• Nenhum resultado encontrado

Principais Estudos Realizados no Brasil para Identificar Solos de

ARANOVICH (1985) acompanhou o desempenho de alguns pavimentos não convencionais de baixo custo no Norte, Oeste e Sudoeste do Estado do Paraná. As bases de solo arenoso fino tiveram bom comportamento para tráfegos médios, com espessuras de até 15 cm, desde que o subleito fosse também de solo arenoso fino. Para esse autor, as classificações clássicas de solos, tais como AASHTO e classificação unificada, tem-se demonstrado quase inúteis na definição dos solos arenosos finos.

FABBRI (1994) caracterizou a fração fina de solos tropicais de 297 amostras por meio da adsorção de azul de metileno e os resultados foram comparados com a previsão de comportamento dada pela MCT. Das amostras avaliadas, 128 foram de solos que apresentaram comportamento laterítico. Além disto, este trabalho também mostrou que existe uma boa concordância entre os graus de atividade determinados pela adsorção de azul de metileno e a previsão de comportamento da classificação MCT.

SOUSA et al. (1997) utilizaram sensoriamento remoto e técnicas de processamento de imagens para analisar uma área do estado de São Paulo, próximo à cidade de Campinas. Essas ferramentas foram utilizadas para a caracterização e extração de feições associadas aos solos lateríticos. Os resultados mostraram que as técnicas de processamento digital de imagens serviram para identificar diferentes unidades de solos, especificamente os solos lateríticos com maior teor de ferro. Além desta identificação, foi possível gerar um mapa. Apresentou-se uma opção viável economicamente, com análise visual, minimização de erros inerentes ao mapeamento e redução de visitas de campo.

SANTOS (1998), com o intuito de comprovar o comportamento laterítico dos solos granulares, selecionou trechos de rodovias federais do estado de Mato Grosso onde foram realizadas as caracterizações tradicionais dos solos e as caracterizações pelas metodologias MCV de Parsons e MCT. Nesse estudo, a classificação MCT não se mostrou muito apropriada para os solos, pois a maioria deles foram considerados de comportamento não laterítico. Esse autor propõe uma nova sistemática de laboratório para os solos, recomendando: (i) adotar a curva de deformabilidade de MCV=12 para a determinação do coeficiente c´ e (ii) adotar o ramo seco da curva de compactação correspondente a 24 golpes para a determinação do coeficiente d´.

COSTA JÚNIOR (2001) desenvolveu um estudo na área noroeste de São José de Pinhais, município pertencente à Região Metropolitana de Curitiba, com o objetivo de

apresentar um mapa de estimativa de unidades geotécnicas utilizando mapa geológico e pedológico desta região, adsorção de azul de metileno, a caracterização conforme as unidades geológicas e a caracterização pelo ensaio de MCT. Para a classificação MCT foram ensaiadas 80 amostras de solo das quais apenas 23 apresentaram comportamento laterítico.

BARROSO (2002) estudou 60 amostras de solo pertencentes à Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) com o objetivo inicial de transpor o método MCT para a realidade dos solos ocorrentes na RMF. A autora verificou que para a aplicação da classificação MCT na RMF é necessário uma adaptação para as condições da região, pois a maioria dos solos ensaiados foram posicionados na interface entre solos de comportamento laterítico e não laterítico.

Baseado na experiência desenvolvida inicialmente no estado de São Paulo, MARANGON (2004) buscando construir pavimentos com o uso de solos finos lateríticos coletou 48 amostras de solos em uma região do estado de Minas Gerais. Os solos foram analisados seguindo características de pedologia, o sistema de classificação MCT e a metodologia MCT simplificada, também proposta por Nogami e Villibor, que adota uma nova conceituação do coeficiente c’ a partir de uma série mais simples de golpes. Dos solos investigados, 33 apresentaram comportamento laterítico. Ao comparar os resultados do procedimento tradicional ao simplificado não apresentaram diferenças significativas para as classificações. Esse trabalho apresentou também propostas de alteração da metodologia MCT de classificação dos solos, dentre estas: (i) a adoção de fatores de redução intermediários para a determinação da perda de massa por imersão; (ii) a proposição para os solos siltosos e arenosos, quando apresentam valores elevados para o Mini-MCV acima de Mini-MCV=10, da obtenção do parâmetro c` pelo cálculo do coeficiente angular da reta “assimilável” à inclinação das retas típicas do comportamento da deformabilidade do solo ou daquelas que mais se aproximarem da curva Mini-MCV igual a 10 e (iii) a obtenção do parâmetro Pi, para o caso em que não é possível a interpolação, a partir do prolongamento do traçado até encontrar a condição de Mini-MCV correspondente à densidade verificada.

FELTEN (2005) investigou se os solos pertencentes à planície costeira do sul do RS possuíam características de solos arenosos finos lateríticos. Para isto os solos de sete jazidas foram classificados pela metodologia MCT. Dos solos estudados, cinco apresentaram comportamento laterítico, mas nenhum passou por todos os critérios estabelecidos nesta metodologia.

SANTOS (2006) fez um estudo comparativo de sistemas de classificações geotécnicas aplicadas a solos tropicais para 38 solos do interior paulista. Foi verificada uma concordância

de 81,6% do método das pastilhas de Nogami e Villibor (1994) com a classificação MCT e de 92,1% dos ensaios de azul de metileno (FABBRI, 1994) com a MCT.

BASTOS et al.(2008) determinaram as propriedades geotécnicas de um solo arenoso fino costeiro encontrado no litoral sul do Rio Grande do Sul. O solo foi submetido a caracterização geotécnica tradicional, a metodologia MCT, a difratometria de raios X e aos ensaios de adsorção de azul de metileno. O solo apresentou-se na interface entre as duas classes: solo arenoso laterítico (LA’) e solo argiloso laterítico (LG’).

QUINTANS (2008) estudou as propriedades mineralógicas, físicas e mecânicas de um solo tropical proveniente da obra do Complexo Aeroportuário da Grande Natal, localizado no município de São Gonçalo do Amarante – RN. A composição química dos solos apresentou silício, ferro e alumínio. Esse solo foi classificado pelo método MCT como pertencente à classe dos arenosos lateríticos (LA’), sendo sugerido que o mesmo fosse considerado adequado para utilização em camadas de base e sub-base de pavimentos aeroportuários e rodoviários, desde que sejam manipulados corretamente.

MEDRADO (2009) buscou em seu estudo avaliar a possibilidade de utilização de um solo superficial fino da região norte de Minas Gerais em camada de base de pavimentos de rodovias de baixo volume de trafego. Amostras de solo foram coletadas no município de Campo Azul no trecho que liga este a rodovia MG-202. Os resultados apontaram que segundo a classificação MCT os solos não tem comportamento laterítico.

SILVA et al. (2010) coletaram amostras deformadas em uma rodovia não pavimentada, no município de Viçosa no estado de Minas Gerais. Dos 12 solos ensaiados, 7 apresentaram comportamento laterítico quando submetidos à metodologia MCT.

MÉLO (2011) investigou solos da Paraíba e do Rio Grande do Norte a fim de estudar as características químicas, físicas e mecânicas desses solos para classificá-los nas diversas metodologias (AASHTO, USCS, MCT). Os solos quando avaliados quimicamente apresentaram Si, Fe e Al típicos de solos de comportamento de natureza laterítica. E diante da metodologia MCT também foram considerados de comportamento lateríticos, um arenoso laterítico e o outro argiloso laterítico.

BORRÉ et al. (2013) estudaram um solo argiloso da cidade de Ijuí, região noroeste do Rio Grande do Sul, e seguindo a MCT classificaram o solo estudado como solo de comportamento laterítico argiloso (LG’). O solo apresentou uma resistência CBR de 10% na energia normal e expansão de 0,22%, para a energia intermediária e modificada os valores de CBR e expansão foram de 21% e 0,30% e 28% e 0,54%, respectivamente. O solo foi

classificado como A-7-5 pela classificação da AASHTO, apresentando valores de LL e IP iguais a 65% e 26%, respectivamente.

LIMA (2013) avaliou materiais utilizando os ensaios e classificação de solos lateríticos desenvolvida por Rodrigues et al. (2010). Três jazidas, situadas no Rio Grande do Norte, Pernambuco e Piauí, foram escolhidas por apresentarem tendência de solos com comportamento laterítico. Essa tendência foi observada em função do conhecimento das características dos materiais e de estudos prévios sobre a localização geográfica e da geologia da região. Os três solos foram classificados como solos lateríticos arenosos. Além disto, a nova proposta de classificação se mostrou satisfatória. A composição química e a gênese dos solos lateríticos constituem as bases fundamentais desta proposta de classificação. Os ensaios de análise química convencional, o ensaio de difração de Raios X e a Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) são suficientes para identificar os minerais constitutivos desses solos. No método são considerados: em primeiro lugar, a estrutura metaestável dos solos lateríticos, sensíveis às variações dos níveis de energia térmica e mecânica (influência do pré-tratamento dos materiais) e em segundo lugar as propriedades físicas e mineralógicas (a influência da composição química do solo) com relação à plasticidade, à dureza e à capacidade de suporte. A partir das informações sobre a gênese e a composição química, e pressupondo que os solos são lateríticos de origem, a classificação é realizada em função da granulometria (diâmetro de 80µm e de 2mm). Em seguida, as subdivisões em subclasses são estabelecidas, se baseando nas atividades das frações finas das amostras de solo (o valor do Azul de Metileno) e os comportamentos mecânicos a partir dos resultados de ensaios de degradabilidade, de fragmentação, de friabilidade, de limite de Retração e de suporte CBR.

Documentos relacionados