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2.7 ICMS Ecológico no Estado do Paraná

2.7.2 Procedimento do cálculo do ICMS Ecológico do estado do Paraná

O art. 5º da LC nº 59/91 traz que “os critérios técnicos de alocação dos recursos serão definidos pela entidade estadual responsável pelo gerenciamento dos recursos hídricos e meio ambiente”. Para isso, foi estabelecido, no Decreto nº 2.791/96, os critérios técnicos de alocação de recursos relativos a mananciais destinados a abastecimento público e unidades de conservação.

No entanto, para o presente estudo, será feita uma visualização destes critérios pela Portaria nº263/98/IAP/GP, que, com fulcro nas Leis Complementares Estaduais nºs 59/91 e 67/93, Decretos Estaduais nºs 2.791/96, 2142/93, 4.242/94, 3.446/97 e demais normas aplicáveis, normatizou os procedimentos em relação ao cumprimento do ICMS Ecológico por Biodiversidade, sendo instituída pelo IAP.

Esta Portaria trata, em seu capítulo I, da “criação, organização e atualização do Cadastro Estadual de Unidades de Conservação e Áreas Especialmente Protegidas”, constatando as seguintes orientações, segundo Loureiro (2002, p. 55):

a) Fica criado o Cadastro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC), que conterá os dados e informações essenciais sobre Unidades de Conservação de

domínio público e privado, federal, estadual, municipal e seu entorno, Áreas de Terras Indígenas e Faxinais. (Art.1º);

b) Para que o município seja beneficiado, a unidade de conservação deverá estar registrada, cumprindo requisitos que caracterizem seu estado de adequada conservação, inclusive quanto à sua efetiva apropriação social (Arts. 3º e 4º); c) O conceito de apropriação social (art. 3º, §3º);

d) Os procedimentos em relação aos casos de sobreposição (Art. 28);

e) Os procedimentos relacionados às RPPN no contexto do ICMS Ecológico (Arts. 4º e 6º);

f) Os procedimentos devidos para registro e manutenção de unidades de conservação no Cadastro Estadual de Unidades de Conservação (Arts. 4º e 5º); g) Os procedimentos em relação aos casos de aquisição de áreas para transformação

em unidades de conservação com apoio do ICMS Ecológico (Art. 8º);

h) Os procedimentos nos casos das Áreas de Proteção Ambiental - APA, definindo procedimentos adicionais visando dar garantias à efetiva implementação da unidade de conservação (Art. 9º);

i) Os procedimentos relacionados aos Faxinais (Art. 10);

j) O poder discricionário do IAP em alterar as categorias de manejo da unidade de conservação municipal, entre outros (Art.11).

O capítulo II, dos “Procedimentos de Cálculo”, assegura em seu art. 15 que um índice ambiental deverá ser calculado, por município, originado pela impossibilidade do uso do solo para atividades de produção de alto impacto, e outras atividades incompatíveis com a necessidade da conservação da biodiversidade, por constituir partes ou o todo dos territórios municipais, de Unidades de Conservação ou outras áreas especialmente protegidas, mensurado pelo Coeficiente de Conservação da Biodiversidade (CCB).

Para cada município que possua o Cadastro Estadual de Unidades de Conservação e Áreas Especialmente Protegidas, será calculado um “Índice Ambiental”, por consequência da necessidade da conservação da biodiversidade, fato que impossibilita o uso do solo para atividades de produção de alto impacto. Este Índice Ambiental, será calculado a partir da operacionalização dos conceitos e fórmulas contidas no Anexo II da Portaria nº263/98/IAP/GP.

Quadro 4: Conceitos e fórmulas dos Coeficientes de Conservação da Biodiversidade e índices ambientais, originados por Unidades de Conservação segundo as Leis

Complementares Estadual nºs 59/91, 67/93 e normas atinentes.

Notas e legendas:

i: variando de 1 até o total de nº de municípios beneficiados; j: variando de 1 ao nº total de Unidades de Conservação, a partir de suas interfaces, registradas no cadastro. CCBij = Coeficiente de Conservação da

Biodiversidade básico; Auc = área da unidade de conservação no município, de acordo com sua qualidade física; Am = área total do território municipal; Fc = fator de conservação, variável, atribuído às Unidades de Conservação em função das respectivas categorias de manejo; CCBIij = Coeficiente de Conservação da Biodiversidade por

Interface; ∆Quc = variação da qualidade da Unidade de Conservação; P = peso ponderado na forma do §2º do art. 3º do Decreto Estadual 2.791/96; CCBMi = Coeficiente de Conservação da Biodiversidade para o Município,

equivalente a soma de todos os Coeficientes de Conservação de Interface calculados para o município; FM2i =

percentual calculado, a ser destinado ao município, referente às unidades de conservação, Fator Municipal 2, ou índice ambiental.

Observando as fórmulas do quadro 6, primeiramente deve ser calculado o coeficiente de conservação da biodiversidade denominado de básico - CCBij, ou, para Loureiro (2002), quantitativo, por tratar apenas da criação de condições à mensuração do índice ambiental a partir de variáveis dimensionais e paramétricas. Onde as variáveis que qualificam uma unidade de conservação, Loureiro (2002, p. 57), “passam a fazer parte do processo ao agregar um “multiplicador” referenciado no CCB, representado pelo nível de variação positivo ou negativo, maior que zero, alcançado pela área protegida a partir de uma avaliação anual que se denomina aplicação da tábua de avaliação”. A este coeficiente denomina-se coeficiente de conservação da biodiversidade por Interface – CCBIij. Em seguida, pode-se calcular o coeficiente de conservação da biodiversidade para o Município, CCBMi. E por fim, o índice ambiental, FM2i, é calculado.

Ocorrendo sobreposição entre unidades de conservação, o artigo 28 da Portaria nº 263/98 do IAP determina que: "em categorias de manejo diferentes, optar-se-á pela categoria que implique maior índice ao município. Se as Unidades de Conservação forem da mesma categoria de manejo, a opção deve ser feita pela porção da UC que apresente maior escore de avaliação".

Esta Portaria menciona em seu capítulo III, a “democratização das informações”, apontando procedimentos de publicações. Segundo Loureiro (2002), haverá a publicação formal, na forma e prazos definidos pela Lei Federal nº 63/90. Deve ser publicado, no mês de junho, o índice ambiental provisório e, em agosto, o índice definitivo, assim, os municípios têm a oportunidade de formalizar questionamentos.

No seu quarto capítulo, do ponto de vista da “Gestão, Planejamento, Avaliação e Capacitação”, o ICMS Ecológico conta com três instrumentos, sendo eles: o Colegiado de Gestão Técnica - CGT, o Comitê Técnico-Científico e uma Auditoria Técnica Anual. Loureiro (2002) menciona que estas instâncias de gestão se prestam a garantir o planejamento e a gestão operacional do ICMS Ecológico, com vistas a cumprir os seus objetivos, ressaltados no quadro 5.

Quadro 5: Objetivos do ICMS Ecológico por Biodiversidade no estado do Paraná, de acordo com o art. 37 da Portaria nº 263/98.

Fonte: Loureiro (2002, p. 64).

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