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De modo a garantir que o modelo de simulação representasse da melhor forma possível o sistema, a fase de desenvolvimento do modelo de simulação foi a mais longa de todo o projeto. Durante esta fase, surgiram vários tipos de dificuldades que serão abordados nesta secção.

Dificuldade em encontrar locais com condições semelhantes às que se pretendem modelar:

O cenário ideal seria o de recolher dados de um cruzamento com pré-semáforos nos seus acessos, devido à particularidade de algumas situações. Não se conhecendo cruzamentos nestas condições nas proximidades, ou mesmo em Portugal, foi necessário intensificar a

pesquisa bibliográfica, de forma a obter documentos que contivessem informação relevante referente às medidas mais importantes para o sistema.

Dificuldade na obtenção de distâncias através das gravações por vídeo: Devido à impossibilidade de obter as escalas dos vídeos recolhidos, não foi possível usá- los para obter dados relevantes como velocidades e distâncias entre veículos. De resto, muitos autores sublinham a dificuldade que existe associada à recolha deste tipo de dados. Para colmatar esta dificuldade, foram utilizadas fontes de dados de terceiros, provenientes de documentos científicos.

Erros do SIMIO:

O facto de se tratar de uma ferramenta recente, aumenta a possibilidade de esta conter alguns erros. De facto, durante o processo de desenvolvimento do modelo de simulação, foram detetados vários erros que serão a seguir detalhados.

O primeiro consiste na discrepância que se verifica na introdução de números decimais no SIMIO. Este, em determinadas situações, apenas aceita a vírgula como caracter que separa a parte inteira da decimal de um número e, noutras, apenas aceita o ponto. Seria de esperar que a ferramenta reconhecesse sempre o mesmo caracter num número decimal, o que não se verifica na prática.

O segundo erro consiste na dificuldade em trabalhar com as unidades pretendidas. O projeto foi desenvolvido tendo como unidades os segundos (s) para o tempo, os metros (m) para o espaço e os metros por segundo (m/s) para as velocidades. No SIMIO, é possível indicar quais as unidades em que se pretende trabalhar no espaço, tempo, velocidade, volume e peso. No entanto, o que se verificou na prática, foi que, apesar de terem sido indicadas várias vezes as unidades em que se pretendia trabalhar, em cada reiniciação do programa, algumas das unidades eram alteradas para as unidades padrão. Por esta razão, foi necessário converter as unidades padrão utilizadas pelo SIMIO para as unidades pretendidas, ao longo do modelo de simulação.

A função Location, fornecida pelo SIMIO, que retorna o valor de uma das coordenadas da posição de um determinado objeto, é de grande importância e foi utilizada, ao longo, do modelo em vários processos e funções. No entanto, na primeira versão instalada do SIMIO, esta função retornava valores errados quando se alterava a velocidade de uma entidade. Esta situação impossibilitava a utilização da função Location. Devido à necessidade de saber as

localizações dos veículos em diferentes tempos de simulação, para calcular distâncias, por exemplo, foram implementadas equações dos movimentos retilíneos das entidades. Porém, a utilização destas equações continha erros de precisão, ainda que mínimos, o que dificultava muito o processo de modelação. Com a saída de uma nova versão em Março de 2013 este problema foi resolvido pelos programadores do SIMIO. Contudo, perdeu-se bastante tempo a tentar contornar um problema, sem sucesso, que viria a ser mais tarde resolvido.

Impossibilidade de trabalhar no eixo dos yy:

Apesar do SIMIO ser considerada uma ferramenta que possibilita a modelação de sistemas em ambientes tridimensionais, na prática, isto apenas se verifica no campo da possibilidade da visualização dos objetos em 3D. Neste contexto, surgem duas opções de modelação da animação do modelo que se tornaram impossíveis de concretizar.

Para conferir maior realismo ao modelo, existiu uma tentativa de importar um mapa de um cruzamento com características idênticas ao que se pretendia modelar. O objetivo passava por atribuir uma altura ligeiramente inferior ao mapa em relação aos veículos que nele circulavam, de forma a estes estarem permanentemente visíveis e, aparentemente, circularem pelo mapa importado. Como não é possível alterar os valores das alturas dos objetos, esta opção não se pôde concretizar e a alternativa passou pela importação de símbolos tridimensionais do Google 3D Warehouse, como faixas de cruzamentos, semáforos, veículos, entre outros.

No mesmo contexto, na modelação das cancelas de segurança, existiu uma tentativa de aplicar a rotação no eixo dos yy de um determinado objeto para modelar os movimentos de abrir e fechar de uma barreira de segurança. Porém, o SIMIO não possibilita a rotação dos objetos neste eixo.

Outras funcionalidades não implementadas:

Existem várias funções que não estão implementadas no SIMIO. Umas vão sendo implementadas ao longo das sucessivas versões do software que vão sendo lançadas, como é o caso da função NextEntityAheadOnLink. Esta, apesar de ser muito utilizada ao longo do projeto, apenas foi implementada numa das versões lançadas após o início do desenvolvimento do projeto. Por outro lado, o SIMIO apenas possibilita que um token verifique qual o conteúdo de uma variável de um veículo, sem ser o que este representa, se esta variável for pré-definida pelo SIMIO. Este facto dificultou a modelação em muitas situações. Existem ainda casos de funcionalidades que ainda não estão implementadas, como o da aceleração das entidades.

Licenças do SIMIO:

O SIMIO é uma ferramenta que, podendo ser utilizada gratuitamente, possui uma limitação quanto ao número de objetos que se podem modelar, etapas que podem ser usadas nos processos, entre outros. De forma a não estar sujeito a estas restrições é necessário utilizar uma licença, como por exemplo, a que foi utilizada neste projeto. O projeto foi iniciado com uma licença que tinha sido adquirida para projeto(s) de ano(s) letivo(s) anterior(es), que entretanto expirou, durante este ano letivo. Por este motivo, foi necessário aguardar por uma nova, impossibilitando a continuação do trabalho nesse período. Quanto ao número de seats disponíveis pela licença, este é limitado para apenas 2, o que impossibilitava a utilização de computadores da universidade para colmatar o fraco desempenho da máquina utilizada para desenvolvimento do modelo.