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Principais constrangimentos ao desenvolvimento do projeto e perspetivas futuras

Parte III – Estudo de caso de blogues escolares

3.5. Principais constrangimentos ao desenvolvimento do projeto e perspetivas futuras

percurso investigativo, não podemos deixar de começar por referir algumas limitações inerentes às opções que tomámos, em termos metodológicos.

A primeira limitação prende-se como o facto de o estudo realizado não possibilitar a generalização que um estudo mais abrangente permitiria. Este projeto reporta-se apenas a um blogue escolar, no universo de centenas que podemos facilmente encontrar numa pesquisa rápida pela Web. Não obstante, a decisão de analisar apenas este blogue foi bastante ponderada e prendeu-se sobretudo com a sua riqueza, quer em termos de frequência e variedade de publicações, quer em termos de alcance (mais de 1 milhão de visitas), sublinhando-se ainda que, pese embora esta

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dificuldade na generalização (uma das principais limitações apontadas ao estudo de caso), foi possível descortinar caminhos que poderão ser relevantes quando se pondera criar um blogue escolar: a periodicidade frequente de atualização, a diversidade, a variedade de estratégias, o trabalho colaborativo, a coautoria, entre outros fatores supra enunciados, encontram-se entre algumas das variáveis a considerar.

Também a própria análise de dados, sendo predominantemente uma metodologia qualitativa (embora tenha sido utilizada uma abordagem mista) de cariz, sobretudo, interpretativo, terá subjacente um certo grau de subjetividade, que se tentou tornear através da definição de critérios rigorosos de observação. Tal ação tornou talvez este trabalho mais rico, devido à abundância de detalhes que conseguimos reter.

Dada a pertinência do tema, considera-se que, futuramente, num período temporal mais alargado, seria interessante realizar um percurso investigativo alternativo - a investigação-ação, modalidade em que a vertente da aplicação e precipitação da mudança adquire particular relevo e que exige um esforço particular ao nível da objetividade e do rigor no relato das descobertas feitas – centrada por exemplo numa turma em que fossem diagnosticadas dificuldades no domínio da leitura, a partir das quais se desenvolveriam estratégias para reforço das competências no domínio da leitura (destacando-se aqui o uso do blogue) e se desenvolveria a aplicação dessas estratégias, à qual se seguiria a avaliação da aplicação das mesmas, tirando-se daí as ilações necessárias acerca do percurso realizado, para lhe dar prosseguimento, ou para o alterar, sendo necessário.

Não obstante as limitações que este método também apresenta, como refere Belarmina Filipe (2004), justifica-se a adesão dos professores a esta metodologia, porquanto “Em vez de aplicarem conhecimentos gerados por outros, fora das suas práticas letivas, os professores devem fazer da prática docente o seu objeto de reflexão. Na investigação-ação, os professores são investigadores das suas próprias práticas e a relação entre a teoria e a prática (ação informada ou práxis, no sentido aristotélico) deixa de ser unidirecional para passar a ter dois sentidos” (p.112).

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Conclusão

Para finalizar, neste projeto, que pretende, antes de mais, ser um elogio à leitura, não poderia deixar de citar Daniel Pennac:

No texto transcrito, sobejam as razões para lermos. Porém, bastaria uma: “Porque sim, porque gosto, independentemente do suporte em que os textos me são oferecidos!”

“[…] é preciso ler para viver, é o que distingue do animal, do bárbaro, do bruto ignorante, do sectário histérico, do ditador triunfante, do materialista bulímico, é preciso ler, é preciso ler! Para aprender, para avançar com os estudos, para nos informarmos, para saber de onde vimos, para saber quem somos, para conhecer melhor os outros, para saber para onde vamos, para conservar a memória do passado, para iluminar o nosso presente, para aproveitar as experiências dos nossos antepassados, para ganhar tempo, para nos evadirmos, para procurarmos um sentido para a vida, para compreender os fundamentos da nossa civilização, para satisfazer a nossa curiosidade, para nos distrairmos, para nos informarmos, para nos cultivarmos, para comunicarmos, para pôr em ação o nosso espírito crítico.”

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Anexos

Anexo 1 - Grelha de observação das características gerais do blogue “Ler para Crer”:

S im Não Não observável

Identificação do tema do blogue

O tema do blogue está explícito e constitui-se como fio condutor dos conteúdos que apresenta?

O autor do blogue está identificado e é-lhe reconhecida autoridade na área?

Adequação do conteúdo ao público-alvo

É respeitado o nível etário da faixa a que se destina, ao nível da profundidade dos conteúdos disponibilizados?

Periodicidade e diversidade de ferramentas digitais utilizadas

São postados novos conteúdos com regularidade? Os suportes da informação são diversificados? A informação postada inclui conteúdos originais?

Apoio ao currículo / promoção da leitura nas diversas áreas do saber

São apresentados textos de diferentes tipologias?

São sugeridas leituras referentes às diversas disciplinas do currículo?

Inclui literatura em línguas estrangeiras?

Contém textos de apoio ao currículo em diversas disciplinas? Estabelece ligações para outros materiais de consulta, estabelecendo pontes com outros universos de informação (outros blogues, sites… sobre a mesma temática)?

Promove um alto nível de intertextualidade e interatividade? Apresenta textos de apoio ao estudo de obras integrais?

Tem sinopses, sínteses de filmes realizados a partir de obras literárias?

Existem ferramentas de apoio à pesquisa (dicionários e thesaurus online, por exemplo)?

Promoção do trabalho colaborativo ao nível da produção escrita

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Propicia a discussão e a expressão de opiniões diversas em torno dos livros e da leitura e de suportes de leitura?

Possibilita o desenvolvimento do espírito crítico através do lançamento de questões problema / WebQuests?

Estimula a criatividade, por exemplo através da promoção de concursos?

Envolve alunos e outros elementos da comunidade educativa na construção dos seus saberes através da autoria ou coautoria dos materiais disponibilizados?

Design e funcionalidades de comunicação

A arquitetura e o desenho gráfico são atrativos para o leitor? O acesso à informação é facilitado, por exemplo, através de hiperlinks e de etiquetas?

Os efeitos visuais valorizam a informação? Os efeitos visuais são excessivos / distratores?

Funcionalidades técnicas

São utilizadas ferramentas com potencialidades diversas, passíveis de atrair o infonauta para a leitura e para as atividades propostas (texto, imagem, vídeo, som…)?

Contém motor de busca interno?

Possui sistema de sondagens ,tags, RSS, pesquisa de mensagens Tem contador de visitas, acesso a podcasting

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Anexo 2

Grelha de observação dos aspetos qualitativos e quantitativos da análise de conteúdo do blogue, relacionados com a promoção da leitura e o desenvolvimento da escrita criativa: Período: mês/ano

Promoção da leitura

Desenvolvimento da escrita criativa

Número total de posts

Caracterização dos posts Categorias: ▪ Atividades ▪ Notícias ▪ Divulgação (livros, filmes/vídeos)* ▪ … *relacionados com a leitura e/ou escrita criativa Número total de comentários Número de participantes a colocar comentários Descrição do conteúdo geral dos comentários feitos aos posts

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