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Nas duas revisões integrativas de literatura realizadas, as seguintes etapas foram seguidas:

1) Identificação da hipótese ou questão norteadora: consiste na elaboração da problemática de maneira clara e objetiva, seguida pela busca pelos descritores ou palavras- chaves;

2) Seleção da amostragem: determinação dos critérios de inclusão e exclusão, momento de estabelecer transparência, para que proporcione profundidade, qualidade e confiabilidade na seleção;

3) Categorização dos estudos: definição quanto à extração das informações dos artigos revisados, com o propósito de resumir e organizar tais informações;

4) Avaliação dos estudos: análise crítica dos dados extraídos;

5) Discussão e interpretação dos resultados: momento em que os principais resultados são comparados e fundamentados com o conhecimento teórico, além da avaliação quanto a sua aplicabilidade;

6) Apresentação da revisão integrativa e síntese do conhecimento: deve contemplar as informações de cada artigo revisado de maneira sucinta e sistematizada, apresentando as evidências encontradas (MENDES et al., 2008).

A coleta de dados empíricos foi realizada por meio de entrevista semiestruturada, a qual se constitui em processo de interação social, em que o entrevistador tem a finalidade de obter informações do entrevistado, por meio de roteiro contendo tópicos em torno de uma problemática central (HAGUETTE, 2010). Além disso, privilegia a obtenção de informações através da fala individual, revelando condições estruturais, sistemas de valores, normas e símbolos e transmite, através de um porta-voz, representações de determinados grupos (MINAYO, 2008). “Podem ser consideradas conversas com finalidades” (MINAYO, 2005, p. 91).

A entrevista semiestruturada, adotada neste estudo, possibilitou que o informante discorresse sobre suas experiências, a partir do foco principal proposto pelo pesquisador, ao mesmo tempo em que permitiu respostas livres e espontâneas do informante (TRIVIÑOS, 2010).

A coleta de dados em ambiente hospitalar foi realizada com mães e com enfermeiros da UTIN separadamente. O espaço utilizado foi definido pela Diretoria de Enfermagem, respeitando a disponibilidade dos pais e dos profissionais.

Para a coleta de dados com mães, no hospital, foi utilizado roteiro de entrevista semiestruturado, sendo constituído de duas partes: a primeira, continha breve caracterização e a segunda era referente especificamente aos objetivos do estudo (Apêndice A). As falas das participantes foram gravadas, utilizando-se gravador digital e logo após o término da entrevista elas foram transferidas ao notebook e transcritas na íntegra para análise.

Após a finalização das entrevistas com mães no ambiente hospitalar, as entrevistas com enfermeiros atuantes hospitais foram iniciadas. O critério de inclusão adotado foi que estes enfermeiros deveriam estar atuando nas UTIN durante a coleta de dados com as mães. Tais entrevistas foram agendadas previamente com os profissionais e, nesse caso, também foi utilizado roteiro semiestruturado, sendo constituído de duas partes: a primeira, com breve caracterização e a segunda referente especificamente aos objetivos do estudo (Apêndice B). As entrevistas também foram gravadas utilizando-se gravador digital e, ao seu término, foram transferidas ao notebook e transcritas na íntegra para análise.

Como o primeiro contato com a família foi realizado durante a hospitalização da criança, o pesquisador desenvolveu certo vínculo com ela, que se responsabilizou por comunicar ao pesquisador a condição de alta da criança e qual seria a residência em que iriam permanecer nos primeiros sete dias após sairem do hospital. Esse cuidado se fez necessário, pois em várias situações, ao receber alta, a mãe não retorna imediatamente ao seu domicilio. Por vezes, elas preferem ficar na casa de parentes até se sentirem mais seguras para cuidar da criança. Além disso, foi confirmado o endereço residencial e solicitado o endereço (inclusive telefone) de dois outros parentes (preferência avós) que morassem no mesmo município, para que a pesquisa tivesse continuidade. Essa estratégia foi utilizada para diminuir perdas decorrentes da não localização e/ou mudança da família em relação ao endereço fornecido no hospital. Outro cuidado tomado pela pesquisadora foi de entrar em contato telefônico com os ambientes hospitalares diariamente para saber do quadro clínico destes bebês e da possível previsão de alta.

Após a alta da criança, o pesquisador iniciou as entrevistas no domicilio. Estas foram agendadas previamente com as famílias, sendo realizadas três visitas nos primeiros seis meses de vida: a primeira sete dias após a chegada do recém-nascido no domicílio; a segunda, 45 dias após a primeira visita e a terceira no sexto mês de vida da criança.

A escolha destes períodos se deu pela compreensão de que a primeira semana após a alta é período de grandes transformações e adaptações para a família e que, de modo geral, nela a mãe recebe apoio de familiares próximos para o cuidado; o segundo período foi escolhido por entender que a fase crítica de adaptação já ocorreu e normalmente a mãe passa a

assumir o cuidado integral; o terceiro período de entrevista foi escolhido por ser nova etapa de desafios, especialmente com relação à alimentação.

As entrevistas no domicilio também obedeceram a roteiro semiestruturado, sendo constituído de uma parte com breve caracterização, porém com ênfase na família, e a segunda referente especificamente aos objetivos do estudo (Apêndice C). Foi solicitado à mãe que, se possível, viabilizasse que as entrevistas ocorressem no horário em que outros membros da família que a auxiliavam nos cuidados com a criança pudessem participar. Foram incluídas questões diretamente aos integrantes da família para que tivessem a oportunidade de verbalizar seu papel no cuidado. As falas dos familiares foram gravadas utilizando-se gravador digital e, ao término da entrevista, foram transferidas ao notebook e transcritas na íntegra para análise.

Simultaneamente às entrevistas realizadas no domicilio, iniciaram-se as entrevistas com os enfermeiros atuantes na rede básica de saúde, sendo que ao final da segunda entrevista com as famílias, ou seja, 45 dias após a alta dos bebês, todos os enfermeiros da atenção básica já haviam sido entrevistados. Uma única entrevista foi realizada com cada enfermeiro. O critério de inclusão adotado para a participação destes enfermeiros era que os mesmos estivessem atuando na equipe de atenção básica que fosse área de abrangência. Para tanto, o pesquisador foi pessoalmente a UBS responsável pela área de residência das famílias que participavam do estudo e solicitou a colaboração desses enfermeiros. Após seu consentimento, foi agendada a entrevista, que ocorreu na própria Unidade, em espaço reservado e indicado pelo gerente, respeitando a disponibilidade do profissional. As entrevistas foram gravadas integralmente com o auxilio de gravador digital, armazenadas no notebook e transcritas na íntegra. Para essa etapa do estudo foi utilizado roteiro semiestruturado constituído de duas partes, a primeira sendo breve caracterização e a segunda referente especificamente aos objetivos do estudo (Apêndice D).

O Modelo Calgary de Avaliação da Família (MCAF), por sua vez, foi utilizado para avaliação das famílias. Este é uma estrutura multidimensional, integrada, baseada nos fundamentos teóricos de sistemas, cibernética, comunicação e mudança, e influenciada pelo pós-modernismo e pela biologia de cognição. O MCAF é considerado um dos quatro principais modelos de avaliação familiar no mundo. Originalmente adaptado de uma estrutura de avaliação da família desenvolvida por Tomm e Sanders em 1983, foi substancialmente revisado em 1994 e em 2000, com aperfeiçoamento em 2008 (WRIGHT; LEAHEY, 2008). Este modelo permite a avaliação da família em termos estruturais (Apêndice C).

Na avaliação estrutural é investigado quem faz parte da família, ou seja, a composição familiar, qual é o vínculo afetivo entre seus membros e qual é seu contexto (classe social, espiritualidade e/ou religião e o ambiente em que vivem). Os instrumentos mais utilizados para a avaliação da estrutura da família são o genograma e o ecomapa. A utilização desses instrumentos permite visualizar a dinâmica da estrutura familiar interna e externa, e sua relação com o contexto social. O genograma representa, em termos gráficos, a estrutura familiar interna, ou seja, é um diagrama do grupo familiar e o ecomapa é diagrama do contato da família com o contexto social e seus vínculos afetivos, representando as conexões importantes da família com a sociedade. A construção do genograma e ecomapa das famílias ocorrereu durante as entrevistas no domicilio e, especificamente, foi iniciado na segunda e concluído na terceira visita. Para sua construção foram utilizados os símbolos do diagrama proposto pelo MCAF (Anexo 1).

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