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4 PROPOSTA DE RECONFIGURAÇÃO DINAMICA DE AGENTES MÓVEIS IPv4 EM REDES MANET

4.3 PROBLEMAS DE PERDA DE CONECTIVIDADE DOS AGENTES NO MIP E PROPOSTA DE SOLUÇÕES

Nas redes MANET, não existe uma rede infraestuturada que possa permitir um maior controle dos seus nós quando esses forem se deslocar de uma rede para outra, mantendo o acesso aos serviços que eles tinham na rede MANET de origem na rede MANET de destino (ou estrangeira) ininterruptamente, ou de forma transparente como oferecido pelo protocolo MIP.

A Figura 4.2 apresenta o sistema sugerido possuindo um caminho virtual entre os nós de origem e destino (o nó móvel de destino representado era originalmente da RDAIPM1). Os dados deixam a origem passando pelo MHA e MFA ativos; ambos servirão como as extremidades do túnel até o nó de destino desejado. Quando fora da Home Network, todas as transações de dados entre os MNs precisam ser entre os agentes ativos, de modo que os mecanismos MIP se comportem da mesma maneira quando eram parte de uma topologia WLAN convencional. O processo de roteamento é suportado pelo protocolo de roteamento usado, nessa proposta usa-se o AODV, por todo o caminho da MANET.

Figura 4.20 - Novo MIPv4 em MANET.

A necessidade de se ter um acesso à Internet para esses tipos de nós foi estudada em vários trabalhos de pesquisas, tais como o MIPMANET [45] no qual os nós MIP podem ter acesso à Internet através de Gateways, sendo eles agentes FA, que implementam tanto os protocolos MIP quanto algum protocolo de roteamento, como o AODV. Daí se originou parte da proposta desta tese de se integrar o MIP e protocolos de roteamento, como o AODV, para reconfiguração dinâmica dos agentes de mobilidade em redes MANET, permitindo o registro dos nós que entram e saem de sua área de cobertura, sem os HA e FA mantidos na rede infraestuturada, e sim dentro de cada rede MANET.

Diferentemente do que foi proposto em [31, 35, 45, 47], aqui se ressalta o uso de Agentes Móveis (MA) MIP, tendo a possibilidade de se deslocar dentro da área de cobertura MANET de origem. Em tais condições, os serviços previamente associados ao MHA e MN devem ser mantidos quando o MN estiver fora de sua rede de origem. No caso de uma falha no MHA, os serviços disponibilizados ao MN seriam afetados.

Uma solução para tal problema seria a duplicação dos MAs dentro de cada rede MANET garantindo ao nó acesso aos serviços a ele providos pelo MFA e MHA. Sendo assim, cada nó nessa nova abordagem se tornaria possível candidato para ser um futuro MA. Por isso, a proposta de ter-se um MA ativo e um MA passivo cujos mecanismos de seleção serão discutido na sessão 4.3. Dessa forma, sempre haverá um MA disponível para os demais nós da rede.

Entre outros problemas associados à coordenação e funcionamento de ambos protocolos aqui utilizados, MIP e AODV, o trabalho realizado em MIPMANET revela fatores aos quais a presente tese também terá de lidar, tais como:

• No ambiente MIP, o foreign agent e o nó visitante móvel sempre mantém uma conexão através da camada de enlace. A rede MANET, por sua vez, permite uma conectividade por saltos, ou seja, sem haver a necessidade de ter uma conexão de enlace entre um nó de origem e de destino para envio e recepção de pacotes. Assim sendo, tem-se um dos problemas de se incorporar o MIP dentro da rede MANET. Os mecanismos de encaminhamento dentro dessa rede devem ser revistos, os nós e os agentes MIP têm de fazer uso do protocolo de roteamento da rede multihop para poderem trocar mensagens de sinalização e de dados como ocorre na rede infraestuturada.

• O broadcast das mensagens de anúncio do MIP numa rede WLAN infraestuturada é menos danoso quando comparada ao cenário MANET. Isso porque o broadcast na infraestuturada é realizado somente no enlace ao qual todos os nós estiverem conectados. Mas, nas redes MANET, a propagação de tais mensagens é feita de nó a nó, i.e, o nó que for receber um Flooding tem de encaminhá-lo para os(s) nós(s) vizinhos e isso até chegar aos últimos nós da área de cobertura. Uma provável solução seria diminuir o envio desse Flooding não impactando o mecanismo de funcionamento do MIP, ou então fazer o unicast dessas mensagens para o nó que for solicitar o serviço do MA. Como a proposta é trabalhar com redes MANET totalmente MIP, o uso do Flooding é preferível, junto com o aumento do tempo entre cada Flooding.

• O protocolo AODV sempre inicia o roteamento de dados de uma fonte de origem <Source_addr> para uma fonte de destino <Dest_addr> da rede. Tomando a Figura 4.1 como exemplo, um MN da rede RDAIPM1 tendo se deslocado até a rede RDAIPM2 e querendo manter um serviço TCP oferecido por outro MN da RDAIPM1, terá os seus datagramas perdidos pelo fato do AODV rotear os pacotes entre ambos MNs sem passar pelos MAs (MFA e MHA). Isso inviabiliza o funcionamento dos MAs em tal ambiente

MANET. A solução proposta, igual à apresentada em [45] para descoberta de Gateways a fim de prover acesso a Internet, é de usar rotas <rt_DEFAULT> para encaminhamento dos dados referentes aos nós MIP.

Dessa maneira, os MHA e MFA seriam os default gateways para cada nó MIP e os mecanismos de tunelamento seriam novamente incorporados independentemente de quantos nós estiveram entre o grupo {<MN,MHA>;<MHA,MFA>;<MFA,MN>}.

4.3.1 - IP Móvel em redes Ad Hoc

A proposta MIP atual consiste em suportar a mobilidade IP em diferentes ambientes. O HA, sendo um roteador localizado na Home Network, provê informação de localização de serviço para o nó móvel, quando o mesmo se encontra fora de casa, e funciona como uma das pontas do túnel a ser formado durante a transação de dados. Localizado na sua Home Network, o nó móvel usa seu home address para receber e enviar dados para outros nós em sua área (atuando como nós correspondentes). Ao se mover para uma rede estrangeira, o nó recebe um COA na sua nova localização e estará apto a manter sua comunicação de dados enquanto em roaming, Figura 4.2. Para facilitar a transação de dados entre o HA e o MN, um FA é usado como a outra ponta do túnel durante o processo de envio das mensagens registration request e registration reply e durante o intercâmbio de dados.

O protocolo de roteamento a ser utilizado nesta tese para análise de desempenho é o AODV [6], por ser mais confiável e de melhor escalabilidade que o DSDV. O AODV é um protocolo reativo que utiliza mensagens Route Request (RREQ) e Route Reply (RREP) para descoberta de rotas entre os nós Ad hoc.

Nas redes Ad hoc não há uma infra-estrutura que permita um grande controle dos MNs. Quando eles se movem de uma rede IP para outra, seus serviços correntes deveriam permanecer disponíveis quando requisitados na rede Ad hoc estrangeira, de maneira similar ao que acontece numa rede infraestuturada. Para isso, o MIP e a MANET deveriam ser combinados para permitir o registro de qualquer nó móvel entrando e saindo de sua área de propagação e forçando todas MANETs a implementar um Mobile Home Agent e um Mobile Foreign Agent (chamados nesta

tese de MHA e MFA), para estabelecer a conectividade dos nós. A Figura 4.3 apresenta uma rede infraestuturada com implementação do protocolo MIPv4, sendo a topologia mais utilizada para quem for implementar a mobilidade na camada 3 dentro de sua rede privada [1,3,5,7-12,14,18-21,35,45].

Figura 4.3 - Estrutura MIPv4 atual.

Na Figura 4.4, tem-se uma primeira visualização do que seria o MIPv4 na MANET: duas redes móveis implementando RDAIPM (possuindo agentes de mobilidade ativos e passivos) e se comunicando pela Internet, através de acesso a gateways. Como podem ser percebidos, os agentes de mobilidade estão completamente alocados dentro da MANET [51,61,62,64,65]. Os mecanismos de configuração e eleição desses agentes serão apresentados no item 4.6.

4.4 - PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA RECONFIGURAÇÃO DINÂMICA