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Capítulo 7. CONCLUSÃO

7.1 Principais Conclusões

Analisando as escolhas dos funcionários podemos concluir que as principais motivações para viajar das crianças estão relacionadas com actividades de animação. Isto é facilmente perceptível tendo em conta que estas encaram a viagem como algo que fazem durante o tempo livre, logo, o seu principal objectivo é a diversão.

Na mesma ordem seguem-se os motivos como a descoberta e a excitação ligados à fuga, à necessidade de querer sempre saber mais, encontrar novas sensações. As motivações anteriores superam as necessidades de socialização. Podemos também constatar que o prestígio não é uma variável a considerar nestas idades. Segundo os funcionários do parque temático MK desempenham um papel secundário.

Quanto às principais motivações para visitar o parque MK os valores expostos por esta investigação são facilmente verificáveis. As motivações consideradas mais importantes são a imagem de marca do parque. Os fogos-de-artifício, as personagens da WDC e todas as actividades que as envolvem criam sentimentos de magia e são, de facto, o principal factor para o sucesso de bilheteira do parque.

Analisando as correlações, ao nível das motivações push, os funcionários do parque MK consideram que viajar para as crianças faz com que estas se sintam bem; o que prova o facto de a variável auto-estima ter ligações a quase todas as variáveis. A descoberta surge também com forte associação a várias motivações, isto é compreendido por nestas idades haver um sentimento de busca constante e de grande interesse por tudo o que é novo.

Ao nível das motivações pull, os espectáculos, desfiles e montanhas-russas são das variáveis com mais associações, isto explica-se por serem alguns dos principais motivos para visitar o parque. Os fogos-de-artifício estão ligados a estas variáveis, o que demonstra o seu papel enquanto atracção central, na perspectiva dos funcionários.

Capítulo 7. Conclusão As motivações ligadas ao F&B e a música encontram-se associadas às motivações de atracções do parque, ou seja, podemos concluir que não sendo motivações centrais para visitar o parque proporcionam uma experiência mais positiva e são importantes no desfrute das outras motivações.

Analisando a existência de grupos de motivações push é notório, que para os funcionários, as crianças associam a aventura ao entretenimento e à excitação. Conclui- se que estas motivações foram correctamente associadas a priori nesta investigação. O mesmo acontece com a descoberta e as emoções e, também, com o falar com os amigos sobre a viagem e ir a lugares onde os amigos nunca foram. As motivações aprender e fazer novos amigos não têm correlações, sugerindo que são percebidas como individuais.

Em relação à análise de grupos de motivações pull, todas as correlações existentes já tinham sido percepcionadas anteriormente. A única diferença foi a relação da interacção com as personagens com as motivações relacionadas com as atracções do parque como os espectáculos e as montanhas-russas. Isto leva-nos a concluir que a interacção com as personagens é vista como uma atracção do parque e não com uma motivação de interacção.

A análise das correlacção nas crianças revelou uma associação unívoca entre motivações push e pull. Conclui-se que ao utilizar o modelo push e pull nas crianças são os factores pull que despoletam a necessidade de viajar e é a partir destes que se desenvolvem motivações intrínsecas (push) que activam o imaginário das crianças, o que está de acordo com a teoria do desenvolvimento da criança (Piaget, 1971).

Podemos concluir que, de facto, ao nível das motivações push, os funcionários possuem um conhecimento aprofundado sobre as crianças. Assim, a hipótese de que existem diferenças entre a percepção que os trabalhadores têm das motivações das crianças e as verdadeiras motivações do segmento infantil pode ser considerada falsa. Embora as escalas de análise sejam diferentes nota-se uma grande proximidade entre as motivações consideradas importantes para ambos.

Quanto às variáveis pull existe, também, uma grande similaridade entre a opinião dos funcionários do MK e a importância concedida pelas crianças a cada uma das motivações. Aqui, a diferença na motivação interacção com as personagens pode ser

se desenvolve esta conexão, mesmo com a ajuda das fotografias. De qualquer das formas, na impossibilidade de questionar as crianças, é demonstrado que os funcionários que convivem dia-a-dia com elas possuem uma ideia bastante acurada das suas preferências.

Analisando se as motivações das crianças variam consoante o seu género ou grupo etário as respostas foram ambíguas. Se por um lado é sugerido que existem diferenças no que toca ao ano lectivo, o mesmo não aconteceu relativamente ao sexo. Existem diferenças estatisticamente significativas na importância dada a cada uma das motivações consoante a idade das crianças. Tendo presente as motivações push as diferenças devem-se provavelmente a um maior desejo de acção e independência em relação aos pais, daí a motivação aventura ser aquela com maiores diferenças. Já a descoberta continua a ser altamente motivadora, assim, não se notam grandes diferenças entre idades.

No caso das motivações pull, a diferença na motivação fogo-de-artifício pode ser explicada talvez pelo medo que causa nos mais novos e já por alguma indiferença ao nível dos mais velhos. Na fantasia, o facto de a imagem ser da Branca-de-Neve e os sete anões, um clássico da Disney, pode explicar a maior importância dada pelos mais novos, ao contrário dos mais velhos que já consideram a história “ultrapassada”. No caso da interacção com as personagens e dos espectáculos, quem demonstrou maior motivação foram os alunos mais velhos, possivelmente devido à questão da socialização e desejo de acção, latente nas crianças mais novas, mas mais irradiado nas crianças mais velhas.

Por último, o facto de na motivação desfiles não haver grandes diferenças pode ser explicada por todos os alunos terem associado esta ao Carnaval, época festiva que todas as crianças parecem gostar.

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