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6 ANÁLISE DOCUMENTAL DOS PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA: O

7.7 Principais fortalezas

Nas questões de 22 a 27 foi solicitado aos participantes que descrevessem o principal ponto forte e ponto fraco para cada ano do programa, segundo suas vivencias obtidas durante a RM. Seus resultados e discussões estão dispostos de maneira separada por ano.

Foi registrado, para o ponto forte do R1 (questão 22 do Apêndice B), 50 observações, dispostas em 3 categorias. Segundo gráfico 24 abaixo, percebe-se que a maior parte dos entrevistados (n=35, 70%) reconheceu a prática obstétrica em assistência ao parto como ponto forte para o primeiro ano. Justificativas para isso são vistas em respostas transcritas, como essas a seguir:

“Grande número de partos e pequeno número de R1, apenas 3, não tinha como não aprender obstetrícia.” (Sujeito nº12)

“Muitos procedimentos obstétricos” (Sujeito nº 13)

É possível observar que o treinamento massivo em obstetrícia assistencial foi novamente valorizado. Apesar dos comentários sobre excessiva carga horária de plantão em unidade hospitalar ao longo do questionário, esta característica foi aproveitada pelos egressos, de modo que a intensa prática se tornou a principal fortaleza do programa. Outro fato que evidencia este aproveitamento é a segunda categoria mais frequente (n=12, 24%) nas respostas, o “Grande volume de atendimentos”.

Gráfico 24 – Percentual de observações por categoria para questão 22

Fonte: Dados da pesquisa. Autoria própria.

Sem dúvida, ao somar grande demanda de atendimento ao maior tempo dedicado ao plantão obstétrico, é possível obter número significativo de oportunidades de aprendizado e solidificação das habilidades de um especialista. Isso garantiu a segurança em procedimentos obstétricos registrada na questão 15 (gráfico 17), com satisfação de 90,2% (n=37) dos egressos para esse treinamento durante o programa, como já discutido no item 7.3.

Para o R2 foram registradas 52 observações sobre suas principais fortalezas (questão 23 do Apêndice B), que após transcrição e análise, foram agrupadas em 6 categorias (Gráfico 25). Estas categorias podem ser melhor visualizadas no Apêndice D. A maioria das observações (n=25, 48,08%) se enquadrou na categoria “Aprendizado em subespecialidades obstétricas”. Isso mostra que, apesar de apresentar carga horária reduzida para esta atividade no segundo ano, comparada com o preconizado pela CNRM, conforme já discutido anteriormente, foi valorizada pelos egressos, sendo considerada significativa para o aprendizado da especialidade. A categoria “Aprendizado em subespecialidades ginecológicas” também foi destacado, porém em menor proporção (n= 6, 11,54%).

Gráfico 25 – Percentual de observações por categoria para a questão 23

Fonte: Dados da pesquisa. Autoria própria.

Uma quantidade razoável (n= 9, 17,31%) de observações está na categoria “Amadurecimento pessoal e interprofissional”, a qual foram incluídas respostas como as transcritas “Aumento das responsabilidades” (sujeito nº 9) e “Organização e amadurecimento” (sujeito nº 38). Esta fortaleza do programa deve ser destacada, pois mostra crescimento importante para o desenvolvimento do profissional e representa um dos objetivos, segundo a CNRM, a ser alcançado após conclusão do programa, como é evidenciado no Anexo A.

Somando as três categorias com maior porcentagem de observações, percebe- se que, para o segundo ano do programa, deve ser destacado o aprendizado em subespecialidades obstétricas e ginecológicas e o amadurecimento do profissional, totalizando porcentagem acumulada de 76,93% (n=40) das observações recebidas.

Menos de 10% (n=5, 9,62%) das respostas foram incluídas na categoria “Redução da carga horária em relação ao ano anterior”, mostrando que alguns egressos se beneficiaram com o menor número de plantões no segundo ano. Poucas observações foram registradas nas categorias “Aprendizado cirúrgico” e “Não teve ponto forte a ser mencionado” mostrando percentual menos significativo (gráfico 25). Para a pergunta sobre o ponto forte do R3 (questão 24 do Apêndice B), foram analisadas 56 observações, sendo elas dispostas em 6 categorias ilustradas no gráfico 26. Essas podem ser melhor visualizadas no Apêndice D. Percebe-se que a categoria que teve maior número de observações foi “Procedimentos cirúrgicos de

média e alta complexidade” (n=20, 35,71%). Isso mostra que mesmo com carga horária inferior ao proposto pela CNRM, como visto anteriormente no gráfico 5, as atividades em centro cirúrgico são bem aproveitadas e valorizadas pelos egressos.

Em segundo lugar ficou a categoria “Prática obstétrica”, com 23,21% (n= 13) das observações registradas na pergunta 24 (Apêndice B). É possível observar que as atividades de subespecialidade obstétrica prevalecem nas principais fortalezas mencionadas para os três anos do programa, configurando a obstetrícia como subárea de forte impacto no aprendizado do egresso.

Gráfico 26 - Percentual de observações por categoria para questão 24

Fonte: Dados da pesquisa. Autoria própria.

Com percentual parecido está a categoria “Prática em subespecialidades ginecológicas e obstétricas”, com 21,43% (n= 12) das observações. Igualmente ao ocorrido com atividades em centro cirúrgico, observa-se aqui valorização do treinamento em subespecialidades mesmo tendo observado carga horária menor do que o preconizado pela CNRM, visto no gráfico 5. A categoria “Amadurecimento pessoal e profissional” continua com sua importância, sendo evidenciado percentual de observações significativo (n=6, 10,71%) para essa categoria no terceiro ano. As categorias “Não teve ponto forte a ser mencionado” e “Diminuição da carga horária em relação aos anos anteriores” tiveram porcentagem semelhante e não foram consideradas significativas, em comparação com as demais.

É possível observar, após analisar as fortalezas mencionadas para os três anos, que as atividades obstétricas têm grande relevância para o aprendizado dos egressos durante todo o curso do programa. O aprendizado em subespecialidades é evidenciado no segundo e terceiro ano, bem como o amadurecimento pessoal e profissional. Há um grande aproveitamento das atividades em centro cirúrgico no terceiro ano, apesar de sua carga horária atualmente ser considerada inferior àquela proposta pela CNRM. Estes achados auxiliam no mapeamento do programa, possibilitando entender o perfil profissional do especialista que é formado ao concluir a residência.