• Nenhum resultado encontrado

Principais conclusões

No documento Modelação de coletores solares térmicos (páginas 105-111)

O objetivo final deste trabalho foi desenvolver um modelo de cálculo utilizando a ferramenta de cálculo Microsoft Excel®, que permitisse calcular parâmetros da equação de rendimento como o coeficiente de perdas de calor e o rendimento ótico para qualquer coletor de cobertura simples.

Estes parâmetros são condicionados pelas características construtivas e pelas características óticas da cobertura e da placa absorsora.

Os materiais mais utilizados em coletores solares térmicos são o cobre e o alumínio. Para a cobertura é mais utilizado o vidro temperado e para o isolamento a lã de rocha ou a lã de vidro.

O cobre e o alumínio são materiais com condutividades elevadas e são muito utilizados para o absorsor.

Os coletores de cobertura dupla apresentam menos perdas de calor em relação aos coletores de cobertura simples, devido principalmente à existência de mais uma cobertura que permite que a radiação de grande comprimento de onda (infravermelhos) emitida pela placa absorsora, não se perca para o exterior tão facilmente como nos coletores de cobertura simples.

O fator de eficiência da alheta F’ explica a eficiência com que a energia térmica é transmitida do absorsor para o fluido circulante. Este fator é mais elevado em coletores de lâmina de água, pois permite um fluxo uniforme do fluido entre as placas havendo uma transmissão de energia térmica mais eficaz. No entanto, devido a problemas em condições de pressão é necessário adotar outras configurações próximas de absorsores em lâmina de água.

Verifica-se que coletores com absorsores de emissividades mais elevadas (>0,60) apresentam um coeficiente de perdas de calor maiores. Coletores com absorsores com elevada absortividade e coberturas com elevada transmissividade apresentam rendimentos óticos

maiores.

Coletores com absorsores de materiais pouco condutores têm rendimentos óticos mais baixos e para materiais com condutividades superiores a 220 W/mK o rendimento ótico é pouco alterado.

Coletores com absorsores de maior espessura apresentam maiores rendimentos óticos pois a eficiência da alheta é superior, isto é, mais calor é aproveitado e conduzido ao fluido circulante. Pelo contrário, coletores com absorsores mais finos apresentam rendimento mais baixos.

Quanto à distância entre tubos, verifica-se que para distâncias maiores o rendimento ótico F’η0

baixa consideravelmente. Pelo contrário, quanto menor a distância entre tubos a energia térmica acaba por ser mais aproveitada.

Para maiores valores de coeficiente de transferência de calor no interior dos tubos hfi o

rendimento ótico vai aumentando gradualmente bem como o fator de eficiência da alheta, isto porque mais calor é transferido para o fluido circulante.

Quanto maior a velocidade do vento Vw maior serão as perdas de calor por convecção pelo

coletor e seu rendimento ótico diminui pois já não se verifica um aquecimento tão elevado da cobertura do coletor, reduzindo o efeito da absorção solar no coletor.

A escolha da equação para o cálculo do coeficiente de convecção exterior hw pertence a

McAdams (1954) que apresenta uma diferença média de em relação aos valores obtidos em ensaio de 0,061 e para o de 0,988 W/m2K. Para estes cálculos foram utilizados sete coletores escolhidos aleatoriamente.

Os valores de calculados apresentam uma boa aproximação aos resultados obtidos em ensaio, Klein (1975) e Akhtar e Mullick (1999) apresentam as menores diferenças médias de 0,038. No entanto para os valores de os autores Malhotra et al. (1981) apresentam uma menor diferença média de 0,633 W/m2K. O algoritmo escolhido para o cálculo de e pertence a Malhotra et al. (1981).

As menores diferenças no caso do rendimento ótico devem-se à boa aproximação dos valores de absortividade (α) medidos e aos valores de transmissividade (τ) fornecidos. O fator de eficiência F’ é calculado tendo em conta o parâmetro de perdas de calor UL, daí a escolha do autor

utilizado no modelo de cálculo (Malhotra et al. (1981)) depender mais dos resultados obtidos de para além de apresentarem diferenças mais significativas em relação às de .

Os valores calculados para a capacidade térmica apresentam-se, para quase todos os coletores, muito abaixo dos valores obtidos em laboratório, havendo diferenças que chegam a 22,97 kJ/K. É importante haver estudos posteriores em que se percebam as diferenças encontradas e se possam justificar.

Na linha deste trabalho seria interessante desenvolver no futuro um modelo de cálculo do modificador de ângulo de modo a perceber-se a influência do ângulo de incidência da irradiação solar no rendimento do coletor. Para além disto seria interessante também estudar estes parâmetros em coletores de tubo de vácuo.

REFERÊNCIAS

A. Borges, 2009, Energia Solar, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real Abdel-Khalik, S.I., 1976 Heat removal factor for a flat plate solar collector with a serpentine tube. Solar Energy, 18-59.

Agarwal, V.K., Larson, D.C., 1981. Calculation of the top loss coefficient of a flat-plate collector. Solar Energy 27, 69–71.

Akhtar, N., Mullick, S.C., 1999. Approximate method for computation of glass cover temperature and top heat-loss coefficient of solar collectors with single glazing. Solar Energy 66, 349–354.

Akhtar, N., Mullick, S.C., 2007. Computation of glass-cover temperatures and top heat loss coefficient of flat-plate solar collectors with double glazing. Energy 32, 1067–1074.

ANSI/ASHRAE, 2003. ASHRAE Standard 93 Methods of Testing to Determine Thermal Performance of Solar Collectors.

Archer, Cristina; Jacobson, Mark. Evaluation of Global Wind Power. Stanford. http://www.stanford.edu/group/efmh/winds/global_winds.html (acesso no dia 28 de Junho)

Bliss, R. W., 1959 The derivations of several plate efficiency factors useful in the design of flat plate solar heat collectors. Solar Energy, 3-55.

Cooper, P. and R.V. Dunkle, 1981, A Non-Linear Flat-Plate Collector Model, Solar Energy, 26, 133 Device & Services Company , Emissometer Model AE1, Operating Instructions

DGGE / IP-AQSpP, 2004, Colectores Solares para aquecimento de Água Pavilhões Desportivos e Piscinas, cap. 2.2, 12-18 http://www.aguaquentesolar.com/publicacoes/8/piscinas.pdf (Acesso no dia 19 de Abril)

Duffie, J.A., Beckman, W.A., 1991. Solar Engineering of Thermal Processes, 2nd ed. John Wiley & Sons, New York.

Eisenman W., Vajen, K., Ackermann, H., 2004, On the correlations between collector efficiency factor and material content of parallel flow flat-plate solar collectors. Solar Energy ,76, 381-387

Energia SolarTérmica – manual sobre tecnologias, projeto e instalação, Capítulo 3, 1-12 http://www.greenpro.de/po/solartermico.pdf (Acesso no dia 27 de Março)

Energy conversion by photosynthetic organisms. Food and Agriculture Organization of the United Nations. http://www.fao.org/docrep/w7241e/w7241e06.htm#2.1.1%20solar%20energy (acesso no dia 28 de Junho)

EN 12975-2, March 2006, Thermal solar systems components – Solar collectors – Part 2: Test methods

ESTIF, Solar termal markets in Europe – Trends and market statistics 2011 - http://www.estif.org/statistics/st_markets_in_europe_2011/ (acesso no dia 28 de Junho)

Fischer S., et al., 2004, Collector test method under quasi-dynamic conditions to the European Standard EN 12975-2, Solar Energy, 76, 117-123

Hottel, H.C. and B.B.Woertz, 1942, Performance of Flat-Plate Solar-Heat Collectors, Trans. ASME, 64-91

Hottel, H. C. and Whillier, A., 1958, Evaluation of flat plate collector performance. Trans. of the Conference on the Use of Solar Energy, Vol. 2. University of Arizona Press, 1-74.

IEA 2010 - http://www.iea.org/textbase/nppdf/free/2010/key_stats_2010.pdf página 48 (acesso no dia 28 de Junho)

ISO, 2005. EN ISO- 9488, Energia Solar – Vocabulário

ISO, 1994. ISO 9806-1 Test methods for solar collectors. Part 1: thermal performance of glazed liquid heating collectors including pressure drop. International Organization for Standardisation.

Kazeminejad, H,. 2002, Numerical analysis of two dimensional parallel flow flat-plate solar collector, Renewable Energy, 26, 309-323

Klein, S.A., 1975. Calculation of flat-plate collector loss coefficients. SolarEnergy 17, 79–80.

Kumar, Suresh., Mullick, S.C., 2010, Wind heat transfer coefficient in solar collectors in outdoor conditions, Solar Energy, 84, 956-963

Lide, D. R. (Ed.),1990, CRC Handbook of Chemistry and Physics (70th Edn.). Boca Raton (FL):CRC Press.

Lind, M.A. Pettit, R.B. Masterson, K.D. 1980, The Sensitivity of Solar Transmittance, Reflectance and Absorptance to Selected Averaging Procedures and Solar Irradiance Distributions. Journal of Solar Energy Engineering, Vol.102/39.

Malhotra, A., Garg, H.P., Palit, A., 1981. Heat loss calculation of flat-plate solar collectors. Journal of Thermal Engineering 2, 59–62.

Matrawy, K.K, Farkas, I., 1996. Comparison study for three types of solar collectors for water heating. Energy Convers. Mgmt 38, 861-869.

McIntire, W.R., e K.A.Read, 1983, Oriental Relationships for Optically Non-Symmetric Solar Collectors, Solar Energy, 31,405

Moore, S.W., J.D. Balcomb, and J.C.Hedstrom, paper presented at Ft. Collins ISES meeting (August 1974). Design and Testing of a Structurally Integrated Steel Solar Collector Unit Based on Expanded Flat Metal Plates.

Mullick, S.C., Samdarshi, S.K., 1988. An improved technique for computing the top heat loss factor of flat-plate collector with a single glazing. ASME Journal of Solar Energy Engineering 110,262–267.

NEGST, 2007. WP4.D2 Draft Procedures and Resource Documents – Subtask 1: Advanced Collectors. Annex 10 WP4.1 – Incidence angle modifier measurements and application of EN 12975 to tracking and concentrating collectors. Commission DGTREN within FP6.

Philibert, Cédric 2005. The Present and Future use of Solar Thermal Energy as a Primary Source of Energy. International Energy Agency, Paris, France.

http://philibert.cedric.free.fr/Downloads/solarthermal.pdf (acesso no dia 28 de Junho)

Pina dos Santos, Carlos A. e Matias, Luis., 2006. Coeficientes de transmissão térmica de elementos da envolvente dos edifícios. Lisboa – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Anexo I, I.3-I.10.

Planning and Installing. Solar Thermal Systems, Aguide for installers, architects and

engineers. Editor: James &James,2005.

Rabl, A. 1985, Active Solar Collectores and their Applications, Oxford University Press, Inc

Richmond, J.C., 1979, Evaluation of Solar Absorbers, Reflectors and Transmitters – Physical Reflectance Standards. Proceedings of the 25th Annual Technical Meeting of the Institute of Environmental Sciences, Seattle WA, May, p.2.

Rojas, D., J. Beermann, S.A Klein, D.T Reindl, 2008, Thermal performance testing of flat-plate collectors, Solar Energy, 82, 746-757

Samdarshi, S.K., Mullick, S.C., 1991. An analytical equation for top heat loss factor of a flat-plate solar collector with double glazing. ASME Journal of Solar Energy Engineering 113, 117–122.

Souka, A. F. and H.H Safwat, 1966, Optimum Orientations for the Double Exposure Flat-Plate Collector and Its Reflectors, Solar Energy, 10, 179

Tabor, H., 1958, Radiation, Convection and Conduction Coefficients in Solar Collectors. Bull. of the Research Council of Israel, 6C, 155

U.S Energy Information Administration/Electricity/Total Electricity Net consumption in the world - http://www.eia.gov/cfapps/ipdbproject/IEDIndex3.cfm?tid=2&pid=2&aid=2 (acesso no dia 28 de Junho)

W.B.Gillet, 1980, The equivalence of outdoor and mixed indoor/outdoor solar collector testing, Solar Energy, 25, 543-548

Willier, A., 1977, Prediction of performance of solar collectors, in Applications of Solar Energy for Heating and Cooling o/ Buildings. ASHRAE, New York.

Zhang, H.-F. and Lavan, Z., 1985, Thermal performance of a serpentine absorber plate. Solar Energy, 34(2), 175 - 177.

Webgrafia

www.journals.elsevier.com/solar-energy/ (acesso no dia 31 de Janeiro) www.portugalrenovaveis.com (acesso a 23 de Março)

www.solarpanelsplus.com/solar-tracking/ (Acesso no dia 10 de Abril) www.caregnatopiscinas.com.br/ (acesso no dia 12 de Junho)

www.glea.pt/ (acesso no dia 20 de Junho)

www.solarpraxis.com (acesso no dia 17 de Maio)

www.hydro.com/pt/Subsites/Portalex/Produtos/Excelencia-na-extrusao/Propriedades-do-aluminio/ (Acesso no dia 6 de Junho) (densidade do alumínio e cobre)

www.engineeringtoolbox.com/specific-heat-solids-d_154.html (acesso no dia 6 de Junho) (calor específico dos materiais)

Anexo I

No documento Modelação de coletores solares térmicos (páginas 105-111)

Documentos relacionados