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Princípios Filosóficos e Teórico-metodológicos Gerais que Norteiam as Práticas Acadêmicas

CAPÍTULO II – PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL – PPI

2. Princípios Filosóficos e Teórico-metodológicos Gerais que Norteiam as Práticas Acadêmicas

A educação promovida no IF Sudeste MG tem como pressuposto a formação integral por meio da articulação e indissociabilidade das ações de ensino, pesquisa e extensão. Os

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estudantes têm formação diferenciada, na medida em que são ofertadas muitas oportunidades de se envolverem em projetos extracurriculares de fortalecimento do aprendizado, descobrindo e seguindo sua vocação mais forte: atividades de monitoria, treinamento profissional, iniciação científica, iniciação tecnológica, inovação, extensão, dentre outras. Essas oportunidades farão com que o profissional formado pelo IF Sudeste MG possa contribuir para o desenvolvimento do locus de sua atuação a partir dos diversos eixos de estudo oportunizados em sua trajetória acadêmica.

Além dessas oportunidades, os discentes são motivados a participarem da gestão administrativa, seja pelo respeito às organizações estudantis, seja pela representação nos órgãos colegiados dos câmpus e da Reitoria.

O IF Sudeste MG fomenta a elaboração dos Projetos Pedagógicos de Cursos sob o princípio da flexibilidade como uma das características orientadoras de métodos e currículos, tendo em vista o atendimento das peculiaridades regionais e da necessidade de integração dos conhecimentos multidisciplinares. Outra orientação é que as práticas acadêmicas respeitem as diversidades sociocultural, étnico-racial, etária e geracional, de gênero e orientação afetivo-sexual dos discentes. Fomenta, também, a implantação de metodologias de ensino que propiciem atividades desafiadoras, problematizadoras, que enriqueçam e permitam aos discentes a utilização de novos conhecimentos na explicação dos fenômenos em geral, da prática social e profissional nas mais diversas situações.

2.1 Metodologias de Ensino e Avanços Tecnológicos

A ampliação do acesso aos novos recursos tecnológicos na sociedade contemporânea tem transformado as instituições escolares levando-as a repensar um novo modelo educacional. Nesse sentido, o IF Sudeste de MG vem refletindo sobre metodologias ativas de ensino e aprendizagem alinhadas à nova cultura digital, indagando como esta nova cultura interfere nos processos educacionais.

As metodologias que vêm se vislumbrando no IF Sudeste MG induzem os sujeitos envolvidos no processo educacional a revisão de pressupostos teóricos, currículos, as relações sociais na instituição e o papel do professor nesse novo contexto.

Para a elaboração de tais metodologias partimos do suposto de que as novas gerações de alunos, que têm acesso aos computadores antes mesmo de serem alfabetizadas, têm pressionado as instituições escolares, e, sobretudo, os professores, a reinventarem sua profissão traçando estratégias que possibilitem aos alunos construírem ativamente o conhecimento. A velocidade e as transformações que vêm ocorrendo na sociedade contemporânea a partir do uso de novos recursos tecnológicos se reproduzem no campo

educacional, afetando profundamente a comunidade educacional, notadamente os professores formados, em sua maioria, por um sistema e para um mundo que parecem não existir mais.

Tendo em vista esse novo cenário, a instituição se questiona sobre como lidar com as novas tecnologias como instrumentalizadoras da educação no século XXI. Entende-se que a incorporação de novas tecnologias como mediadoras no processo educacional não pode se restringir ao uso dos meios eletrônicos apenas como ilustrativos de uma aula. Lidar com os meios eletrônicos como instrumentalizadores da educação requer submetê-los à leitura crítica. MORAIS (2005) em texto intitulado “A Sala de Aula no Contexto da Educação do Século XXI”, publicado pelo INEP/MEC, provoca a reflexão e proposição de métodos ativos de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, vislumbra-se que não basta apenas utilizar datashows e computadores na sala de aula, como se fossem um novo caderno, com mais sons e imagens. É necessário que o computador (e as novas tecnologias adjacentes) sejam incorporados como um “novo ambiente cognitivo”.

É nesse sentido que se propõem reflexões sobre novas metodologias fundadas em novos papéis e novos currículos que contemplem abertura ao novo e criticidade na seleção das informações, priorizando a construção coletiva do pensamento. Nessas novas metodologias, o lado fechado, compartimentado da escola e a personificação da educação no professor como transmissor de conhecimentos devem ceder lugar à aula dialógica, participativa e interativa, produzida não mais por duas mãos, mas por quatro mãos, num diálogo permanente entre aluno e professor, ambos aprendizes e sujeitos produtores do conhecimento simultaneamente.

Para a proposição de metodologias ativas de ensino e aprendizagem a partir do uso de novos recursos tecnológicos, o IF Sudeste MG tem se fundamentado nos quatro pilares para a Educação do Futuro de acordo com a Unesco: aprender a aprender, aprender a ser, aprender a conviver e aprender a fazer. Nesse sentido, prioriza-se a sala de aula não mais como o espaço privilegiado para a preleção, mas como lugar compartilhado de produção de conhecimentos. Todos os sujeitos, alunos e professores, serão responsáveis por aprender, ser, conviver e fazer na construção de saberes e no processo de reconstrução do social. Nessas novas metodologias firma-se uma nova compreensão do conceito sala de aula e do instrumental utilizado para a implementação do processo ensino-aprendizagem

A necessidade de se elaborarem novas metodologias ativas de ensino e aprendizagem tem sido discutida com a comunidade escolar em seminários temáticos “Pensando o Ensino no IF Sudeste MG” com o intuito de se repensarem questões e problemas relacionados à educação no século XXI.

A incorporação de avanços tecnológicos nos cursos do IF Sudeste MG tem ocorrido de forma a desenvolver no aluno a cultura da autoria, estimulando-o a assumir uma postura

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de sujeito produtor de conhecimentos em vez de receptor passivo de informações. Nesse sentido, busca-se permitir ao aluno exercitar uma série de habilidades, como por exemplo: a criatividade para gerar ideias próprias e autênticas; a valorização das pessoas envolvidas no processo pedagógico, a integração de tecnologias, linguagens e estratégias didáticas. Sendo autor ou coautor de ideais, projetos e até mesmo de objetos de aprendizagem, seja num trabalho individual ou coletivo, o estudante passa a assumir uma postura ética, comprometida e consciente diante das atividades a que propõe realizar.

Na medida em que o aluno se apropria das competências de colaboração e autoria desenvolve, gradativamente, sua pertença no processo. A sinalização do indicativo de pertença se dá quando o sujeito substitui o papel de espectador pelo de protagonista, sentindo-se um dos “donos” do projeto. Esse entendimento pode ser visto pelo nível de responsabilidade que o aluno assume no curso. A incorporação de novas tecnologias no processo ensino aprendizagem traz como desafio para o contexto educacional a ruptura com um modelo educacional tradicional centrado no professor, na transmissão e memorização de conhecimentos e nos saberes compartimentados.

Nesse intuito, incentiva-se o uso de todo tipo de avanços tecnológicos para se cumprir uma metodologia proposta, como descrita acima.

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