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Este ponto tem como objetivo apresentar as várias fases do projeto e a forma como este será realizado e aplicado. Seguiram-se então as seguintes etapas para a elaboração do mesmo:

Fase de Aprovação: Foi recebida aprovação do Tema e do Ante-Projecto por parte da Coordenadora do Curso de Fisioterapia. Seguiu-se então para a elaboração do Projeto.

Pedido de Autorização: Foi realizado um pedido de autorização para a utilização da escala ao autor que validou esta para a população portuguesa (Apêndice I), através de um e-mail obtido no artigo realizado pelo mesmo. O autor respondeu ao e-mail e autorizou a utilização desta, no entanto, não foi possível entregá-la de imediato, foi marcada uma reunião com o autor no Porto, na Faculdade de Desporto, na qual foi cedida a escala e explicado todo o método de aplicação. Em seguida será feito um pedido de autorização para a realização do estudo no Centro de Paralisia Cerebral de Lisboa (Apêndice II), e será também pedida a colaboração dos fisioterapeutas deste centro.

Seleção da Amostra: Tendo as autorizações anteriormente referidas confirmadas, será selecionado o grupo de crianças de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Após a seleção da amostra, será explicado aos pais e/ou cuidadores da criança os objetivos do estudo, a sua forma de aplicação e preenchimento. Caso estes estejam de acordo em participar será pedido que assinem o Consentimento Informado (Apêndice III).

Plano de Intervenção: As crianças seguiram um plano de intervenção será estabelecida pela instituição – Centro de Paralisia Cerebral de Lisboa. O grupo de crianças que irá realizar fisioterapia convencional, seguirá um plano de intervenção que tem por base o conceito neuro evolutivo de Bobath. Este irá envolver três fases: Preparação (5 minutos), Atividades de ativação e controlo muscular (30 minutos) e Treino de atividade funcional (10 minutos). A primeira fase envolve alongamentos e mobilização articular por meio de utilização de rolos e bolas; a segunda fase envolve exercícios ativos e resistidos para diferentes grupos musculares dos membros superiores e inferiores; a última fase envolve treino das AVD´s, ao nível da alimentação, higiene pessoal, vestir-se, transferências, etc. Por outro lado, o grupo de crianças que irá realizar fisioterapia em meio aquático, seguirá um plano de intervenção que irá consistir em: 5 minutos de relaxamento com o método Bad Ragaz; 5 minutos de mobilização articular mais especificamente em articulações com maior presença

de espasticidade; 10 minutos de dissociação de cinturas e mobilização ativa funcional do tronco e membros superiores; 15 minutos de marcha lateral e frontal; 5 minutos de alongamentos.

Recolha de Dados: Tendo a amostra selecionada será preenchida a Ficha de Caracterização da Amostra (Apêndice IV), e posteriormente a EPPCACCPCp (rapazes - Anexo I e raparigas - Anexo II). O preenchimento da EPPCACCPCp será realizado na Folha de Registo (Anexo III) junto de cada criança, antes da sessão de fisioterapia convencional tendo em conta a disponibilidade dos pais e da criança. O seu preenchimento será realizado numa sala, evitando possíveis distrações, e será realizado sempre pelo mesmo investigador, para evitar enviesamentos.

Análise de Dados: Será realizada a análise estatística dos dados recolhidos, que seguirá as fases apresentadas no ponto 3.6. O objetivo desta análise é posteriormente se poder responder à problemática em estudo.

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Conclusão

O papel da Fisioterapia em Pediatria, tem um papel fundamental, em todo o processo de reabilitação destas crianças, é importante perceber quais as limitações de caso clinico, e quais as habilidades que são realizadas com maior dificuldade, para direcionar o plano de intervenção. Os objetivos traçados têm de ser realistas e mensuráveis, e é essencial, inserir a criança e a família ou cuidadores, em todo o processo de reabilitação.

O presente projeto apresenta um tipo de estudo que se enquadra dentro dos modelos “Ex post facto”, e trata-se de um tipo de estudo de Modelo Casual Comparativo, ideal para o tema em estudo, uma vez que se pretende avaliar dois grupos de crianças que já foram sujeitos ao fenómeno em estudo, ou seja, este vai permitir que seja feita uma análise retrospectiva. Este tipo de estudo possibilitou a estruturação de bases para que, futuramente, se possa vir a aplicar este estudo em contexto real, e desta forma, se poder verificar se a introdução da Fisioterapia em Meio Aquático introduz variações do auto- conceito nas crianças com diagnóstico de PC que são alvo da Fisioterapia Convencional.

Durante todo o processo de pesquisa foi possível perceber que ainda pouco se sabe sobre a relação dos conceitos apresentados – PC, Fisioterapia, Fisioterapia em Meio Aquático e o Auto-conceito. A Escala Pictórica (EPPCACCPCp), surgiu como uma ferramenta importante, uma vez que as suas características permitem avaliar os objetivos em estudo. Foi realizada uma pesquisa a inúmeras escalas, no entanto, esta foi a que mais se adequou, uma vez que permite avaliar o auto-conceito e pode ser aplicada a crianças com diagnóstico de PC.

Durante a elaboração deste projeto foram encontradas algumas dificuldades, relacionadas principalmente com terceiros, um destes casos foi o facto de o autor que validou a escala para português só entregar a escala em “mãos”, visto este residir e leccionar no Porto, pelo que teve de haver uma deslocação até ao mesmo para que fosse possível a cedência da escala. Por outro lado, também houve a vantagem do contacto direto com o autor, uma vez

que foram explicados todos os conceitos e métodos de aplicação da escala pelo mesmo, assim como a disponibilidade oferecida para o esclarecimento de quaisquer dúvidas ao longo deste projeto.

No entanto, este projeto salda-se pelos muitos pontos positivos que estiveram presentes na sua elaboração, uma vez que permitiu perceber os passos a seguir para a realização de um projeto de investigação, assim como, possibilitou também a aquisição de um maior conhecimento ao nível da Pediatria, mais especificamente, na área da PC e na área da Fisioterapia Pediátrica. A forma como se intervém em Pediatria, vai fazer toda a diferença na motivação da criança para o processo de reabilitação, não basta reabilitar a dimensão física da pessoa com PC, é também fundamental, um forte investimento em toda a sua dimensão psicológica, ou seja, a forma como a criança se vê, a forma como esta lida com situações do seu dia-a-dia, e ainda perceber quais as noções que esta tem em relação as suas capacidades e limites. É fundamental saber estruturar uma relação com cada criança, visto que são todas diferentes, e ainda estabelecer a relação, também ela fulcral, com os seus pais e familiares. Sendo crianças com necessidades especiais, será importante ter uma intervenção precoce, para que seja possível aumentar ou manter as suas funções, promovendo assim a sua autonomia e a sua qualidade de vida, garantindo um desenvolvimento e um bem-estar como pessoa, na sua totalidade.

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Licenciatura em Fisioterapia – 4º Ano Seminário de Monografia II

Ano Lectivo 2011/2012

Relação entre a Fisioterapia em Meio Aquático e o

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