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Atenção Terciária (Hospitais, centros de

3 MÉTODO E TÉCNICAS DE PESQUISA

3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

A coleta dos dados foi realizada utilizando-se três fontes diferentes, coletadas em momentos subsequentes, de maneira complementar e com intuito de atingir, além do objetivo geral, os objetivos específicos da pesquisa. A figura 12 representa resumidamente a relação dos tipos documentos e as especificações da coleta e análise.

PESQUISA DESCRITIVA EXPLORATÓRIA Tipo de

Documento Coleta Especificação Análise dos Dados

Banco de Dados

Boletim CeInfo- SP, SIA/DATASUS

Número de atendimentos médicos da AMA, UBS e PS de 2002 a 2013,

do município de São Paulo e STS Freguesia do Ó e Brasilândia

Distribuição dos atendimentos

Número de Unidades de AMA, UBS e PS 2006 a 2013 no município de SP e da STS FÓ e Brasilândia Distribuição do número de unidades Fichas de Atendimento Fichas de Atendimento dos pacientes da AMA (3 unidades, 156 fichas

válidas) da FÓ/Brasilândia

Classificação por paciente sobre a pertinência da queixa ao equipamento AMA (segundo

objetivos da AMA)

Analisar se o paciente deveria ou não ser atendidos na AMA

Classificação por paciente sobre a necessidade de acompanhamento

(UBS ou outro equipamento), segundo Diretrizes Técnicas da

AMA Analisar se os pacientes atendidos necessitam ou não de acompanhamento por equipamento específico. Relatórios de Atendimento Relatórios de atendimento dos pacientes atendidos na AMA (fichas de atendimento) pelo CNS

Número de vezes em que o paciente utilizou a AMA ou UBS/outros nos

anos de 2012 e 2013.

Analisar a frequência dos pacientes na AMA ou UBS/outros, atrelando esse dado aos dados das fichas de atendimento e a

portaria 1101/MS

Figura 12: Resumo metodológico. Fonte: Elaborado pelo autor.

3.3.1 Banco de Dados

Para a primeira fase da coleta dos dados, foi utilizado banco de dados do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA-SUS), coletado a partir de publicações do CEINFO-SP (http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/epidemiologia_e_informacao/index .php?p=19289#04. acessado em 10/11/2014) que é um órgão ligado a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo com a responsabilidade de coletar, processar e disseminar informações sobre saúde.

O SIA/DATASUS compreende hoje um centro de informação dentro da saúde e serve de referência legítima, para embasar estudos nessa área. A utilização desse banco sugere aos diferentes gestores amplas possibilidades para o planejamento de ações e ancora discussões em todos os níveis de atenção e de governo.

Possui informações de saúde como indicadores, dados assistenciais, informações epidemiológicas e de morbidade, informações sobre a rede de assistência à saúde, estatísticas vitais, demográficas e socioeconômicas (Brasil, 2008).

Para este estudo foi utilizada a série histórica anual da produção de consultas médicas ambulatorial de UBS, AMA e PS no período de 2002 a 2013, do município de São Paulo. O período foi designado com intuito de possibilitar comparações entre o número de atendimentos médicos no período anterior e posterior a implantação das AMAs.

Dentro dessa mesma lógica, uma nova coleta foi realizada especificamente na região da STS FÓ/Brasilândia, localizada na Zona Norte de São Paulo. A intenção foi de avaliar se o comportamento da distribuição da demanda nos diferentes equipamentos se deu de maneira semelhante a do município. Essa região foi escolhida por ser o território de atuação profissional da autora do trabalho e, por esse motivo, ter acesso às fichas de atendimento utilizadas posteriormente.

Outro levantamento realizado utilizando esse mesmo banco de dados foi o número de unidades inauguradas de AMA, UBS e PS do município, no período de 2006 a 2013 e da região de FÓ/ Brasilândia de 2007 (data de inauguração da primeira unidade de AMA na região) a 2013. Esses dados possibilitaram estabelecer uma relação entre o número de

unidades e o número de atendimentos médicos realizados no município e especificamente no território ao longo dos anos.

3.3.2 Fichas de Atendimento

A análise das fichas de atendimento justifica a segunda fase da coleta de dados, para se atingir aos objetivos 2 e 3. Essas fichas foram coletadas em unidades de AMA, no município de São Paulo. As unidades de escolha estão localizadas na Zona Norte, região de Freguesia do Ó e Brasilândia. A região coincide com uma Supervisão Técnica de Saúde (STS), divisão dada pela Secretaria Municipal de Saúde no ano de 2014 e que atribui reponsabilidades regionais a equipe administrativa da região. As unidades de AMA objetos do estudo são administradas por uma instituição parceira da prefeitura de SP e foram elencadas para o estudo devido ao acesso às informações e fichas de atendimento.

Foram levantadas as fichas de atendimento dos pacientes que utilizaram a AMA, em um dia e horário, sorteados em site online (http://www.sorteador.com.br/, acessado dia 29 de janeiro de 2014). Para o dia foi considerado o período de 1 a 31 e para o horário, de 7 a 19. A amostra aleatória foi realizada no dia 14/02/2014 das 10 às 13h, totalizando 192 pacientes. A amostra válida e utilizada neste estudo foi de 156 fichas de atendimento. Os pacientes que vieram encaminhados do sistema de referência e contra referência indicados de outros serviços de saúde, resultados de exames ou que continham alguma informação ilegível, foram desconsiderados neste estudo. As fichas foram analisadas por um único examinador, ficha a ficha, num total de 20 por dia, para evitar divergência na coleta de informações e fadiga do pesquisador.

Nesta etapa da pesquisa cada paciente foi classificado de duas formas distintas e sucessivas:

a) Classificação por paciente sobre a pertinência da queixa ao atendimento prestado pela AMA, sendo o paciente classificado em “correspondem aos objetivos da AMA” e “não correspondem aos objetivos da AMA”;

b) Sobre a necessidade ou não de acompanhamento a ser realizado pela UBS ou outro que possua essa característica (centro de atenção psicossocial (CAPS), ambulatórios de especialidades (AE), assistência médica ambulatorial especialidades (AMAE) e rede hora certa (RHC)).

A classificação foi realizada respeitando os critérios de encaminhamentos definidos pelas Diretrizes Técnicas da AMA e dos protocolos de saúde estabelecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e Ministério da Saúde. Esses dados foram tabulados em uma planilha de Excel e foram posteriormente analisadas.

Dessa maneira conseguiu-se complementar as informações produzidas pelo banco de dados do SIA, onde agora a busca foi analisar se a queixa do paciente que procura a AMA condiz com seus objetivos deste equipamento e se este paciente necessita de acompanhamento de outros serviços pertencentes à RAS.

3.3.3 Relatório analítico

Os pacientes atendidos pela AMA e que correspondem às fichas de atendimento levantadas, serviram de base para gerar o relatório analítico a partir do sistema SIGA – Saúde. Esse sistema é utilizado por todos os equipamentos de saúde ligados a rede municipal de atendimento de São Paulo e encontra-se em parceria com o Ministério da Saúde no projeto de integração da saúde, proposto a todos os municípios brasileiros (http://www.ima.sp.gov.br/noticias/siga-saude-e-gestao-do-sus), acessado em 29 de maio de 2014.

O relatório contém o histórico de informações sobre os equipamentos frequentados pelo paciente ao longo dos anos. Dessa maneira, conseguiu-se identificar quais os equipamentos em que o paciente foi assistido, a frequência e a data da consulta, além de outros como vacinação e procedimentos de enfermagem. Esses dados foram importantes para se atingir o objetivo 4.

Através da senha de acesso ao sistema, o relatório foi gerado mediante o número do cartão SUS do paciente, de forma individual. Portanto, foram obtidos 156 relatórios, referentes a cada ficha de atendimento analisada anteriormente e com a mesma numeração. Os dados alimentaram a planilha de Excel que foi utilizada anteriormente, respeitando-se a mesma ordem, de forma coincidente ao paciente.

Os critérios estabelecidos para a classificação dos pacientes foram definidos da seguinte forma:

b. O número de consultas médicas realizadas por serviços de acompanhamento, considerando UBS, CAPS, AMAE e RHC, nos anos de 2012 e 2013;

c. A definição de acompanhamento, sim ou não, seguindo as Diretrizes Técnicas da AMA, baseadas nos protocolos de atendimento do Ministério da Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde, no período de 2012 e 2013.

O presente trabalho tem registro e apreciação do Comitê de Ética em Pesquisas da Universidade Nove de Julho (UNINOVE) com protocolo número 368014.1.0000.5511 (CAAE).