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CAPÍTULO V – Conclusões e Sugestões para Futuras Pesquisas

5.1 Principais Conclusões

A análise granulométrica da Areia Amarelo-Avermelhada de Petrolândia-PE, com e sem o uso do defloculante, indica um solo constituído, predominantemente, de areia com granulometria muito uniforme e mal graduado. Sendo, 1% de areia grossa; 16% de areia média; 71% de areia fina; 3% de silte; e 9% de argila. O solo é não líquido e não plástico, se enquadrando no grupo SM, areia siltosa, na classificação do SUCS. O valor do peso específico aparente seco máximo, obtido na energia do Proctor Normal, é de 19,25kN/m3, na umidade ótima de 8,85% e grau de saturação de 62,77%.

A metodologia utilizada para a moldagem das amostras (controle de umidade, molde de compactação, controle dos pesos dos corpos de prova e técnica de compactação estática) resultou em corpos de prova com reprodutividade das condições esperadas, apresentando índices físicos com pequena variação de valores em relação aos desejados.

A compressibilidade do solo compactado, com peso específico aparente seco de campo (γs)

16,50kN/m3 e umidade natural (wc) 3,5% constante, é pequena. A variação da deformação

volumétrica específica (εv) com a tensão vertical de consolidação no solo, foi de 4,85%

com acréscimo da tensão vertical (3,75 a 640kPa). A compressibilidade do solo compactado, com peso específico aparente seco máximo (γsmáx) 19,25kN/m3 e umidade

ótima (wot) 8,85% constante, foi cerca de 4,2% com acréscimo da tensão vertical (3,75 a

320kPa).

Nos ensaios edométricos simples, para o solo compactado na primeira condição, com γs =

16,50kN/m3 e wc = 3,5%, a inundação do solo com Água Destilada, sob tensão de 640kPa,

provocou um Potencial de Colapso de 4,8%. Enquanto, os maiores valores de Potencial de Colapso foram de 6,2 e 5,7%, verificados após a inundação do solo, sob tensão de 640kPa, com Chorume e Esgoto Bruto, respectivamente. Esses resultados indicam que o colapso do solo está associado não só à redução da sucção, como também, às interações físico-

químicas entre solo e líquido de inundação. Este fato sugere que a infiltração de diferentes líquidos por vazamentos acidentais por rupturas de reservatórios e tubulações pode provocar colapso do solo maior que os ocasionados na estação chuvosa.

Nos ensaios edométricos simples, para o solo compactado na segunda condição, com γsmáx

= 19,25kN/m3 e wot = 8,85%, a inundação do solo, sob tensão de 320kPa, provocou um

Potencial de Colapso máximo de 0,2%, com a solução a base de Sabão em Pó. Esses resultados mostram que a melhoria das características geotécnicas do solo através de uma boa compactação além de reduzir a compressibilidade, minimiza deformações por colapso, caso haja um aumento no teor de umidade do solo.

Nos ensaios edométricos duplos, com acréscimo da tensão vertical de consolidação (3,75 a 640kPa), a variação da deformação volumétrica específica do solo (εv) de 4,85%, na

umidade natural, aumentou para 10,5% no final do carregamento com o solo inundado com Água Destilada, uma compressibilidade de 2,17 vezes a do solo natural, referente a um Potencial de Colapso de 6%.

As maiores deformações volumétricas foram 12,1 e 11,3%, referentes aos Potenciais de Colapso 7,7 e 6,8%, verificados com o solo inundado com os líquidos de pH alcalino, as soluções a base de Água Sanitária e a base de Sabão em Pó, respectivamente. As demais deformações se apresentaram próximas à do solo inundado com Água Destilada, para os líquidos de pH próximos ao neutro; enquanto o Óleo de Soja, de pH ácido, praticamente não gerou colapso.

Os módulos edométricos crescem com o acréscimo de tensão vertical tanto no solo sem inundação quanto no solo inundado no início do ensaio. Para os intervalos de tensão superiores ao de 20 a 40kPa, os módulos edométricos são menores que no solo natural compactado para todos os líquidos de inundação, exceto para o Óleo de Soja, que ficaram muito próximos ao do solo natural, até o intervalo de tensão de 160 a 320kPa.

Nos ensaios edométricos simples e duplos, os valores dos Potenciais de Colapso crescem com o acréscimo de tensão vertical de consolidação, havendo uma tendência à redução da taxa de crescimento a partir da tensão de 320kPa. O solo não apresentou comportamento

de pico, as tensões máximas adotadas nos ensaios não foram suficientes para provocar uma redução da deformação de colapso. Os Potenciais de Colapso medidos através dos ensaios edométricos duplos são 11% superiores aos obtidos a partir dos edométricos simples.

As propriedades físico-químicas dos líquidos utilizados para inundação do solo mostraram influência na interação com o solo. Quanto menor a tensão superficial do líquido, maior o potencial de molhabilidade do solo, no entanto, a interação solo-líquido ocorre de forma lenta; os líquidos de pH alcalino mostraram uma tendência a produzir Potenciais de Colapso do solo mais altos, principalmente nos ensaios edométricos duplos; e os líquidos com maiores condutividades apresentaram uma leve tendência a definir Potenciais de Colapso do solo mais altos, principalmente nos ensaios edométricos simples.

A análise química do solo natural e após inundação com os líquidos contaminantes mostraram alterações significativas nos valores do pH, que passou de ácido para praticamente neutros após inundação com Chorume e solução a base de Sabão em Pó; na Condutividade Elétrica no Extrato de Saturação, que passou de condutividade baixa para salino após inundação com Chorume e solução a base de Sabão em Pó; no grau de saturação por bases, passando de eutrófico para distrófico após inundação com Água Destilada, Chorume, solução a base de Detergente Líquido, e Óleo de Soja; na saturação por alumínio, passando de não álico para álico após inundação com Óleo de Soja; e na saturação por sódio, que passou de baixo percentual para caráter solódico após inundação com solução a base de Água Sanitária, Chorume e Esgoto Bruto, e sódico após inundação com solução a base de Sabão em Pó.

Concluiu-se que o colapso da Areia Amarelo-Avermelhada depende da sua estrutura, das variações dos estados de tensões impostas e das interações físico-químicas do líquido de inundação com os vínculos estruturais, podendo aumentar seu Potencial de Colapso, quando inundado por líquidos contaminantes.

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