Dentre os diversos programas de incentivo e apoio à educação sob a gestão do governo brasileiro, destacam-se, neste estudo, os que se mantiveram constantes e presentes no período analisado, tanto na Educação Básica, quanto na Educação Superior. Abaixo, explana-se acerca de cada um destes, de forma individualizada.
2.6.1 Programas com maior relevância de apoio à Educação Básica
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB)
Criado pela Emenda Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei Nº 11.494/2007 e pelo Decreto Nº 6.253/2007, o FUNDEB surgiu em substituição ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF). Trata-se de um fundo peculiar de caráter contábil e de âmbito estadual, composto por recursos originários de impostos e transferências dos estados, Distrito Federal e municípios, além de parcelas de recursos federais complementares, tendo vigência estabelecida até o ano de 2020.
Os recursos são distribuídos com base no número de alunos matriculados na educação básica, sendo o Município responsável pela verba destinada aos alunos da educação infantil e do ensino fundamental I e o Estado responsável pela cota referente ao ensino fundamental II e médio. A verba do FUNDEB, segundo o sítio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), é composta por 20% das receitas referentes ao: FPE, FPM, Imposto sobre Circulação de Serviços e Mercadorias (ICMS), IPI, IPIexp., Desoneração das Exportações, Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e
Doações (ITCMD), Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Cota de 50% do ITR devida aos municípios.
Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)
O PDDE teve sua criação em 1994 e regulamentação posterior quando da criação da Medida Provisória 2.100-30/2001 de 23/03 de 2001 que, dentre outras regulamentações, dispunha sobre a instituição do Programa Dinheiro Direto na Escola, que tem por escopo fornecer assistência financeira de caráter suplementar às escolas públicas (estaduais, municipais e distritais) e entidades educacionais privadas, sendo estas sem fins lucrativos. O valor do repasse, de acordo com dados do Ministério da Educação, é baseado no número de alunos matriculados, conforme o Censo Escolar do ano anterior e tem por prioridade de execução obras de adaptação de estrutura física para a criação de laboratórios de informática, bem como visando à garantia de acessibilidade de alunos portadores de necessidades especiais.
Recebem parcela suplementar no percentual de 50% do valor normal as escolas rurais e as escolas urbanas de ensino fundamental que atingiram a média intermediária do IDEB. Com a transformação da Medida Provisória na Lei nº 11.947, de 16 de Junho de 2009, houve a ampliação do PDDE para toda a educação básica, ou seja, passou a contemplar escolas do ensino infantil ao ensino médio.
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)
Um dos mais antigos programas de incentivo à educação, com mais de 80 anos de história, iniciou com outra denominação no final dos anos 20, mas com a mesma finalidade. A origem está na criação do Instituto Nacional do Livro (INL) em 1929 e, passada cinco décadas, após alguns Decretos e Portarias, surgiu o PNDL, com a edição do Decreto nº 91.542 de 19 de Agosto de 1985. Deliberando maior autonomia aos professores para indicar livros didáticos, instituiu a reutilização do livro, eliminando o seu descarte imediato. Alterações mais relevantes ocorreram nos anos 2000, com o atendimento aos alunos com deficiência visual, ao serem ofertados livros escritos em
braile e em libras.
De acordo com o sítio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o PNLD compra e distribui os livros didáticos aos alunos, tanto àqueles que estão matriculados na modalidade regular, quanto aos que estão inseridos nos programas de educação de jovens e adultos. A edição e distribuição dos livros são feitas de tal modo que cada exemplar “circula” durante três anos consecutivos entre alunos, exceto os livros de língua estrangeira, alfabetização linguística e matemática no ensino
fundamental; no ensino médio, os alunos recebem os livros (consumíveis) de sociologia e filosofia, que serão utilizados durante os três anos e o livro de língua estrangeira a cada ano, sendo os demais inconsumíveis.
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)
Também conhecido como merenda escolar, o PNAE teve origem nos anos 40, quando da defesa, de acordo com o sítio do FNDE, do antigo Instituto de Nutrição de oferta de alimentação ao aluno em idade escolar. Entretanto, a implementação só se tornou concreta uma década após. Até o ano de 1993, a elaboração de cardápios para as escolas, o processo licitatório para a aquisição de mantimentos e o controle de qualidade dos alimentos era realizada única e exclusivamente pelo órgão gerenciador do programa; no ano seguinte, a coordenação e gestão destas ações passou a ser municipalizada e cada município que faz parte do programa exerce o seu controle, por intermédio da Secretaria de Educação Municipal.
Com o advento da Medida Provisória nº 2.178 de 26 de Junho de 2001, surgiu a obrigatoriedade de que 70% dos valores transferidos pelo Governo Federal sejam aplicados na compra de produtos básicos, de acordo com a necessidade de cada região, fiscalizados pelo Conselho de Alimentação Escolar (CAE), formado por membros da comunidade, pais de alunos, professores e representantes dos poderes Executivo e Legislativo. A cobertura do programa é referente a 200 dias letivos e a elaboração de cardápio passou a ser de responsabilidade de um nutricionista, capacitado sob o acompanhamento do CAE. Quanto à prestação de contas, deve ser realizada até a segunda quinzena de fevereiro do ano subsequente ao do recebimento, devendo ser incorporado ao novo orçamento o valor residual.
2.6.2 Programas com maior relevância de apoio à Educação Superior Programa Universidade para Todos (PROUNI)
Instituído pelo Governo Federal em 2004, o programa concede bolsas de estudo integrais e parciais em instituições privadas de ensino superior a alunos que não possuem diplomas de graduação. Para concorrer às bolsas do PROUNI é necessário que os candidatos realizem as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e obtenham pontuação mínima de 450 pontos na média das provas do exame e pontuação
superior à zero na redação. Caso o candidato seja contemplado com bolsa parcial de estudos, pode recorrer ao Fundo de Financiamento Estudantil (FIES).
Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior (FIES)
O FIES é o programa de financiamento estudantil oferecido pelo Ministério da Educação aos alunos regularmente matriculados em instituições de ensino superior presencial, privado, que tiveram avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. Após o ano de 2010, para ingressar com pedido de financiamento de estudos, é necessário que o candidato tenha realizado o ENEM, exceto professores da rede pública de ensino em pleno exercício. Para tanto, é preciso apresentar declaração ou documento que comprove a condição de membro do quadro efetivo de professores da Secretaria de Educação do Estado ao qual está vinculado.
Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI)
Com o objetivo de estimular o desenvolvimento do ensino público, o Governo Federal instituiu por meio do Decreto nº 6.096 de 24 de Abril de 2007, o programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais com o intuito de que as Instituições Públicas Federais de Ensino Superior tenham condições de, até o ano de 2012 – de acordo com informações constantes no sítio do FNDE, aumentar o número de vagas e turnos de cursos oferecidos, promovam inovações pedagógicas – diminuindo, assim, o número de evasões e as diferenças sociais existentes no país.
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS
Neste capítulo encontra-se abordada a maneira pela qual foi executada a pesquisa, os meios e métodos utilizados, a caracterização desta, bem como os principais aspectos operacionais para a execução do presente estudo.