongamentos das etapas mortas que separam a realização de um ato processual do outro, sem subordinação a um lapso temporal previamente fixado, e, sempre, sem que aludidas dilações dependam da vontade das partes ou de seus mandatários . 61
Humberto Theodoro Junior aduz que: "A lentidão da resposta da Justiça, que quase sempre a torna inadequada para realizar a composição justa da controvérsia. Mesmo saindo vitoriosa no pleito judicial, a parte se sente, em grande número de vezes, injustiçada, porque justiça tardia não é justiça e, sim, denegação de justiça” . 62
2.3. RELAÇÃO ENTRE A DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO E O MANDADO
DE SEGURANÇA: SOB A ÓPTICA DA PROTEÇÃO DOS DIREITOS
FUNDAMENTAIS
Após breve estudo do mandado de segurança e da razoável duração do processo, sob o viés da proteção dos direitos fundamentais, pode-se dizer que o mandado deve ser concedido respeitando este princípio. A jurisprudência, apesar disso, evidencia a demora na prestação jurídica de proteção ao direito líquido e certo.
O direito fundamental à duração razoável do processo no mandado de segurança deve ser garantido, sendo fundamental para tanto o papel do Estado. A atividade do Estado
61 ARAÚJO, Francisco Fernandes de. Do prazo razoável na prestação jurisdicional. Disponível em:<
http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=15&rv=Direito >.
estende-se desde a formulação de leis e sua aplicação até o cuidado pela administração pública e controle dos seus atos, em conformidade com os princípios constitucionais.
Na verdade, a discussão sobre a duração razoável do processo no mandado de segurança é ainda mais relevante, já que, como apontado, por sua natureza e essência, o mandado de segurança é um remédio constitucional, aplicável em casos de violações consideradas graves e que devem ser prevenidas ou combatidas em caráter emergencial.
O Poder Judiciário, órgão do Estado, é competente para função de julgar e responsável pela jurisdição. A jurisdição é o poder de dizer o direito, por um agente habilitado (juiz natural), criando uma norma para o caso resolvendo os conflitos oriundos da vida em sociedade. Nota-se o importante papel do Estado na efetivação do direito à razoável duração do processo no mandado de segurança e destaca-se a possibilidade de lentidão do Poder Judiciário.
Ocorre que o Judiciário encontra-se com excesso de demandas e atribuições, além de apresentar condições precárias. O sucateamento de equipamentos, a escassez de funcionários, a quantidade de processos, a burocracia e complexidade do processo brasileiro são os principais pontos quando trata-se da morosidade na Justiça.
Para ilustrar o conflito existente na concessão do mandado de segurança na perspectiva da proteção aos direitos fundamentais destacando-se a razoável duração do processo, é válido apontar um caso concreto em que a impetração do mandado de segurança restou frustrada devido à delonga do processo.
No Rio de Janeiro, o recente mandado de segurança nº 0064955-79.2016.8.19.0000 do Tribunal de Justiça foi impetrado com a finalidade de que fosse expedido a Certidão de Escolaridade referente à conclusão do ensino médio no ano de 1999 da impetrante. Ocorre que, apesar de um processo administrativo datado de 2012 e do referido mandado de segurança, até a presente data a impetrante não teve acesso ao documento suplicado.
O Desembargador Carlos Santos de Oliveira em 20 de junho de 2017 concedeu a segurança e apontou a violação ao princípio da razoável duração do processo:
Evidente que tal demora em atender ao direito líquido e certo da impetrante viola os princípios constitucionais da razoável duração do processo (art. 5º, LXXVIII, da CRFB) e da garantia à obtenção de certidões (art. 5º, XXXIII e XXXIV e LXXVII,
da CRFB), caracterizando a ilegalidade apontada, a justificar a concessão da ordem.
63 O caso concreto explicita a precariedade das medidas liminares. Cabendo analisar,
ainda, o manejo de tais medidas para proteção do direito líquido e certo. Ocorre que, a demora
na prestação jurisdicional justifica os advogados buscarem solução processual. As liminares
acautelatórias surgem então como saída para as urgências, diminuindo o risco da
imprestabilidade da atuação estatal. Aparecem como solução para atender aos direitos instantâneos. No processoRMS 44681 RJ 2014/0000144-9, julgado pela Segunda Turma em 26 de
agosto de 2014, destaca-se a situação injusta gerada pelo tempo de tramitação do processo,
tanto administrativo, mas principalmente do processo judicial – um ano e sete meses para que
o recurso ordinário fosse a julgamento desde a distribuição do processo. O processo trata do
Juiz Federal titular da terceira Vara Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, que responde a processo administrativo disciplinar instaurado a partir de representação na qual o
Ministério Público Federal aponta o seu envolvimento com o crime organizado e lhe atribui a
prática de infrações gravíssimas. Destaca-se trecho relevante da ementa do processo: Nesse panorama, a recusa da autoridade coatora em acolher o requerimento do
investigado no sentido de ser interrogado diretamente pelo Desembargador relator
do Processo Administrativo Disciplinar realmente não atende ao princípio da razoável duração do processo como mandado constitucional à observância da célere
tramitação de processos. A cronologia dos fatos evidencia que a disputa pela
prevalência de uma tese jurídica já consumiu nada menos que um ano e sete meses
desde a primeira recusa do investigado em ser ouvido no juízo deprecado
(25.1.2013) e o julgamento do presente Recurso Ordinário, valendo destacar,
ademais, que os fatos referem-se a Processo Administrativo Disciplinar instaurado
no longínquo ano de 2010 (fl. 40). 9. Nesse panorama, forçoso convir que a
manutenção do interrogatório por Carta de Ordem longe está de privilegiar o
princípio da razoável duração do processo, que poderia ter sido mais bem prestigiado pelo simples acolhimento do pleito formulado pelo magistrado no sentido de ser ouvido pelo Desembargador relator do PAD, o que de pronto
encerraria a discussão em torno do tema e nenhum prejuízo traria à apuração dos
fatos imputados ao investigado, já que nem se imaginaria que este apresentasse
escusa de comparecer a interrogatório realizado em atendimento à sua própria
solicitação. ANULAÇÃO DO ATO DE INDEFERIMENTO 10. Logo, tendo o
desnecessário retardo da marcha procedimental atentado contra os princípios da ampla defesa e da razoável duração do processo, merece ser anulado apenas o ato
que indeferiu o requerimento do acusado para que fosse interrogado diretamente
pelo Des. Relator do PAD. 64 63Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro TJ-RJ. Mandado De Segurança: MS 00649557920168190000. Rio De Janeiro Tribunal De Justiça. Disponível em: < https://tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/471202715/mandado-de-seguranca-ms-649557920168190000-rio-de- janeiro-tribunal-de-justica/inteiro-teor-471202722?ref=juris-tabs >. 64Superior Tribunal de Justiça. STJ. Recurso em Mandado De Segurança (Segunda Turma): RMS 44681/RJ
Outro processo interessante é o processo MS 40036089620138040000 AM
4003608-96.2013.8.04.0000, julgado em 4 de agosto de 2015, destacando-se sua ementa:
ANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. INÉRCIA DA
ADMINISTRAÇÃO NA IMPLEMENTAÇÃO DA VANTAGEM PESSOAL DENOMINADA QUINTOS. INOBSERVÂNCIA DA RAZOÁVEL DURAÇÃO
DO PROCESSO. VIOLAÇÃO A DIREITO LÍQUIDO E CERTO. SEGURANÇA
CONCEDIDA.I Tem-se que a omissão da autoridade impetrada em homologar e
publicar ato concedendo o direito à percepção do benefício denominado "quintos" à
impetrante, direito este reconhecido pela administração há mais de 16 (dezesseis)
anos, importou em violação ao seu direito líquido e certo à razoável duração do
processo, ilegalidade esta a ser sanada através do presente instrumento;II Segurança
concedida. 65 A jurisprudência revela que o desrespeito à duração razoável do processo ocasiona a
violação ao ato constitucional ao próprio mandado de segurança que tem essência emergencial. Um dos grandes avanços relativos à celeridade e à efetividade do processo ocorreu em
1994 quando, por força da Lei nº 8.952, o art. 273 do Código de Processo Civil vigente à
época passou a autorizar a antecipação da tutela no curso da ação principal. Até então, eram
propostas ações cautelares para obter provimentos de caráter satisfativo. A partir de 1994, o sistema passou a conviver com dois regimes distintos: o da tutela
cautelar (com os requisitos clássicos do fumus boni juris e do periculum in mora) e o da tutela
antecipada (baseada na verossimilhança da alegação e no fundado receio de dano ou no abuso
do direito de defesa). O novo CPC estabeleceu os mesmos requisitos para concessão da tutela cautelar e da
tutela satisfativa - probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo. O parágrafo único do art. 294 deixa claro que a tutela de urgência é gênero, o qual
inclui as duas espécies (tutela cautelar e tutela antecipada). Já o art. 300 estabelece as mesmas exigências para autorizar a concessão de ambas.
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/153485252/recurso-ordinario-em-mandado-de-seguranca-rms-44681-rj -2014-0000144-9>.
65 Tribunal de Justiça do Amazonas TJ-AM. Mandado De Segurança(Tribunal Pleno): MS
40036089620138040000. Amazonas. Tribunal De Justiça. Disponível em:
<https://tj-am.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/217732684/mandado-de-seguranca-ms-40036089620138040000-a m-4003608-9620138040000>.
Medida liminar é, nesse contexto, uma ordem judicial que tem como escopo resguardar direitos alegados pela parte antes da discussão do mérito da causa. Para a concessão de liminar é necessário estar demonstrado o fumus boni iuris e o periculum in mora.
Entende-se por medida cautelar todo e qualquer ato forense ou processo intentado por uma pessoa, em justiça, para prevenir, conservar ou defender direitos. São consideradas medidas cautelares as providências que se denominam de antecipação de tutela e liminares.
O mandado de segurança é uma ação intentada pela pessoa no sentido de ser assegurado um direito líquido e certo, que não esteja amparado por habeas corpus ou habeas data, ameaçado ou violado por ato de autoridade, manifestamente inconstitucional, ilegal ou por abuso de poder. A proteção ao direito pretendido, no entanto, muitas vezes resta frustrada. Isso porque apesar da previsão constitucional ao direito à razoável duração do processo, pode ocorrer a perda do direito pela demora.
CONCLUSÃO
O interesse sobre o tema da garantia do direito fundamental à razoável duração do processo no mandado de segurança e sua concretização continua crescente. Seu destaque mais recente está relacionado à edição da Lei que disciplina o Mandado de Segurança individual e coletivo - Lei n 12.016 de 2009 e à Emenda Constitucional nº 4 de /2004, que inseriu o princípio da razoável duração do processo dentro das garantias fundamentais asseguradas a cada indivíduo, insculpido no inciso LXXVIII do art. 5º da Constituição.
Essa pesquisa buscou realizar uma compilação acerca da doutrina, da legislação e da jurisprudência que envolve o direito à razoável duração do processo no mandado de segurança. Principalmente no âmbito jurídico é importante prestar atenção nesse direito que apresenta vinculação ao papel do Estado.
Se o tema não ganhar ênfase no atual cenário do país, de amadurecimento dos direitos fundamentais, do qual é inevitavelmente participante o Poder Judiciário, existe a possibilidade de não tratar-se de um direito efetivo do cidadão que busca a tutela jurisdicional.
A conclusão mais adequada é que a simples previsão constitucional do direito à razoável duração do processo no mandado de segurança se mostra insuficiente para garantir, de fato, esse direito.
Tratando-se da efetivação do direito fundamental à razoável duração do processo no mandado de segurança deve-se ter em mente a necessidade da atuação estatal. Pois o que se verifica é o perecimento da proteção ao direito líquido e certo pela incompatibilidade do processo do mandado de segurança com a morosidade da justiça, em especial, do Poder Judiciário. Portanto, o respaldo constitucional é insuficiente para garantir ao cidadão essa prestação por parte do Estado.
Principalmente porque o manejo das medidas cautelares visando evitar a perda do direito não é suficiente para garantir a razoável duração do processo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMARA, Alexandre. Manual do Mandado de Segurança. 2ª Edição. São Paulo. 2014. GOMES, Orlando. Direitos reais. 17ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2000.
MENDES, Gilmar. Curso de Direito Constitucional. 9ª Edição. São Paulo: Saraiva. OLIVEIRA NETO, Cândido de. Mandado de Segurança. In: SANTOS, J. M. de
Carvalho. Repertório enciclopédico do direito brasileiro. Vol. 32. Rio de Janeiro: Borsoi, 1956.
PICANÇO, Melchiades. Mandado de Segurança. Rio de Janeiro: Jacintho, 1937.
BARBI, Celso Agrícola. Do Mandado de Segurança. 10ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2001.
MOUTA, José Henrique. Mandado de Segurança. 2ª Edição. Salvador: Juspodivm, 2010. Juicio de amparo e mandado de segurança. In Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Vol. 56. 1961. p. 227. Apud MARTINS, Sérgio Pinto; BUZAID, Alfredo. Do mandado de segurança. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 1989.
PAES, S.M.S. Direito a ser ouvido em um prazo razoável. Morosidade da justiça segundo a ótica do tribunal europeu de direitos humanos. Ano 34. n. 135. Revista de informação Legislativa, Brasília. 2006.
AMARAL JÚNIOR, Alberto do. A Boa-fé e o Controle das Cláusulas Contratuais Abusivas nas Relações de Consumo. Revista do Direito do Consumidor. n. 06. 1993.
GOMES, Luiz Flávio. Normas, Regras e Princípios: Conceitos e Distinções. Jus Navigandi.
Ano 9. Nº 851. Teresina, 2005. Disponível em: <
http://jus.com.br/revista/texto/7527/normas-regras-e-principios >;
BARROSO, Luiz Roberto. Curso de Direito Constitucional. 3ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2011.
TORNAGHI, Hélio. Comentários ao Código de Processo Civil. 2ª Edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1974.
MEIRELLES, Hely Lopes; MENDES, Gilmar. Mandado de Segurança. 37ª Edição. São
Paulo: Malheiros, 2016.
FERREIRA FILHO, Manoel Goncalves. Curso De Direito Constitucional. 40ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2015.
MORAES, Guilherme Pena de. Curso De Direito Constitucional, 9ª Edição. São Paulo: