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4.3.1 Obtenção dos dentes bovinos

Incisivos centrais inferiores hígidos erupcionados (n=18) de boi da raça Nelore, com idade entre 48 a 60 meses, foram extraídos após o sacrifício dos animais para consumo, no abatedouro Mafrical (Frigorífico Cariacica S.A., Cariacica, ES) - Figura 7a. Após a extração, os dentes foram acondicionados em cuba de plástico, contendo solução de timol 1% (ANTONINI et al., 2007; ZAGO et al., 2008), (ANEXO B) e mantidos sob refrigeração (ROMANO et al., 2004), até o início do experimento, a fim

de prevenir a desidratação e inibir eventual atividade bacteriana (XAVIER et al., 2009).

4.3.2 Limpeza dos dentes bovinos

Com o objetivo de remover resíduos de tecido gengival que estivessem aderidos à superfície dentária, os dentes foram limpos conforme o protocolo de biossegurança estabelecido pela ISO TR11405-2003 (Internacional Organization for Standardization). Para tanto, após o uso de instrumentos manuais (curetas periodontais, lâmina de bisturi, espátula Lecron) e jato de bicarbonato, foi realizado banho ultrassônico na Lavadora Ultra-Sônica Digital (SoniClean 6® Sanders Medical,Santa Rita do Sapucaí, MG, Brasil), em detergente enzimático, por 15min (Figura 7b). Após a limpeza dos dentes, as raízes foram seccionadas e eliminadas. Em seguida, as coroas foram novamente armazenadas em solução de timol 1%, trocada a cada sete dias (ROMANO et al., 2004), até o início do experimento. Todo este procedimento foi mantido sob refrigeração.

Estes procedimentos foram realizados por um único operador, com o uso de equipamento de proteção individual (máscaras, gorro, avental e luvas descartáveis,) segundo normas de biossegurança.

4.3.3 Seleção dos dentes bovinos e preparo dos espécimes

Dezoito dentes foram selecionados, após exame visual, com auxílio de lupa (DMI® 10X, São Paulo, SP, Brasil), sob iluminação artificial, após secagem com

seringa tríplice por 20s, para possibilitar a seleção de elementos dentais intactos, sem trincas ou fraturas (APÊNDICE A).

O centro geométrico da superfície vestibular da coroa foi traçado com o intuito de direcionar o posterior lixamento dessa face. Com o auxílio de disco diamantado sólido, de dupla face, com corte externo e interno (no 7020, KG Sorensen®, São

Paulo, SP, Brasil), as faces lingual, mesial, distal e bordo-incisal foram removidas, preservando-se uma área de aproximadamente 6 x 7 milímetros (Figura 8a e 8b).

Figura 8: Preparo dos espécimes. (a) Imagem lateral da coroa dental seccionada. (b) Amostra obtida a partir da superfície vestibular.

Em seguida, os fragmentos resultantes foram estabilizados pela face vestibular, com auxílio de palitos de madeira e cera utilidade no 7, e incluídos em resina acrílica autopolimerizável (Clássico Jet®, São Paulo, SP, Brasil), dentro de um tubo de acrílico de 11,5 mm de diâmetro (9/

20 de polegada) - Figuras 9a e 9b. A inclusão foi

realizada sobre uma base de alumínio (3 x 25 x 80 mm), onde estava adaptada uma cabeça de parafuso pentagonal, para possibilitar a reprodução do posicionamento dos espécimes durante as leituras para obtenção dos valores de desgaste, na OCT.

Figura 9: Preparo dos espécimes. (a) Fragmento estabilizado em cera. (b) Embutimento do espécime em resina acrílica.

O procedimento de planificação da superfície vestibular dos espécimes foi realizado com politriz (Metalprisma®, Erios, São Paulo,SP, Brasil), em baixa velocidade, 300rpm, sob carga padrão de 120g, durante 3min para cada grana de lixa (AZEVEDO, 2005) - Figura 10a. Este equipamento apresenta um sistema capaz de realizar o polimento de 6 espécimes simultaneamente. Para dar estabilidade durante a planificação, os espécimes foram encaixados no centro de um disco de alumínio, e este na politriz, uma vez que o diâmetro do tubo de acrílico (11,5mm de diâmetro) era menor que aquele disponível para adaptação na politriz (30mm de diâmetro) (APÊNDICE B).

As lixas usadas foram as da Norton® (Ribeirão Preto, SP, Brasil), em ordem decrescente, pelo tamanho do grão em micrômetro (µm): #400 (23,6µm), #500 (19,7µm), #600 (16µm), #1200 (12,5µm), #1500 (10,6µm), #2000 (8,5µm) e #2500 (6,6µm), sob refrigeração constante. Nas lixas 400, 500 e 600 o grão é de óxido de alumínio e pertence à classificação CAMI (Associação dos fabricantes de Abrasivos Revestidos-EUA) e nas lixas 1200, 1500, 2000 e 2500 o grão é de carbeto de silício e pertence à classificação JIS - Sistema Industrial Japonês (NORTON, 2003) conforme ANEXO C. Para cada seis corpos-de-prova levados à politriz foi utilizado um jogo de sete lixas, conforme supra descrito. A intenção deste procedimento foi obter os espécimes menos irregulares, com o mínimo de riscos e mais paralelos possível, objetivando uma superfície vítrea sem expor dentina.

Finalmente, para impedir que os grãos remanescentes interferissem na leitura da rugosidade superficial, os espécimes foram lavados (Lavadora Ultra-Sônica Digital SoniClean 6®, Sanders Medical, Santa Rita do Sapucaí, MG, Brasil.) com água

destilada, por 10min (AZEVEDO, 2005) Este banho em ultrassom repetiu-se, também, após a microabrasão (Figura 10b).

Matrizes de aço inox (Fava Metalúrgica, São Paulo, SP, Brasil) com 0,05mm (50µm) de espessura foram recortadas e coladas com adesivo instantâneo universal (Super Bonder® Flex Gel, Loctite, São Paulo, SP, Brasil), nos espécimes (Figura 10c). As matrizes tiveram como objetivo servir de referência para a medição de desgaste das superfícies microabrasionadas no Perfilômetro Digital 3D e na OCT.

Figura 10: Preparo dos espécimes. (a) Polimento. (b) Lavagem em ultrassom. (c) Espécime com matriz de aço.

O preparo dos espécimes foi realizado no Laboratório de Ensaios Mecânicos do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

4.3.4 Distribuição dos grupos de estudo

Posteriormente ao preparo, os espécimes foram divididos, aleatoriamente, em 6 grupos (n = 3; AT, AC, AO, OT, OC, OO) de acordo com as variáveis a serem testadas (Figura 11), sendo:

Materiais microabrasivos (Figuras 12a e 12b):

a) A: Ácido fosfórico a 37% (Condac 37®, Dentcare Ltda, FGM Produtos Odontológicos Ltda, Joinville, SC, Brasil, lote 240909, fab.:24/09/2009) com Pedra-Pomes Extra-Fina, SS White Artigos Dentários Ltda,Rio de Janeiro, RJ, Brasil, lote 0060709, fab.: 21/07/2009 (Figura 12a). Proporção de 1:1, tendo como base de medida a mesma concavidade do pote dappen, obtendo-se consistência cremosa.

b) O: Opalustre® (Ácido Clorídrico a 6,6% com Carboneto de Silício

(Opalustre® Ultradent Products, Inc. South Jordan, Utah, USA, lote B3TM5, fab.:11/2008 (Figura 12b).

Pontas aplicadoras do material microabrasivo (Figuras 13a, 13b e 13c):

a) T: Taça de Borracha (Taça para Profilaxia, Microdont Micro Usinagem de Precisão Ltda, São Paulo, SP,Brasil, lote 03/09, fab.:03/2009 (Figura 13a).

b) C: Ponta Cônica (Cone para Profilaxia, Microdont Micro Usinagem de Precisão Ltda, São Paulo, SP, Brasil, lote 07/09, fab.:07/2009 (Figura 13b);

c) O: Ponta do Sistema Opalustre® (Opal Cups® Ultradent Products, Inc. South Jordan, Utah, USA, lote B3NPB, fab.:11/2008 (Figura 13c);

Figura 11: Organograma da distribuição dos grupos de estudo.

Figura 13: Pontas aplicadoras dos materiais microabrasivos. (a) Taça para Profilaxia Microdont. (b) Cone para Profilaxia Microdont (c) Opal Cups® Ultradent Products.

4.4 DETERMINAÇÃO DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL INICIAL E FINAL PELO

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