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Problemas relacionados com a medicação

HIPERTENSÃO VENOSA

1.7. Papel do farmacêutico

3.4.4. Problemas relacionados com a medicação

Todos os DE tinham já uma boa noção de que tratavam de DPM e do que isso implicava. Todos eles cumpriam o seu plano terapêutico de forma correta e sabiam, na grande maioria dos casos, para que servia cada um dos medicamentos que tomavam. Tendo isto em conta, nenhum dos DE estava em risco de vir a desenvolver algum tipo de PRM.

3.5. Discussão

3.5.1. População em estudo

Começando a discussão com a população em estudo, seria de esperar de esperar um grau académico baixo em todos os DE. Tendo isto em conta, seria aceitável que DPM com menor for- mação académica menosprezassem a sua situação enquanto DPM e que estivessem menos es- clarecidos acerca da sua condição. De facto, não foi essa a situação que pude observar ao con- versar com os doentes. Todos eles estavam perfeitamente esclarecidos acerca da sua condição e todos, sem exceção, tinham consciência que tinham de cumprir escrupulosamente o seu plano terapêutico por forma a evitar PRM. Não obstante, há que ter em conta que a participação neste estudo era voluntária e que, por isso, pode ter ocorrido algum tipo de viés de seleção. Na realida- de, abordei bastantes utentes que não se mostraram interessados em participar e alguns destes de facto beneficiavam de algum tipo de acompanhamento e/ou esclarecimento acerca da sua me- dicação. Com isto quero dizer que os DPM que aceitaram participar já tinham alguma noção de que este tipo de acompanhamento farmacêutico será sempre benéfico para o doentes pois nin- guém sabe tudo, havendo sempre possibilidade de melhoria e esclarecimento.

3.5.2. Polimedicação

No que respeita à polimedicação em si, não esperava ver doentes a tomarem 10 ou até mesmo 16 medicamentos por dia. Mesmo assim, os DE que mais medicamentos tomavam tinham o cui- dado de terem sempre consigo toda a medicação que tomavam e, para além disso, tinham tam- bém a preocupação de visitar o médico com mais frequência a fim de controlar de forma mais pe- riódica a sua situação patológica.

Analisando os grupos de medicamentos mais tomados, os resultados vão também de encontro ao que seria de esperar, sendo as doenças do foro cardiovascular e psicológico as mais comuns.

No entanto, há que chamar à atenção para o grande número de psicofármacos a serem tomados pelos DE, muitos deles tomando vários, e diferentes, por dia. De facto, esta não é uma situação nova e a maior parte dos DE desvaloriza a sua toma bem como os efeitos secundários, situação que me parece urgente de ser, pelo menos, diminuída.

Daquilo que pude apurar durante as entrevistas, nenhum dos DE estaria em risco de desenvol- ver PRM. No entanto, uma só entrevista não é suficiente para determinar tais problemas, já que a revisão terapêutica e o rastreio de PRM é um trabalho contínuo, que requer uma investigação bas- tante mais aprofundada (e em conjunto com mais profissionais de saúde) do que aquela que era entendida ser feita durante este trabalho.

3.6. Conclusões

Com este trabalho pode-se concluir que a prevalência de DPM é ainda considerável e que to- dos os profissionais de saúde devem trabalhar no sentido de se diminuírem os PRM. De facto, abordar DPM e pôr em questão o conhecimento que foram adquirindo ao longo dos anos não é fácil e nem sempre é uma intervenção bem-vinda por parte destes doentes. No entanto, cabe aos profissionais de saúde, em especial os farmacêuticos, já que têm um contacto mais pessoal com os doentes, consciencializá-los sobre a polimedicação e dos problemas que dela podem advir.

3.7. Papel do farmacêutico

Este trabalho foi, sem dúvida, uma mais valia quer para os utentes da FS quer o próprio funci- onamento da FS.

Os DE puderam ver a sua medicação, parâmetros bioquímicos e hábitos revistos de forma gra- tuita e foi-lhes dada ainda a possibilidade de, num ambiente privado e pessoal, terem as suas eventuais dúvidas esclarecidas. Estas mais valias foram espelhadas no agradecimento que todos dos DE me fizeram.

O funcionamento da FS saiu também beneficiado com este trabalho. Até aqui, não havia o há- bito de criar fichas de acompanhamento dos utentes no SI, situação que tornava o atendimento ao público mais demorado e propenso a maiores erros, especialmente a troca de medicamentos ge- néricos. Com este trabalho, a FS passou a criar fichas de acompanhamento no SI, hábito que, se realizado de forma habitual e metódica, irá, num futuro próximo, permitir a criação de um histórico de consumos de cada utentes, culminando num atendimento mais rápido, personalizado e seguro.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde o momento da aquisição até à dispensa do medicamento, o farmacêutico tem um papel fundamental para que não ocorra qualquer tipo de erro. O farmacêutico é o profissional de saúde que assegura a proteção dos doentes, fornecendo as informações necessárias para o uso correto do medicamento, respondendo forma objetiva e pertinente a qualquer dúvida do utente, promo- vendo, assim, o uso racional do medicamento. O farmacêutico deve, desta forma, estar apto a in-

tegrar uma equipa multidisciplinar, adquirir novas competências e ser uma mais-valia enquanto profissional da saúde.

Estes meses foram muito profícuos e pautaram-se por um enriquecimento em conhecimentos práticos e teóricos, sentindo-me, assim, preparado para vir a desempenhar uma carreira profissio- nal nesta área.

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