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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.6 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Os dados foram coletados no período compreendido entre março e junho de 2012 com uso de diferentes técnicas explicitadas a seguir.

Cumpre esclarecer que, anteriomente ao procedimento de coleta de dados, a equipe de avaliadores, constituída pelos membros do Grupo de Pesquisa Envelhecimento e Atividade Física do Departamento de Educação Física da UFF e por alunos do segundo ano da Residência multiprofissional em saúde do Hospital Universitario Antonio Pedro/UFF, realizaram treinamento dos testes aplicados nesta pesquisa para que os mesmos fossem padronizados.

3.6.1 Anamnese, exame físico e medidas antropométricas

Na anamnese e no exame físico foram coletadas informações sobre o estado geral de saúde do sujeito: histórico de doenças; medicamentos utilizados; condições físicas e antropométricas e possíveis sintomas que pudessem estar associados às quedas (Apêndice B).

As medidas antropométricas foram executadas com os indivíduos descalços, vestindo o mínimo possível de roupa. A massa corporal, expressa em quilogramas (Kg), foi medida numa balança digital Plenna® (modelo MEA-03140, China) com precisão de 0,1Kg e a estatura expressa em centímetros (cm), por meio de um estadiômetro portátil Sanny® (modelo ES2060, Brasil) com precisão de 0,01m. Adicionalmente, pela razão entre a massa corporal total e o quadrado da estatura (Kg/m²), calculou-se o IMC.

A medida de força de preensão manual foi mensurada com uso de dinamômetro hidráulico manual, modelo Smedley (JAMAR®, USA). Este instrumento é reconhecido pela literatura como padrão para medir força de preensão manual, expresso em quilograma/força (Kgf). O dinamômetro JAMAR® é amplamente utilizado na prática clínica, bem como em pesquisas; apresenta ótimos índices de validade e confiabilidade (FIGUEIREDO; SAMPAIO; MANCINI, 2007). O teste foi executado de acordo com as recomendações da American Association of Hand Therapists, da seguinte forma: o sujeito ficou sentado em uma cadeira, com os ombros posicionados em posição neutra, uma das mãos apoiadas na coxa enquanto o cotovelo do membro a ser medido ficou mantido flexionado próximo a 90 graus, com o antebraço em posição neutra. Para todos os sujeitos, a pegada do dinamômetro foi ajustada individualmente. O teste foi realizado em três tentativas para cada uma das mãos, de forma alternada, iniciando-se com a mão que o sujeito considerasse mais forte, tendo um intervalo de um minuto entre as tentativas para o mesmo membro. A melhor marca dentre as tentativas foi utilizada como medida (STEPHENS; PRATT; MICHLOVITZ, 1996; RICHARDS; OLSON; PAMITER- THOMAS, 1996; FIGUEIREDO; SAMPAIO; MANCINI, 2007; GERALDES, et al., 2008).

3.6.2 Avaliação funcional

A Escala de Independência das Atividades da Vida Diária básicas, desenvolvido por Katz (1963) para a avaliação funcional de indivíduos em suas atividades básicas de vida diária (ABVD) como: tomar banho, vestir-se, transferir-se da cama para a cadeira e vice-versa, ir ao banheiro, ter controle esfincteriano e alimentar-se, também foi utilizada neste estudo. Os idosos responderam a três opções sobre cada uma das atividades, sendo dada a seguinte pontuação: não

recebe assistência alguma que equivalia a três pontos; recebe assistência parcial, dois pontos e; não executa a atividade, um ponto. Assim o resultado do teste pôde variar de 6 a 18 pontos (Apêndice A).

3.6.3 Avaliação do equilíbrio

3.6.3.1 Brazilian-Portuguese Version of the Berg Balance Scale

Outro instrumento utilizado foi o Brazilian-Portuguese version of the Berg

Balance Scale. Na sua versão traduzida, adaptada e validada para o Brasil por

Miyamoto et al. (2004), os idosos foram submetidos à avaliação do equilíbrio através do BBS (BERG et al., 1992), que consiste em uma bateria de 14 tarefas cotidianas, relacionadas ao equilíbrio, cada uma delas pontuadas com valor de zero a quatro pontos cada (zero para o pior desempenho e quatro para o melhor desempenho); com o escore máximo de 56 pontos, que aponta menor probabilidade de queda. Neste estudo, o teste foi adotado com ponto de corte de 46 pontos como preconizam Lajoie e Gallagher (2004) (Apêndice A).

3.6.3.2 Get up and Go Test

Este estudo também fez uso do Get up and Go Test (MATHIAS et al., 1986; KILLOUGH, 2006). Os valores do TUG foram medidos pelo tempo em segundos (s) que um indivíduo demorou a levantar da cadeira, percorrer 3 metros (m), regressar e tornar a sentar-se na mesma cadeira. Para a realização desse teste, utilizou-se uma cadeira sem suporte para os braços, um cronômetro e um sinalizador (cone) para indicar a distância de três metros do local onde se encontrava a cadeira. Ao indivíduo, pediu-se que colocasse as costas no encosto dorsal da cadeira. A prova tinha início após a voz de partida (início da cronometragem) e terminava quando o indivíduo se colocava na posição inicial (fim da cronometragem). O indivíduo realizava a tarefa o mais rápido possível, mas sempre de forma segura, evitando, assim, possíveis acidentes. Neste teste foi adotado o ponto de corte de 20s como recomendam os autores do teste (Apêndice A).

3.6.3.3 Estabilometria

Os dados estabilométricos foram coletados, utilizando uma plataforma de força (50x50 centimetros) construída e calibrada no Instituto de Educação Física da Universidade Federal Fluminense por Alvarenga et al. (2011).

Para a execução do teste estabilomêtrico determinou-se aos vonluntário o que se segue: 1) durante o teste, o indivíduo deveria adotar a postura ortostática bipodal sobre a plataforma com os pés descalços, com os calcanhares juntos formando um ângulo de 30º, conforme a marcação feita na superfície da plataforma, durante 45s (de olhos abertos, para o teste sem manipulação da visão, e olhos fechados para o teste com a manipulação da visão); 2) manter o olhar fixo num ponto estabelecido a 2,5m do centro da plataforma de força (sem manipulação da visão). Foram realizadas três tomadas consecutivas de cada etapa do teste para cada voluntário.

3.6.3.3.1 Análise do sinal estabilométrico

Os dados coletados pela plataforma de força foram analisados da seguinte maneira: 1) Importação do sinal adquirido para cada um dos quatro canais correspondentes a cada uma das células da plataforma. Para conversão do sinal analógico para o digital foi utilizado o National Instruments (14 bits), de resolução com faixa de tensão de entrada e saída ± 5 Volts. A frequência da amostragem adotada foi de 100 Hz. Os sinais foram coletados e processados por um computador pessoal (Acer 4720z), utilizando o software Labview e, posteriormente, para análise de sinal, o software SAD 2 (32 bits) 2.61.07 MP para Windows XP (SILVA; ZARO, 1997); 2) Para a calibração foram calculados os componentes vetoriais para Fz, Mx e My, com uso do Microsoft Excel 2010. Com o auxílio do programa SAD 2 (32 bits) 2.61.07 MP para Windows XP para cada um dos platôs demonstrados nos dados da calibração. Devido ao acréscimo, e posterior decréscimo de carga, foi calculada a média de deslocamento em relação ao eixo y. Assim, o coeficiente angular do comportamento das cargas deu origem à matriz de calibração que, dado seu inverso, dá origem à matriz de sensibilidade; 3) Para a análise dos dados referentes aos voluntários também foi realizado cálculo para aquisição dos componentes vetoriais. Esses dados foram multiplicados pela matriz de sensibilidade. Assim, os valores referentes ao comportamento do CP nos eixos AP e ML foram obtidos. Os

sinais referentes aos deslocamentos do CP foram filtrados em uma frequência de corte de um Hz, em janelamento Hamming em filtro FIR Passa-Baixa, a fim de remoção das interferências. O componente Direct Current (DC) das amostras foi removido e foi realizado um recorte temporal de 30 segundos, rejeitando os 7,5 segundos inicias e finais da coleta; os dados foram exportados para o software

Matlab 7.12 para os cálculos do CP AP, eixo x, e ML, eixo y e elaboração dos

parâmetros de estabilometria (estabilograma e estatocinesiograma) com área elíptica de 95%, com 1,96 de desvio padrão (α ≤ 0,05 dos eixos x e y). A velocidade média do CP, nos eixos x e y, foi processada no software Excel 2010.

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