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1.2. Procedimentos Metodológicos

1.2.4. Procedimentos de Análise

Os procedimentos de análise corresponderam à constituição do corpus de análise a partir da organização tanto das respostas dos formulários como das entrevistas. Isto possibilitou o desvelamento das imagens e sentidos constituídos pelos docentes da Pós-Graduação em Educação sobre a afetividade a partir do trabalho que desenvolvem.

Adotamos dois procedimentos para análise das respostas obtidas:

1) Utilizamos para o tratamento estatístico das respostas do formulário, o software SPSS 2003- 11.5 for Windows (Statiscal Packge for Social Sciences) – programa estatístico utilizado nas pesquisas em ciências sociais. Para uso deste software, transportamos os dados da planilha fornecida pelo Google Docs/Drive para

uma tabela no Excel, e somente depois os dados foram codificados e repassados para o software SPSS.

Esses procedimentos nos possibilitaram a leitura dos dados, por meio das frequências absolutas e de seus respectivos percentuais. As informações obtidas serão apresentadas a seguir, por meio de tabelas e gráficos.

Foram incluídas para tratamento estatístico, as respostas das 10 questões com 5 itens cada, com respostas que seguem uma escala do tipo Likert32 de 4 pontos, onde: 0- Nunca, 1- Raramente, 2- Às vezes, 3- Frequentemente e; 4- Sempre.

As respostas foram analisadas em grupos dos itens apresentados.

As informações obtidas por meio do formulário visaram mensurar as representações relativas às condições de trabalho, às relações acadêmicas, aos sentimentos, valores no trabalho que vivenciam os docentes e, fazer inferências das implicações destas RS no trabalho na Pós-Graduação em Educação.

2) A análise de conteúdo com referência em Bardin (1977) e Nascimento (2012) orientaram a organização e exploração do material empírico e o tratamento das falas das entrevistas, esse procedimento possibilitou o corpus de análise para interpretação das objetivações e ancoragem das representações sociais.

Bardin (1977) define a análise de conteúdo como:

[...] um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando obter, por meio de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a interferência de conhecimentos relativos às condições de produção/ percepção (variáveis inferidas) destas mensagens (p. 42).

32 A escala de Likert é um tipo de escala de resposta psicométrica usada habitualmente em

questionários, e é a escala mais usada em pesquisas de opinião. Ao responderem a um questionário baseado nesta escala, os perguntados especificam seu nível de concordância com uma afirmação. Esta escala tem seu nome devido à publicação de um relatório explicando seu uso por Rensis Likert. Informações obtidas no site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_Likert. Acessado em: 02/04/2013.

Para esse autor, a análise de conteúdo trata de um conjunto de técnicas, que conjuga uma descrição sistemática dos dados que valorizam os aspectos qualitativos e quantitativos dos fenômenos estudados.

Nossa técnica de análise das falas seguiram o 1º e 2º procedimentos de exploração e organização dos registros com base em Bardin (1977), Franco (2007), em relação ao 3º e 4º procedimentos, foram de acordo com Nascimento (2012). Assim, constituímos o corpus de análise da seguinte forma:

1ª - Registro das falas das entrevistas

Reproduzimos com auxílio dos programas Windows Media Player e Word, na íntegra, as entrevistas realizadas, totalizaram uma produção de 77 páginas. Para obtenção do corpus de análise que fosse ao máximo possível fidedigno, preservamos a essência das falas dos sujeitos, com algumas correções para melhor compreensão.

2ª - Organização do conteúdo das falas pelas unidades de significados

Buscamos os elementos relevantes contidos nas falas e extraímos as unidades de significado enunciadas pelos sujeitos. Nesta mesma fase realizamos a organização e agrupamento das unidades de significados e denominamos os agrupamentos considerando a predominância temática dessas unidades.

Com base em SZYMANSKI (2011), seguimos a orientação de numerar em ordem crescente as unidades de significados das falas dos docentes. Essa codificação facilitou identificar de forma mais rápida o contexto e/ou o agrupamento em que o trecho destacado estava inserido. Como exemplo, o P1(professor 1), foram destacadas 25 unidades de significados, codificadas como P1.1; P1.2; P1.3, etc. Desse modo, apresentamos na sessão de análise para elucidação das representações dos docentes.

3ª - Elaboração de temáticas interpretativas

Entendemos as temáticas interpretativas como unidades de sentidos produzidas pelos sujeitos e reorganizadas pelo pesquisador. Elas têm fins analíticos para responder as indagações da pesquisa.

Desse modo, organizamos os agrupamentos das unidades de significado em temáticas interpretativas. Estas formam um corpus de análise que serviu para as

temáticas analíticas. O conteúdo desse agrupamento foi organizado em tabelas seguidas das Subtemáticas – ver detalhamento na seção 2.

4ª - Elaboração de temáticas analíticas contextualizadas a partir das unidades de significado

As temáticas analíticas resultam da análise do contexto de um fenômeno ao ser decomposto, para produzir no final do processo uma visão de conjunto da sua dinâmica dos sentidos. Neste estudo, as temáticas analíticas consistem do reagrupamento das temáticas interpretativas com base na matriz teórica das representações sociais, levando em conta os dois elementos estruturantes: a objetivação e a ancoragem, as quais expressam os significados que esse grupo social vincula à imagem mental do objeto em foco, ou seja, a afetividade e o trabalho docente (SOUSA, 2112).

As temáticas analíticas foram elaboradas com base no agrupamento do corpus, que correspondem às temáticas interpretativas.

5ª - Caracterização das imagens e sentidos das Representações Sociais de docentes da pós-graduação em educação da UFPA e da UEPA sobre afetividade e as implicações no seu trabalho

As análises temáticas nos permitiram identificar e caracterizar o processo de construção das objetivações e ancoragens que compõem as representações sociais dos docentes sobre a afetividade e as implicações nos seus trabalhos na pós- graduação em educação.

II Seção

CARACTERIZAÇÃO DOS DOCENTES DA PESQUISA E A

DESCRIÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE

AFETIVIDADE NA PÓS-GRADUAÇÃO

Nesta seção, descrevemos a caracterização sócio- profissional dos docentes participantes deste estudo, e suas representações sociais sobre a afetividade e o trabalho docente. Desse modo, desvelamos informações que constatam certa regularidade sobre a vida social, cultural, econômica e profissional, em que vivem os docentes dos Programas de Pós-Graduação em Educação da UFPA e da UEPA.

Participaram desta pesquisa 22 docentes: 12 do PPGED1/UFPA e 10 do PPGED2/UEPA. Nossa análise partiu do conjunto das informações obtidas, não pretendemos identificar e nem relacionar os dados dos docentes com os programas de pós-graduação em que estes estão inseridos. Privilegiamos em nossas análises evidenciar as informações, crenças, opiniões, atitudes comuns ao grupo de docentes pesquisados, de modo a descortinar suas elaborações mentais e partilhas de conhecimentos sobre a afetividade. Além de compreender como estas representações implicam no seu sistema de valores e de práticas sociais no trabalho que desenvolvem.

Esta perspectiva de análise partiu de nossas observações quanto aos consensos acadêmicos entre o PPGED1 e o PPGED2. Ambos os programas de pós-graduação estão submetidos às mesmas prescrições dos documentos oficiais da CAPES; apresentam semelhanças nos objetivos de seus regimentos quanto à formação do pesquisador em educação; são os únicos programas de pós-graduação em educação no estado do Pará que atendem uma clientela diversificada interessada na pesquisa em educação.

Nosso estudo primou pela compreensão dos processos psicossociais33, advindos das partilhas entre docentes e de outras interações. Logo, os consensos e

33 Reiteramos que nossa perspectiva de análise baseia-se no campo psicossocial das representações

sociais, isto equivale a dizer que estas formas de pensamento prático são, concomitantemente, campos socialmente estruturados que só podem ser compreendidos quando referidos às condições de sua produção e aos núcleos estruturantes da realidade social, tendo em vista seu papel na criação desta realidade (SPINK, 1993, pág. 304).

dissensos do grupo de docentes pesquisados serão destacados, estes serviram de indicadores da dinâmica processual de constituição das representações sociais dos docentes da pós-graduação em educação. E evidenciaram as condições por meio dos quais os docentes produzem suas representações e se posicionam hoje nos programas em que estão inseridos.

Estas informações foram obtidas por meio do formulário online e receberam o tratamento estatístico pelo SPSS. Descrevemos a análise qualitativa desses gráficos e investimos na interpretação dessas informações articuladas aos pressupostos teóricos pertinentes.

Para a composição da caracterização sócio- profissional dos docentes, abordamos os dados pessoais, como idade, sexo, saúde, lazer, informações profissionais – ver Apêndice 3. Nem todas as informações obtidas dos docentes participantes constam na descrição a seguir, selecionamos as informações que consideradas mais relevantes para essa caracterização dos docentes dos Programas de Pós-Graduação em Educação – sujeitos alvos de nosso estudo.

Para fins de descrição e análise, dividimos em três blocos as informações obtidas na primeira parte do formulário, dispostas a seguir:

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