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CAPÍTULO 2 ― DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

2.11 Procedimento de análise de dados

A análise dos dados ocorreu em 8 etapas.

Etapa 1: As respostas ao questionário foram inicialmente tabuladas e organizadas em

um banco de dados em um programa estatístico.

Etapa 2: Realizadas as análises descritivas obtendo as frequências, as médias e desvio

padrões que propiciaram a caracterização sócioprofissonal dos trabalhadores.

Etapa 3: Devido ao fato do instrumento solicitar ao respondente que apresentasse três

situações estressoras vivenciadas no contexto de trabalho nos últimos seis meses, fez-se

necessário a organização destas respostas em categorias de análise para o seguimento dos

trabalhos. Para tal, foi construída uma planilha com todas as respostas de modo a

operacionalizá-las e torná-las sistemáticas. Deu-se sequência ao processo de categorização

através do agrupamento temático das respostas, em razão de suas características temáticas

comuns conforme expresso no Quadro 4. Tais temas tiveram por base as referências em

dos participantes desta pesquisa (Cooper, 1986; Fernandéz-Castro & Edo, 1998; Júnior et al.,

2014; Servilha, 2005).

Subcategorias Situações estressoras

Problemas nas relações com os clientes “ Aluno alcoolizado tumultuando a aula.”

“Grito, ofensiva de aluno.”

“Incompatibilidade de crenças com os alunos.” “Destrato de clientes”

Problemas com gestores

“Assédio moral por parte da chefia.” “Conflito com a direção.”

“Ser obrigado por chefe a passar aluno sem mérito.” “Chefia autoritária.”

Problemas com colegas de trabalho

“Relacionamento ruim entre colegas.” “Conflito com um colega de trabalho.”

“Colegas arrogantes.” “Fofocas.”

Falta de estrutura para a realização do trabalho

“ Falta de material e recursos para o exercício de minhas atribuições.”

“Local de trabalho alagado por conta de infiltrações.” “Problema de quebra e falta de equipamentos.”

“Falta de material.” “Estrutura inadequada.”

Grande demanda de trabalho

“Não conseguir dar conta da demanda.” “Excesso de trabalho”

“Sobrecarga de trabalho.” “Excesso de carga horária.”

Pouco tempo para realização das atividades

“Falta de tempo para dar conta da demanda.” “Falta de tempo.”

“Acúmulo de trabalho por não conseguir concluir no prazo.” “Prazo mínimo para entrega de trabalho.”

“Desmaio de aluno.” ”Violência urbana.”

Outros

“Salário Insuficiente.”

“Dificuldade de chegar ao local de trabalho.” “Extravio de documentos.”

QUADRO 4. Descrição das subcategorias e respectivas situações estressoras identificadas.

Assim, inicialmente foram descritas algumas subcategorias: problemas nas relações

com os clientes, problemas com gestores, problemas com colegas de trabalho, falta de

estrutura para a realização do trabalho, grande demanda de trabalho e pouco tempo para

realização das atividades. Por fim, realizou-se o reagrupamento das subcategorias resultando

em quatro grandes grupos: (1) Problemas nas relações interpessoais, incluindo as relações

com colegas, usuários, gestores e outros setores, (2) Falta de condições de trabalho,

relacionadas a aspectos físicos e estruturais do ambiente de trabalho e, (3) Demandas X

Tempo, considerando a sobrecarga de trabalho em oposição a prazos insuficientes para a

realização dos mesmos e (4) Outros, considerando as respostas que não se enquadraram em

nenhum dos três grupos anteriores.

Etapa 4: Realizada a identificação das dimensões das estratégias de coping somando

os quatro fatores, do instrumento aplicado, correspondentes a cada uma delas: controle (itens

1,2,3 e 4); esquiva (itens 5,6,7 e 8) e manejo (itens 9,10,11 e 12).

Etapa 5: De posse da categorização das situações estressoras e da identificação das

dimensões das estratégias de coping, foi retomada a adaptação e redução da ECO para

identificar qual dimensão ou quais dimensões das estratégias de coping (controle, esquiva e

manejo) foi/foram utilizada(s) pelos trabalhadores em cada uma das situações. Considerou-se

para cada situação referida tanto o uso de apenas uma dimensão de coping, como também de

duas ou das três dimensões de coping. Tal adoção ocorreu devido ao fato do respondente ser

Etapa 6: seguiu-se a análise a partir dos resultados da EBES, na qual identificou-se os

escores de afetos positivos, afetos negativos e satisfação com a vida através da soma dos itens

correspondentes a cada domínio resultante da atribuição de pesos. Seguiu-se com a

identificação de suas médias sendo realizado o corte para avaliação dos níveis de BES em alto

nível e baixo nível.

Neste estudo, o corte para considerar os níveis de BES em alto ou baixo correspondeu

aos escores globais resultantes da soma dos escores dos afetos positivos de cada sujeito com a

soma dos escores da satisfação com a vida. Este resultado foi comparado ao total dos escores

dos afetos negativos sendo aqueles que apresentaram resultado maior na comparação foram

considerados como alto nível de BES. Logo, os que apresentaram resultado menor na

comparação, considerados com baixo nível de BES.3

Etapa 7: As relações entre as estratégias de coping adotadas e os níveis de BES foram

realizadas por meio de correlações de Pearson. Considerou- se como correlações

estatisticamente significantes as que apresentaram um p <0,01.

Etapa 8: realizada a correlação r de Pearson entre as variáveis sócioprofissionais

(idade, sexo, escolaridade, tempo de profissão, tipo de organização) com as dimensões das

estratégias de coping adotadas e os níveis de BES.

As informações obtidas são apresentadas em seguida sob a forma de tabelas e gráficos

sendo discutidas a partir do marco teórico do estudo.

3

EAP +ESV > EAN = Alto nível de BES EAP+ ESV < EAN = Baixo nível de BES

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