• Nenhum resultado encontrado

2.2. Estudo 2 A Primazia da Moralidade sobre a Competência em situações de

2.2.1.2. Procedimento

2.2.1. 2.2.1.

2.2.1. MetodologiaMetodologiaMetodologiaMetodologia

2.2.1.1. Participantes

A amostra deste estudo é constituída por 58 participantes, 35 são do sexo feminino (60.3%) e 23 são de sexo masculino (39.7%). As suas idades estão compreendidas entre os 18 e os 26 anos (M = 20.34, DP = 1.48). Destes participantes 4 eram empregados (6.9%), 2 eram desempregados (3.4%) e 52 estudantes (89.7%).6

Nas manipulações utilizadas neste estudo, o número de participantes em cada uma delas são: Casados Responsável - Masculino: 14; Casados Responsável – Feminino: 15; Divorciados Responsável – Masculino: 15; Divorciados Responsável – Feminino: 14.

Tanto a Idade dos participantes como o Sexo são equivalentes através das condições experimentais (respetivamente,F3, 57 = 3.00, ns; χ22 < 1).

O plano experimental misto é o seguinte: 2 (Estado da Relação entre os Alvos: Alvos Casados vs. Divorciados) x 2 (Sexo do Responsável ou da Vítima: masculino vs. Feminino) x 2 (Alvo de Julgamento: Responsável vs. Vítima do endividamento no casal). Alvo de Julgamento é um fator intrasujeitos.

2.2.1.2. Procedimento

Os participantes foram abordados em locais públicos informais e foi-lhes solicitado que respondessem a um questionário no âmbito de uma investigação para a realização de uma tese de Mestrado Integrado em Psicologia. Foram fornecidas, aos respondentes, algumas informações que nos pareceram pertinentes: este questionário respeita o anonimato e por isso os dados fornecidos não permitem a identificação de qualquer respondente, os nomes atribuídos aos inquiridos aos avaliados são fictícios e por isso isentos de qualquer possível identificação. Foi ainda explicada a escala utilizada constituindo nossa preocupação que a atribuição dos valores fosse devidamente compreendida.

6 Foram eliminados 6 dos participantes deste estudo por não terem respondido a secções completas do

questionário. Os valores omissos foram substituídos pela média respetiva, ponderada por condição experimental. De todo o modo, são casos de impacto totalmente negligenciável: apenas 10 valores omissos

Este estudo incide sobre o casal em duas estados civis diferentes, casados ou divorciados. No início do questionário era apresentada um texto introdutório à temática do sobreendividamento, “Esta investigação tem por objetivo estudar o fenómeno do sobreendividamento. De facto, o endividamento das famílias portuguesas tem vindo a aumentar nos últimos anos. Uma das causas desse endividamento é a contração de vários empréstimos para suportar a aquisição de diferentes tipos de bens ou serviços. Com a proliferação de modalidades de acesso a crédito (cartão de crédito, linhas de crédito via telefone, crédito hipotecário, adiantamento do salário, etc.), dificuldades na gestão das finanças familiares pode levar à contração de mais dívidas do que é possível suportar com o rendimento habitual da família. Estas são as chamadas situação de sobreendividamento.”

Posteriormente, foi apresentada uma de quatro situações possíveis consoante a manipulação do fator de Contexto: (1) Casados Responsável -Masculino; (2) Casados Responsável - Feminino; (3) Divorciados Responsável - Masculino; (4) Divorciados Responsável – Feminino;

Nas situações apresentadas apenas variavam os causadores da situação de endividamento (Homem ou Mulher), e estado civil do casal em questão (Casados ou Divorciados). Os 2 membros do casal eram avaliados separadamente e com as mesmas características de avaliação para cada um deles.

Foram ainda apresentadas as 24 características utilizadas no estudo anterior e pedido que indicassem em que medida cada uma delas caracteriza as pessoas na situação anteriormente apresentada. Este procedimento foi realizado para cada um dos elementos do casal.

2.2.1.3. Medidas Dependentes

2.2.1.3.1. 2.2.1.3.1. 2.2.1.3.1.

2.2.1.3.1. AtribuiAtribuiAtribuiAtribuiçãçãçãçãoo deoodedede CaracterCaracterCaracterCaracteríííísticassticassticassticas dededede MoralidadeMoralidadeMoralidadeMoralidade eeee dededede CompetCompetêêêênciaCompetCompet ncianciancia aosaosaosaos AlvosAlvosAlvosAlvos Imediatamente após as manipulações experimentais era pedido aos participantes que julgassem as duas pessoas do casal envolvido da situação de sobreendividamento descrita (Responsável e Vítima). Foram empregues as mesmas 24 características descritas no Estudo 1.

O participante devia atribuir cada uma das características que operacionalizam as dimensões Moralidade e Competência a ambos os alvos de julgamento: -4 = Não caracteriza nada; 0 = Não caracteriza nem muito nem pouco; +4 = Caracteriza muito. Como descrevemos no Estudo 1, entre os 24 itens há 12 que têm valência inversa aos restantes: 6 relativos à Imoralidade e 6 relativos à Incompetência.

Neste segundo estudo, pela complexidade do plano devida ao fator intrasujeitos Alvo de Julgamento, criamos 4 medidas globais, uma de Moralidade, uma de Imoralidade, uma de Competência e uma de Incompetência.

Assim, criámos as seguintes medidas correspondentes à média do conjunto de itens que as compõem, relativamente ao à Vítima: Atribuição de Moralidade ao Alvo Vítima (6itens),α =0.91; Atribuição de Imoralidade ao Alvo Vítima (6 itens), α =0.94; Atribuição de Competência ao Alvo Vítima (7 itens),α =0.92. Atribuição de Incompetência ao Alvo Vítima (5 itens),α =0.93.

Relativamente ao Responsável: Atribuição de Moralidade ao Alvo Responsável (6 itens), α =0.84; Atribuição de Imoralidade ao Alvo Responsável (6 itens), α =0.86; Atribuição de Competência ao Alvo Responsável (7 itens), α =0.81. As medidas de Atribuição de Incompetência ao Alvo Responsável (5 itens) contrariamente às mesmas medidas na Vítima apresentam consistência interna inaceitável, α =0.40. Ou seja, pelo enorme contraste com a sua consistência nas atribuições à Vítima, o problema não é das medidas em si mesmas mas antes do contexto sociocognitivo em que são empregues: serem “aplicadas” ao alvo responsável pelo sobreendividamento. Mais ainda, as correlações entre itens e escala total variam entrer = 0 .12 e r = .40, globalmente baixas e sem diferenças de magnitude significativas.7A análise a esta situação inesperada tendo em

consideração os elevados valores de α de Cronbach destas mesmas medidas tanto no Estudo 1, como nas atribuições à Vítima no presente estudo, testamos os fatores que poderão estar na origem da mesma e verificámos que pelo menos um deles tem a ver com o Estado da Relação em que se encontra o Responsável: se Casado,α =0.06, se Divorciado α =0.56.8Um outro fator é o Sexo do Responsável: se Masculino,α =0.28, se Feminino α

=0.54.9 Entrando estes dois fatores na análise verifica-se que a baixa consistência interna

7A diferença mais elevada entre estas correlações é deZ

Fisher= 1.60,p= .110.

8A diferença entre as duas correlações médias (Casados,rmédio= .013; Divorciados,rmédio= .199) é deZ Fisher=

será devida essencialmente ao Estado da Relação em que o Responsável se encontra: se Casado e Masculino, α = .14; se Casado e Feminino, α = .21; se Divorciado e Masculino, α = .53; se Divorciado e Feminino, α = .66. Ou seja, a consistência interna apenas é totalmente inaceitável estatisticamente nas condições experimentais dos “casados”. Em face destas análises, optámos por efetuar uma medida correspondente à média destes itens, visto que: (1) as mesmas medidas se comportam de modo fortemente consistente nas outras condições experimentais e no Estudo 1; (2) a baixa correlação inter-itens é afetada pelo próprio plano experimental; (3) as médias e desvios padrão dos 5 itens são globalmente próximas.

Na prática, consoante a medida, valores negativos significam que os participantes consideram o alvo “imoral” ou “incompetente”, enquanto valores positivos indicam que consideram o alvo “moral” ou “competente” (valores entre -4 e +4).

2.2.1.3.2. 2.2.1.3.2. 2.2.1.3.2.

2.2.1.3.2. JulgamentoJulgamentoJulgamentoJulgamento GeralGeralGeralGeral dededede MoralidadeMoralidadeMoralidadeMoralidade eeee dededede CompetCompetCompetCompetêêêênciancianciancia

Esta medida é similar à do Estudo 1, com exceção da instrução: “Na sua opinião, [Pedro/Joana] é uma pessoa”.

2.2.1.3.3. 2.2.1.3.3. 2.2.1.3.3.

2.2.1.3.3. ImpressImpressImpressImpressããããoooo GeralGeralGeralGeral sobresobresobresobre osososos AlvosAlvosAlvosAlvos

Esta medida é similar à do Estudo 1, com exceção da instrução: “Em termos gerais, com que impressão fica acerca do/a [Pedro/Joana] ”.

2.2.1.3.4. 2.2.1.3.4. 2.2.1.3.4.

2.2.1.3.4. ResponsabilidadeResponsabilidadeResponsabilidadeResponsabilidade dosdosdosdos AlvosAlvosAlvosAlvos

Esta medida é similar à do Estudo 1, com exceção da instrução: “Na sua opinião, qual a responsabilidade do/a [Pedro/Joana] na situação de sobreendividamento desta família?”.

Documentos relacionados