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Para realização da coleta de dados foram adotadas as seguintes etapas:

1ª Etapa – Inicialmente, foi realizado contato com os médicos ortopedistas, especialistas em joelho do Instituto de Ortopedia e Traumatologia e Hospital Ortopédico da cidade de Passo Fundo – RS, para solicitar o encaminhamento dos sujeitos com diagnóstico clínico de SDPF. Adicionalmente, foi feito contato com as acadêmicas do curso de Fisioterapia da UPF para verificar se algumas destas se encaixavam nos critérios de inclusão para o estudo.

Ao receber o encaminhamento dos sujeitos, os mesmos foram convidados para participar da pesquisa, detalhando-lhes os procedimentos, objetivos e justificativa da mesma. Aos sujeitos que aceitarem fazer parte da pesquisa, foram agendados horários para realização das avaliações.

2ª Etapa – No Laboratório de Biomecânica da UPF, os sujeitos foram novamente informados dos procedimentos do estudo, critérios de inclusão e exclusão e foi então solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A) e Termo de Consentimento para Fotografias, Vídeos e Gravações (Apêndice B). Após, foi aplicada uma Ficha de Avaliação para caracterização dos participantes (Apêndice C) e o Questionário de Kujala para desordens na articulação patelofemoral (Anexo 2).

3ª Etapa - Esta etapa corresponde à avaliação da distribuição da pressão plantar durante a fase de apoio em cinco atividades funcionais: marcha em superfície plana, subir e descer escadas e rampa através do Pedar-X®.

A ordem de realização das atividades (marcha, escada e rampa) e avaliação isocinética foi randomizada, para evitar possíveis influências de uma atividade sobre a próxima.

As palmilhas disponíveis para análise da pressão plantar foram correspondentes aos tamanhos 33/34, 36/37 e 39/40. Estas foram colocadas dentro do calçado que foi utilizado e conectadas a um condicionador que foi colocado em um cinto que ficou fixo na cintura dos sujeitos. Este condicionador se comunicava e transferia os dados para o computador por meio de comunicação Bluetooth facilitando desta forma o deslocamento do sujeito pelo local das avaliações (Figura 8).

Todas palmilhas foram calibradas antes do estudo de acordo com especificações do fabricante.

Para controlar as diferenças no tipo de calçados, todos os sujeitos utilizaram um calçado padrão (sapatilha Moleca®). Optou-se por realizar o estudo utilizando calçados, levando-se em consideração que o objetivo deste estudo é avaliar as pressões plantares durante atividades do dia-a-dia dos indivíduos, as quais são, na maioria das vezes, realizadas com os pés calçados.

Figura 8 - Sujeito com as palmilhas colocadas dentro das sapatilhas, usando um cinto contendo o condicionador do Pedar-X®.

Tabela 4: Médias e desvios padrão da velocidade (m/s) do GSDPF e GC durante a marcha em superfície plana, subir e descer escadas e rampa.

* Teste t-independente

Antes de iniciar a coleta dos dados, os sujeitos foram orientados a caminhar livremente durante um minuto pelo laboratório a fim de se familiarizarem com o ambiente e os equipamentos.

Após a habituação e antes de iniciar as coletas, foi solicitado aos sujeitos que levantassem um pé de cada vez do chão para que o valor zero de pressão fosse tarado.

Para análise da distribuição da pressão plantar durante a marcha em superfície plana, os sujeitos foram orientados a deambular por um percurso de 8 metros em linha reta, da forma como realizam esta atividade no seu dia-a-dia.

Para análise da distribuição da pressão plantar durante a atividade de subir e descer escadas, foram orientados a subir e descer uma escada de 11 degraus (16,5cm altura, 271cm de largura e 30,5cm comprimento), sem apoiar no corrimão com a velocidade que habitualmente praticam esta atividade, iniciando a tarefa sempre pelo pé direito.

Além da marcha em superfície plana e de subir e descer escadas, os sujeitos foram orientados a subir e descer de uma rampa (1378 cm de comprimento x 153 cm largura, com um ângulo de inclinação de 12°), também da forma como habitualmente praticam esta atividade, sem apoiar no corrimão e iniciando sempre pelo pé direito.

A velocidade da marcha foi monitorada, porém não controlada. Para a monitorização, foi utilizado um cronômetro (Kenko KK-1046®) e a velocidade foi determinada pela divisão da distância pela média do tempo dos ensaios de caminhada. A velocidade empregada pelos sujeitos com SDFP e sujeitos do grupo controle nas diferentes atividades funcionais não evidenciou diferença estatística (Tabela 4), sendo os grupos considerados homogêneos.

4ª Etapa  Esta etapa corresponde à avaliação do ângulo máximo de eversão do retropé durante a marcha, a qual foi realizada concomitantemente à avaliação da distribuição da

Velocidade (m/s)

Atividade funcional GSDPF (n=24) GC (n=31) p*

Marcha em superfície plana 1,30 ± 0,17 1,32 ± 0,13 0,7

Subir Escadas 1,08 ± 0,17 1,10 ± 0,12 0,6

Descer Escadas 1,15 ± 0,20 1,19 ± 0,16 0,3

Subir Rampa 1,24 ± 0,15 1,30 ± 0,11 0,1

pressão plantar na marcha em superfície plana. Esta avaliação não foi realizada durante as atividades de subir e descer escadas e rampa devido a limitações da instrumentação.

Foi utilizada uma câmera filmadora digital (Sony HandyCam DCR-SR65®), a qual foi posicionada em um tripé há uma altura de 50cm do solo e distância de 3m do sujeito, sendo as imagens adquiridas no plano frontal posterior do sujeito com uma frequência de aquisição de 25Hz.

Quatro marcadores esféricos foram colocados no sujeito, nos seguintes pontos anatômicos: um marcador no centro do calcanhar, logo acima da sola da sapatilha (1), outro no centro do calcanhar, na inserção do tendão de Aquiles (2), um terceiro no centro do Tendão de Aquiles na altura do maléolo medial (3) e um quarto 15 cm acima do terceiro marcador no centro da perna (4) (CHEUNG; NG, 2007; SANTOS, 2008; DE WIT; DE CLERCQ; AERTS, 2000; PERRY; LAFORTUNE, 1995) (Figura 9).

Para realizar as marcações para colocação dos marcadores foi solicitado ao sujeito permanecer em pé, em posição ortostática, com o peso distribuído de forma igual em ambos os pés. Para garantir o mesmo alinhamento de todos os sujeitos durante a colocação dos marcadores, estes foram instruídos a posicionar o pé sobre uma linha reta marcada no solo, fazendo com que o centro do calcanhar ficasse no meio dessa linha e também o segundo dedo posicionado sobre a mesma (SANTOS, 2008).

Inicialmente o sujeito passou por um período de adaptação ao ambiente de coleta dos dados e após foi orientado a caminhar ao longo de uma distância de 8 metros, da maneira como habitualmente realizava esta atividade no seu dia-a-dia. Um total de cinco ensaios consecutivos da caminhada foram gravados.

Figura 9 – Posicionamento dos marcadores para o cálculo do ângulo do retropé: 1 - logo acima da sola da sapatilha ; 2 - centro do calcanhar, na inserção do tendão de Aquiles; 3- centro do Tendão de Aquiles na altura do maléolo medial; 4 - 15 cm acima do terceiro marcador no centro da perna.

Para cálculo das coordenadas reais, um sistema de calibração bidimensional foi colocado no plano das filmagens. Este calibrador constou de oito pontos, de dimensões de 61cm no eixo x e 80cm no eixo y e um ponto fixo foi também posicionado ao lado do calibrador.

5ª Etapa – Esta etapa corresponde à avaliação do pico de torque e trabalho da musculatura flexora e extensora do joelho nas velocidades de 180 e 60°/s através do Dinamômetro Isocinético Biodex Multi Joint System 3®.

Inicialmente, os sujeitos foram informados e orientados sobre os procedimentos desta avaliação e realizou-se um alongamento dos músculos quadríceps, isquiotibiais e tríceps da perna durante 3 minutos (1 minuto para cada grupo) (LOBATO et al., 2005). Após, foram instruídos a pedalar uma bicicleta estacionária por 5 minutos, sem carga, com o intuito de prevenir qualquer lesão osteomioarticular (SOUZA, 2005). O banco da bicicleta foi posicionado de maneira que permitia ao joelho uma angulação máxima de 20° de flexo- extensão, pois nessa angulação apenas a porção inferior da patela se articula com o fêmur protegendo a articulação de possíveis dores que eventualmente pudessem ocorrer por hiperpressão patelofemoral (PLAPER, 1995).

Antes de iniciar as avaliações, foi realizada a verificação da calibração, para que os resultados pudessem ser fidedignos. Em seguida, o sujeito foi posicionado sentado sobre a cadeira do equipamento isocinético, com o quadril a uma angulação de 85°, sendo instalado o coxim de suporte de membros, fixo à cadeira por meio de uma haste T, com o ângulo do suporte regulado. O sujeito permaneceu fixo à cadeira por meio de um cinto para coxa, o qual foi colocado no terço distal da coxa do membro avaliado, sendo este membro também estabilizado com um cinto a 2 cm acima do maléolo lateral do tornozelo. Para uma maior estabilidade, foi utilizado também um par de cintos de ombro, que partiam da região superior traseira da cadeira, estendendo-se anteriormente ao tronco até a lateral da base do assento, onde foram fixados por fivelas, e na parte anterior do tronco utilizou-se um cinto pélvico. O eixo de rotação no dinamômetro foi alinhado com o eixo de movimento do joelho (epicôndilo femoral lateral).

Os sujeitos foram instruídos a permanecer com as mãos apoiadas sobre os cintos de ombros e no caso de qualquer intercorrência poderiam utilizar um dispositivo manual, que quando acionado interrompia imediatamente os movimentos, impedindo dessa maneira qualquer dano físico aos sujeitos.

Figura 10 - Posicionamento do sujeito para avaliação isocinética.

Antes de iniciar as avaliações todos sujeitos passaram por um processo de familiarização com o equipamento e os movimentos que seriam realizados durante a avaliação isocinética.

O teste foi realizado no modo concêntrico/concêntrico para os extensores e flexores do joelho nas velocidades de 180°/s, cinco repetições e 60 °/s, cinco repetições, com um intervalo de 30 segundos entre cada velocidade, iniciando-se as avaliações pela velocidade de 180°/s. Optou-se por iniciar por esta velocidade, pois a partir do estudo piloto, verificou-se que a velocidade de 180°/s foi melhor tolerada pelos sujeitos, apresentando menor nível de dor após sua realização em comparação com a velocidade de 60°/s.

No momento das avaliações foi solicitada aos sujeitos força máxima para cada movimento realizado, por meio de estímulo visual e encorajamento verbal.

6ª Etapa – Esta etapa foi realizada simultaneamente às etapas 2, 3 e 5 e consiste na avaliação da intensidade da dor através da EVN nos seguintes momentos:

 Durante a avaliação inicial;  Antes e após a marcha;

 Antes e após a tarefa de subir e descer escadas;  Antes e após a tarefa de subir e descer de uma rampa.

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