tada com o conteúdo do Relatório I.
Dimensão Características da República Bolivariana da Venezuela
Reservas e produção (ano 2007)
· Petróleo
- Reservas: 87 bilhões de barris (6º país; 7% do mundo)
- Produção: 2,6 milhões de barris diários (10º país; 3,4% do mundo) - Membro da OPEP
· Gás Natural
- Reservas: 5,2 trilhões de m3 (8º país; 2,9% do mundo)
- Produção: 28,5 bilhões de m3 (1% do mundo)
Marco Legal
· Apenas Empresas Mistas (“Empresas Mixtas”) estão autorizadas a trabalhar em atividades de exploração e produção no país. As Empresas Mixtas são controladas pelo governo venezuelano mediante uma participação acionária majoritária da PDVSA, em joint venture com OCs.
Principais leis
· Constituição Nacional
· Lei Orgânica dos Hidrocarbonetos Gasosos (1999)
· Regulamento da Lei Orgânica de Hidrocarbonetos Gasosos (2000) · Lei Orgânica dos Hidrocarbonetos (2001)
· Decreto nº 5.200 (2007) – estabelece a conversão das OSA remanescentes para o modelo de Empresas Mixtas
Propriedade dos hidrocarbonetos · As reservas de hidrocarbonetos existentes no território nacional são de propriedade da República Bolivariana da Venezuela, sendo inalienáveis e imprescritíveis.
Instrumento jurídico típico celebrado entre o país
hospedeiro e a OC
· Memorando de Entendimentos e um Contrato para formação da Empresa Mixta, que pode ser:
- Contrato de Conversão para Empresa Mixta – nos casos dos blocos anteriores à entrada em vigor da Lei Orgânica dos Hidrocarbonetos, ou seja, as conversões das Associações Estratégicas e das OSAs;
- Contrato de Constituição de Empresa Mixta – para os blocos licitados sob a vigência da referida Lei.
Agentes governamentais envolvidos
· Executivo Nacional
· Ministério do Poder Popular para a Energia e Petróleo (MENPET) - Órgão Nacional de Gás (Enagas)
- Petroquímica da Venezuela (Pequiven)
- Petróleos da Venezuela S.A. (PDVSA – Companhia 100% estatal)
Papéis/ responsabilidades da OC e do governo do país hospedeiro
para cada fase contratual
· A Lei não estipula qualquer modelo de “Plano de Negócios” que determine obrigações da Empresa Mixta no tocante a programas de exploração mínimo ou programas de produção. Desta forma, podemos apenas citar as obrigações determinadas na Lei Orgânica dos Hidrocarbonetos:
· Fase de Exploração:
- O Estado não se responsabiliza pela não descoberta de qualquer reserva nos blocos licitados, sendo o risco por conta da Empresa Mixta.
· Fase de Produção:
- A Empresa Mixta se responsabiliza por atender todas as vantagens especiais estipuladas no instrumento contratual;
- A Empresa Mixta deverá manter os equipamentos e instalações em bom estado, posto que, ao término do contrato, deverá transferir a propriedade dos bens utilizados nas atividades primárias ao Estado.
Contrapartidas recebidas pelas
Mecanismos de Escolha e Contratação das OCs
· Petróleo e Gás Natural associado:
- Negociação direta ou processo licitatório, conforme estabelece o artigo 37 da Lei Orgânica dos Hidrocarbonetos.
· Gás Natural não associado:
- Negociação direta ou processo licitatório, conforme estabelece o Regulamento da Lei Orgânica de Hidrocarbonetos Gasosos.
· Atividades de transporte, industrialização e refino estão sujeitas a licenças e autorizações outorgadas diretamente pelo MENPET.
Mecanismos principais de remuneração do governo
· Participação acionária da PDVSA nas Empresas Mixtas (mais de 50% nos casos de constituição; e não menos que 60% nos casos de conversão)
· Royalties (30%, podendo ser reduzida a 20% nos blocos localizados na Faja del Orinoco, para viabilizar economicamente a produção)
· Royalty adicional (3,33%)
· Contribuição especial (50% sobre a diferença entre o preço do barril e US$70, até US$100/bbl, e 60% sobre a diferença entre o preço do barril e US$100, a partir de US$100)
· Tributos principais que incidem sobre as Empresas Mixtas - Imposto de renda (50%)
- Imposto de extração (1/3 do valor de todo o petróleo extraído) - Imposto de registro de exportação (0,1% sobre o petróleo exportado)
- Imposto de superfície (100 unidades tributárias por cada km2, sendo o valor acrescido
de 2% nos primeiros 5 anos e de 5% nos anos seguintes)
- Imposto de consumo próprio (10% do valor de cada m3 de produtos derivados
dos hidrocarbonetos produzidos e consumidos como combustível em operações próprias)
- Imposto sobre valor agregado (alíquota varia de 8% a 16,5%)
- Contribuição para desenvolvimento endógeno (1% do lucro antes de impostos da Empresa Mixta)
- Impuesto Sombra (garante que o governo arrecade um mínimo de impostos equivalente a 50% das receitas)
Propriedade das instalações utilizadas na exploração e
produção
· As instalações, acessórios e equipamentos integrantes do campo, durante a fase de exploração e de produção, serão de propriedade do Operador, e deverão ser conservadas em bom estado para transferência de sua propriedade ao Estado após o término do contrato (seja por termo ou rescisão), sem indenização alguma, para garantir a continuidade das atividades ou sua cessação com menor dano econômico e ambiental.
Dispositivos de revisão contratual e disputa
· Revisão Contratual: o contrato da Empresa Mixta não pode ser revisado ou aditivado sem consentimento por escrito de ambas as partes. Desta forma, qualquer revisão contratual deverá ser determinada através de um acordo entre a OC e a CVP, órgão da PDVSA.
· Disputa: as disputas e controvérsias oriundas em conexão com o contrato deverão ser submetidas às cortes competentes da República Bolivariana da Venezuela. Antes de iniciar o litígio, entretanto, as partes podem utilizar mecanismos alternativos para solução do conflitos.
Mecanismos de controle da produção
· O governo exerce o controle da produção através de seu controle na Empresa Mixta. · A Venezuela deve seguir diretrizes de produção definidas pela OPEP, por ser membro
do grupo.
· O instrumento contratual da Empresa Mixta determina um plano de produção e desenvolvimento, denominado Plano de Negócios.
Controles e limites de comercialização
· O Governo pode requerer que os royalties sejam pagos em petróleo (in natura). · Somente as empresas estatais podem executar atividades de comercialização do
petróleo bruto no âmbito nacional e internacional.
· O MENPET poderá proibir por decreto a comercialização de derivados de petróleo e gás no âmbito nacional e internacional.
· O instrumento contratual possui uma cláusula de venda dos hidrocarbonetos, que obriga a venda à PDVSA de todo o hidrocarboneto produzido e não utilizado na operação ou cedido sob a forma de royalties.
Mecanismos de incentivo à transferência de tecnologia e ao
conteúdo local
· O artigo 18 da Lei Orgânica dos Hidrocarbonetos designa ao Executivo Nacional o poder de adotar medidas para favorecer o conteúdo local.
· O artigo 7 da Lei Orgânica dos Hidrocarbonetos Gasosos faz a mesma ressalva do artigo 18 Lei Orgânica dos Hidrocarbonetos.
Mecanismos de individualização (unitização) da produção
· Unitização das áreas dentro do território venezuelano
- Quando uma reserva se estender por áreas exploradas por mais de uma Empresa Mixta, as partes deverão firmar um acordo de unitização.
- Caso as partes envolvidas na unitização não cheguem a um acordo, o Ministro do MENPET deverá normatizar a questão.
· Unitização envolvendo outros países
- Nos casos nos quais os reservatórios se estendam a países limítrofes, a exploração não poderá ocorrer sem a existência de um acordo entre os países envolvidos.
Análise financeira do regime no país75
(objetivos do governo)
· Maximizar arrecadação:
- O efeito combinado dos Royalties, do Imposto de Renda e do Impuesto Sombra geram uma alta carga impositiva. Em campos de petróleo rentáveis o governo se beneficia, adicionalmente, através de sua participação acionária na Empresa Mixta.
- Government take de 90,6%76, que se mantém em níveis acima de 90% para uma
ampla faixa de preços. · Bom desempenho operacional:
- Existem incentivos tanto para a OC como para o governo em melhorar o desempenho operacional da Empresa Mixta.
· Minimizar investimento próprio:
- O governo não consegue minimizar o investimento próprio já que, ao ser majoritário das Empresas Mixtas, precisa fazer investimentos proporcionais à sua participação acionária.
Análise financeira do regime no país (objetivos da OC)
· Maximização do VPL do investimento / Assegurar TIR mínima:
- Campos offshore pequenos possuem rentabilidade insuficiente (VPL, TIR) em cenários de preços de até US$50/bbl (águas rasas) e US$100/bbl (águas profundas) e, portanto, pouca atratividade ao investimento da OC.
- Campos offshore grandes também são difíceis de atingirem viabilidade em cenários de preços menores que US$50/bbl.
- O governo fica com praticamente todo o aumento de valor do campo quando os preços de petróleo aumentam.
· Recuperação dos investimentos o quanto antes possível:
- A OC dificilmente consegue recuperar os investimentos em águas profundas para cenários de preço baixos (US$25/bbl).
· Flexibilidade mediante nível de risco:
- O regime possui pouca flexibilidade para operar em distintas situações de risco. Tributariamente, os benefícios outorgados para incentivar a operação de campos maduros ou a recuperação secundária geram, no máximo, uma diminuição de impostos de 10% das receitas brutas.
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