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A problemática a ser tratada é um estudo de caso que consiste na Avaliação da Linguagem Oral. Deste modo, li alguns capítulos do livro de Inês Sim-Sim (2014) para poder construir o roteiro da investigação e decidi utilizar todos os instrumentos utiliza- dos pela autora nesta investigação, mesmo aqueles que esta tinha excluído dos grupos de pré-escolar com que tinha realizado a investigação. Resolvi utilizar mesmo os testes excluídos do pré-escolar porque as crianças de pré-escolar com quem a autora realizou a sua investigação têm entre 46 e 59 meses de idade, ao passo que as crianças do grupo da

minha investigação têm entre 60 e 76 meses. Todas as crianças nesta investigação têm como língua materna apenas a língua portuguesa. Assim, o estudo de caso recai sobre a avaliação da linguagem oral das crianças do grupo de quem obtive autorização e assen- timento para realizá-lo e partiu da realização dos subtestes da autora e cotação dos mesmos. Precisamente por se tratar da análise de um único grupo de crianças, com quem tenho vindo a trabalhar desde o início da Prática Profissional Supervisionada, esta investigação é considerada um estudo de caso, pois os dados recolhidos dizem apenas respeito a estas crianças, não servindo de norma face a outras crianças, pois cada uma se desenvolve e é caraterizada pelo seu meio envolvente e interações intra- e interpessoais, que nunca são iguais para duas crianças, por muito pequenas que possam ser (Hauser- Cram; Nugent; Thies & Traves, 2014).

A natureza desta investigação é quantitativa, dado que foi efetuada a cotação das produções orais das crianças conforme consta nos subtestes acima mencionados, tornando a variável passível de se contar (Martins, Loura e Mendes, 2007). Os resulta- dos da aplicação dos subtestes foram registados por escrito no momento da resposta. Os dados recolhidos foram cotados segundo os princípios definidos pela autora e a sua aná- lise será realizada através da comparação dos dados recolhidos para as crianças com a literatura (não se pretende comparar as crianças entre si) e através de correlações obti- das com o programa IBM SPSS.

3.3.2. Que cuidados devo ter ao investigar com crianças?

Para a realização de uma investigação em educação é necessário ter em conta alguns princípios éticos para que a integridade e segurança das crianças participantes não fique comprometida. Deste modo, passo a explicar alguns dos princípios tidos em conta e que regem esta investigação, baseados nos já definidos pela Associação de Pro- fissionais de Educação de Infância (s. d.) e por Tomás (2011).

1. Assim, é fundamental explicar às crianças intervenientes o que se vai passar e inquiri-las sobre a vontade de participar, assegurando que compreendem o que está a acontecer e mostrando-lhes o que vai sendo produzido para que possam ir vendo, ob- tendo um assentimento informado das crianças (Ferreira, 2010) . Antes da conversa com as crianças que vão participar expliquei à educadora os objetivos do trabalho e pedi-lhe autorização para o realizar, tendo explicado também à auxiliar de sala o mesmo, para que possa igualmente ter conhecimento da investigação. As famílias não podem nem devem ser excluídas deste processo e, portanto, foram enviados consentimentos infor-

mados para as mesmas e estive disponível para todos e quaisquer esclarecimentos ne- cessários.

2. A realização do estudo teve efeitos nas crianças, bem como custos e benefí- cios. Segundo a minha perspetiva, o maior custo foi o tempo necessário fora da sala, pois o estudo requereu que as crianças saíssem desse ambiente. Contudo, este estudo ajudou-me a compreender melhor o fenómeno de aquisição da linguagem, proporcio- nando o contacto com novos conceitos e experiências e resultar em novas aprendizagens também para as crianças e na transmissão dos conhecimentos adquiridos à educadora, o que teve ainda um maior impacto no processo educativo e de desenvolvimento da lin- guagem oral em que esta pode auxiliar, a par com as famílias.

3. Manter o sigilo em relação à identidade das crianças é imperativo para que possa respeitar a sua privacidade e não comprometer a sua segurança. Assim, nunca foram revelados, em todo o trabalho, o nome da organização educativa nem qualquer outro dado que o pudesse denunciar.

4. Devido a constrangimentos na comunicação com as famílias e, talvez, de tempo, realizei a investigação apenas com as crianças de quem recebi a autorização. Considerando o que já estudei, sei que a idade cronológica não é um fator determinante na aquisição da linguagem, pelo que será necessário fazer uma breve análise sobre os contextos familiares e ambientais de cada criança, recorrendo aos dados que fui reco- lhendo durante a PPS II.

5. Este estudo é fundamentado com princípios teóricos da linguística e da aqui- sição da linguagem. A linguagem e, em especial, a sua produção oral expressiva são o ponto de partida da investigação. Os testes realizados foram do domínio lexical, do do- mínio sintático e do domínio fonológico (Sim-Sim, 2014).

6. A planificação surgiu numa reunião com o orientador, onde expus a minha ideia após a observação contínua das crianças e elaboração de registos diários das crian- ças. O meu interesse pelo tema advém da observação de discrepâncias que considero interessantes nas produções orais das crianças e que desejava compreender e investigar.

7. No final da investigação é necessário darem-se a conhecer os resultados da mesma à equipa pedagógica, às crianças e às suas famílias, conversando com todos es- tes atores de forma adequada e acessível, abrindo espaço para o esclarecimento de dúvi- das ou outras questões que possam surgir. Assim, planearei a melhor forma de fazê-lo com todos estes atores a par com a educadora e o orientador desta PPS após o término da mesma.

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