• Nenhum resultado encontrado

3. LEVANTAMENTO GEOMÉTRICO

3.1. Procedimento adotado para execução do levantamento

Inicialmente estava previsto circunscrever o levantamento geométrico à região de Bragança, mas para se ter uma visão mais alargada escolheu-se analisar uma amostra que englobasse o distrito todo.

Um dos critérios adotados desde início para escolha das pontes do estudo foi que estivessem ainda sujeitas a utilização rodoviária, recaindo a escolha essencialmente sobre as pontes inseridas na rede de estradas nacionais do distrito.

36 João Jorge Carrazedo de Jesus

O primeiro passo tomado para selecionar e localizar as pontes foi perguntar à Estradas de Portugal, S.A. (EP), se tinham algum tipo de cadastro ou levantamento das pontes existentes, os quais prontamente responderam favoravelmente após tomarem conhecimento do conteúdo e âmbito deste trabalho.

Foi assim disponibilizando pela EP um inventário que continha todas as pontes de alvenaria em arco inseridas na rede rodoviária nacional do distrito de Bragança.

O segundo passo consistiu em analisar toda a informação obtida.

O inventário facultado continha alguns dados como a localização, número de vãos e sua dimensão, largura do tabuleiro, altura de pilares e comprimento dos muros de suporte entre outros, como a informação disponibilizada era insuficiente para fazer a caraterização geométrica pretendida tornou-se necessário complementar estes elementos através de um levantamento “in situ”.

O terceiro passo consistiu em localizar as pontes.

No inventário disponibilizado pela EP, estas são identificadas/localizadas recorrendo ao nome da via (EN), quilómetro (km) a que estão e também georreferenciadas em coordenadas retangulares (M;P) no sistema Datum 73. Neste trabalho para além da identificação anterior é-lhes atribuído um número de identificação próprio de 1 a 71.

Do inventário facultado pela EP constam 68 pontes, às quais foram depois adicionadas mais três pontes, nomeadamente a ponte de Vieiro (nº 57), a ponte velha de Gimonde (nº 70) e a ponte da Arranca (nº 71), que pelas suas caraterísticas e história, se consideram interessantes para o estudo, totalizando uma amostra de 71 pontes.

Na tabela 3.1 pode-se ver a distribuição das pontes da amostra por concelho do distrito de Bragança. Concelho Nº de pontes Bragança 21+1 Vinhais 3+1 Macedo Cavaleiros 8 Mirandela 9 Vila Flor 6+1 Alfândega da Fé 6

Freixo de Espada à Cinta 8

Torre de Moncorvo 2

Mogadouro 4

Miranda do Douro 1

João Jorge Carrazedo de Jesus 37

Para proceder à sua localização exata recorreu-se primeiramente ao Google Earth, onde foi necessário transformar as coordenadas retangulares no sistema Datum73, do inventário disponibilizado pela EP, para o sistema WGS84.

Para o efeito recorreu-se uma aplicação disponibilizada na página da internet do Instituto Geográfico Português http://www.igeoe.pt/utilitarios/coordenadas/trans.aspx.

Apresenta-se de seguida um mapa (figura 3.1) com a localização das pontes em arco de alvenaria da amostra selecionada.

Figura 3.1 - Localização das pontes em arco de alvenaria da amostra selecionada no distrito de Bragança

No anexo I, junta-se este mapa de estradas do distrito de Bragança, onde estão identificadas as pontes em arco de alvenaria da amostra selecionada.

38 João Jorge Carrazedo de Jesus

O quarto passo consistiu na criação de uma folha de medições base para registar as medições a levantar “in situ”, figura 3.2, adaptável aos vários tipos de ponte em análise, que previamente se preencheu com os dados disponibilizados pela EP, para cada uma das pontes.

Figura 3.2 - Folha de medição tipo

Coordenadas: Ano Construção:

Perfil Transversal:

Perfil Longitudinal:

Vãos = Comprimento dos Muros de Suporte [m] Outras Caraterísticas:

Entrada Saída m

m m m

Altura dos encontros [m] m m m2

Largura do tabuleiro [m] Km/h Pilares = Parâmetros Geométricos: Quadro Resumo:

Classe de profundidade relativa → r / s =

Arco abatido 0,00 0,25

Arco semi-abatido 0,25 0,40 Arco profundo 0,40

Categoria em função do vão → s = Arco de pequeno vão 0,0 7,5

Arco de médio vão 7,5 15,0 Razão esp. arco / altura t / r = Arco de grande vão 15,0

Fotografias:

Fotografia da ponte

Fotografias da ponte noutras prespetivas

Razão larg. pilar / vão W / s = Razão larg. / altura pilar W / H = < s

< s ≤

H = Largura do maior pilar W = < s ≤ Razão esp. arco / vão t / s =

Altura do pilar < r / s ≤ Espessura do arco t = < r / s Enchimento total h = C a ra te st ic a s d o P il a r [m ]

Nº Pilar Largura (W) A. Total (H) Visível Altura

Atual Gabarit hor. Zona Sísmica

Vão maior s =

< r / s ≤ Altura do arco r = Velocidade Original

Material de construção

Saída Comprimento Total

Entrada

Área do Tabuleiro Esquerdo

Altura fundação visível [f] Altura visível ao leito [p]

Ano Alteração: Alvenaria Alargada: Data:

C a ra te st ic a s d o V ã o d o A rc o [ m ]

Nº Vão Livre (s) Teórico (s

t) Altura (r)

Esp. do arco (t) Ench. (h)

Altura do guarda corpos [g] Direito Direito Altura cornija tabuleiro [c1]

Esquerdo Altura cornija no arco [c2] CARATERÍSTICAS GEOMÉTRICAS

Nome da ponte: Ponte nº:

João Jorge Carrazedo de Jesus 39

Para maximizar o número de levantamentos, no trajeto mais curto, procedeu-se ao planeamento de rotas.

Após completados todos os passos anteriores, iniciou-se o trabalho de campo com o levantamento das caraterísticas geométricas e registo fotográfico das pontes da amostra em diferentes planos.

Para efetuar as medições, foi usado como equipamento dois tipos de fitas métricas (figura 3.3) e um laser com sensor de inclinação associado a um tripé (figura 3.4), usado para obter tanto distâncias horizontais como verticais.

Figura 3.3 - Fitas métricas

Figura 3.4 - Distanciómetro laser com sensor de inclinação e tripé

Numa das fitas, como se vê na figura 3.3, foi necessário, adaptar um peso que mantivesse a fita esticada e permitisse retirar alturas desde o tabuleiro, isto ocorria quando a envolvente devido à arborização não permitia a utilização do laser.

Em cada ponte foram inicialmente confirmadas as medições constantes no inventário da EP. Sempre que as condições de acessibilidade, terreno e limpeza da arborização o permitiam, foi visitado o desvão das pontes para fotografar e efetuar as dimensões diretamente. Quando tal não foi possível, as alturas foram medidas indiretamente por diferença de cotas, recorrendo ao distanciómetro laser, ou com a fita com o peso na extremidade.

40 João Jorge Carrazedo de Jesus

Relativamente à fiabilidade das medidas dadas pelo laser com sensor de inclinação, foram por diversas vezes confrontadas com medições feitas de fita métrica, as quais sempre coincidiram.

Aproveitando a ocasião, foram complementarmente levantados outros parâmetros geométricos, para além dos essenciais à caracterização geométrica pretendida por este estudo. Para cada uma das 71 pontes da amostra selecionada para o estudo, apresenta-se em anexo, nas folhas de medição um registo fotográfico, bem como todos os parâmetros geométricos levantados por medição “in situ”.

No final foi compilado todo o levantamento e introduzidas as medidas essenciais à caraterização geométrica correspondente a cada ponte, devidamente identificada, que constam no anexo II.

Documentos relacionados