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Procedimentos de coleta e de análise de dados

A técnica de análise a ser utilizada será a de análise de conteúdo, sintetizando-se os assuntos abordados na legislação em quadros categorizados por temas correlatos ao normativo técnico sobre governança de Tecnologia da Informação adotado (COBIT). A categorização a ser utilizada para os dispositivos legais será a mesma utilizada pelo COBIT para a organização dos processos de TI, os quais são classificados em quatro categorias (ou dimensões, segundo o COBIT), a saber: PO – Planejar e Organizar; AI – Adquirir e Implementar; DS – Entregar e Suportar; ME – Monitorar e Avaliar.

Com base na comparação entre as disposições legais e as normas técnicas, registrar-se-á, em colunas próprias da planilha comparativa, as omissões e imperfeições da primeira (legislação) em relação à segunda (COBIT).

Devido às restrições de tempo para essa pesquisa, faz-se necessário reduzir o seu escopo no que se refere à quantidade de processos de TI do COBIT que serão utilizados para efeito de comparação com a legislação existente.

Conforme exposto no referencial teórico, o COBIT possui 34 processos distribuídos em quatro dimensões (PO – Planejar e Organizar; AI – Adquirir e Implementar; DS – Entregar e Suportar; ME – Monitorar e Avaliar), de forma que é necessário o

estabelecimento prévio de um critério para escolher os processos que comporão esta pesquisa.

Como antecipado no tópico de revisão teórica do COBIT, a matriz de mapeamentos dos processos de TI constante do Apêndice II daquele manual constitui a base para a seleção dos processos.

Definiu-se que seriam consideradas relevantes para o trabalho três das cinco áreas foco de governança de TI constantes do mapeamento:

a) alinhamento estratégico;

b) entrega de valor;

c) gerenciamento de recursos.

Tal escolha baseou-se em elementos da definição de governança de TI no setor público, conforme exposto na revisão teórica:

tem-se que a Governança de TI nos órgãos públicos, como é o caso do CNJ, deve estar a serviço do cumprimento da missão e do alcance dos objetivos do governo. Esse alinhamento TI/negócio deve contribuir para o aperfeiçoamento da governança pública, promovendo níveis crescentes de eficácia, eficiência, transparência, segurança e redução de custos governamentais

O alinhamento estratégico faz parte do próprio conceito de planejamento estratégico e de seu desdobramento nos diversos níveis da organização. Os recursos da organização – no caso, os recursos de TI – devem ser direcionados para o cumprimento da missão e do alcance dos objetivos da organização.

A entrega de valor e o gerenciamento de recursos são intimamente relacionados à eficácia, eficiência e redução de custos, os quais, no âmbito governamental, são impositivos legais, como já visto na contextualização deste trabalho.

Quanto aos critérios de informação de TI, selecionaram-se todas as características elencadas na matriz por se considerar que a ausência de qualquer uma delas, principalmente quando se trata de informação governamental e, portanto, revestida de alto valor político, econômico e social, compromete fortemente a qualidade do uso da tecnologia da informação. Não se pode aceitar que uma informação produzida e gerenciada pelo setor público não seja eficaz, eficiente, confidencial (quando necessário), íntegra, disponível, conforme a lei e confiável.

No primeiro ciclo de seleção de processos de TI, optou-se por buscar todos os processos assinalados na referida matriz de mapeamento com a

importância relativa alta (letra “H”). Dessa forma, foram destacados os nove processos a seguir:

PO1 Definir um Plano Estratégico de TI PO9 Avaliar e Gerenciar os Riscos de TI PO10 Gerenciar Projetos

AI6 Gerenciar Mudanças

DS5 Assegurar a Segurança dos Sistemas DS11 Gerenciar os Dados

ME1 Monitorar e Avaliar o Desempenho de TI

ME3 Assegurar a Conformidade Com Requisitos Externos ME4 Prover Governança de TI

No segundo ciclo, foram selecionados os processos assinalados com a importância relativa média (letra “M”) que tivessem quatro ou mais relacionamentos primários (letra “P”) com as áreas foco de governança de TI e os critérios de informação de TI elencados. Assim, foram selecionados mais dois processos:

AI2 Adquirir e Manter Software Aplicativo DS1 Definir e Gerenciar Níveis de Serviços

No terceiro ciclo, foram selecionados os processos da dimensão “Planejar e Organizar” assinalados com a importância relativa média (letra “M”) que tivessem três relacionamentos primários (letra “P”) com as áreas foco de governança de TI e os critérios de informação de TI elencados. Assim, foram selecionados mais dois processos. Dessa forma, outros três processos foram escolhidos:

PO3 Determinar as Diretrizes de Tecnologia PO5 Gerenciar o Investimento de TI

PO8 Gerenciar a Qualidade

Por fim, utilizando-se de prerrogativa própria das pesquisas qualitativas, foram escolhidos outros dois processos, os quais, segundo entendimento do pesquisador, não poderiam ser omitidos. Um deles relacionados à gestão de pessoas, campo fundamental da ciência administrativa, e o outro à não interrupção dos serviços, requisito essencial do serviço público:

PO7 Gerenciar os Recursos Humanos de TI DS4 Assegurar a Continuidade dos Serviços

Dessa maneira, foram selecionados os dezesseis processos de TI, ordenados no Quadro 2.

PO – Planejar e Organizar

PO1: Definir um Plano Estratégico de TI PO3: Determinar as Diretrizes de Tecnologia PO5: Gerenciar o Investimento de TI

PO7: Gerenciar os Recursos Humanos de TI PO8: Gerenciar a Qualidade

PO9: Avaliar e Gerenciar os Riscos de TI PO10: Gerenciar Projetos

AI – Adquirir e Implementar

AI2: Adquirir e Manter Software Aplicativo AI6: Gerenciar Mudanças

DS – Entregar e Suportar

DS1: Definir e Gerenciar Níveis de Serviço DS4: Assegurar a Continuidade dos Serviços DS5: Garantir a Segurança dos Sistemas DS11: Gerenciar os Dados

ME – Monitorar e Avaliar

ME1: Monitorar e Avaliar o Desempenho de TI

ME3: Assegurar a Conformidade com Requisitos Externos ME4: Prover Governança de TI

Quadro 3 – Processos de TI do COBIT selecionados

No Apêndice I do COBIT consta uma matriz ligando os 34 processos de TI a 28 objetivos de TI (COBIT, p. 174). Utilizou-se essa matriz para verificar com que grau os dezesseis processos de TI selecionados atenderiam àqueles objetivos de TI. Assim feito, constatou-se que somente os quatro objetivos de TI listados a seguir não contaram com nenhum processo de TI diretamente a eles relacionados:

a) Adquirir e manter uma infraestrutura de TI integrada e padronizada;

b) Assegurar a satisfação mútua no relacionamento com terceiros;

c) Assegurar a integração dos aplicativos com os processos de negócios;

d) Assegurar apropriado uso e a performance das soluções de aplicativos e de tecnologia.

Com esse resultado, considera-se que a seleção de processos de TI foi bastante satisfatória, pois com 47% dos processos (16/34) foi possível atingir 86%

dos objetivos de TI (24/28). Do ponto de vista qualitativo, também se considera satisfatório, pois os quatro objetivos de TI não mapeados poderiam ser considerados

secundários e compensados ou supridos por outros, de maior importância ou abrangência, que versassem sobre tema semelhante. Por exemplo, “adquirir e manter uma infraestrutura de TI integrada e padronizada” provavelmente é um objetivo intermediário para se atingir o objetivo de “otimizar a infraestrutura, recursos e capacidades de TI”, o qual é suportado pelo processo selecionado “PO3 Determinar as Diretrizes de Tecnologia”.

Uma vez selecionados os processos de TI que serão utilizados como critério de comparação, coleta-se a leis sobre governança de TI aplicáveis ao CNJ, segundo a metodologia já exposta, categorizando seus dispositivos de acordo com as quatro dimensões do COBIT, conforme mencionado no parágrafo inicial deste tópico.

Nesse estágio do trabalho deverá ser criado um quadro comparativo entre os processos selecionados do COBIT e os dispositivos legais que contribuem para que esses processos sejam implantados no CNJ.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Por se tratar de uma pesquisa qualitativa baseada na análise de documentos, no caso, leis e outras espécies normativas, tais como resoluções e portarias, a coleta de dados consistiu na busca desse material nos sítios da internet de órgãos públicos, principalmente na página do CNJ.

O portal do CNJ na internet possui uma página destinada aos atos administrativos do órgão (http://www.cnj.jus.br/atos-administrativos) com links para as diversas espécies normativas emitidas (Instrução Normativa, Portaria, Resolução etc), sobre as quais foi realizada pesquisa exaustiva.

No Quadro 4 constam, em ordem cronológica, as normas identificadas segundo o escopo deste trabalho.

Quadro 4 – Legislação sobre Governança de TI identificada

No Quadro 5 consta o resultado da extração dos artigos relevantes em termos de governança de TI, da legislação identificada na pesquisa (Quadro 4).

Esse quadro apresenta, também, o mapeamento desses artigos para os processos

Origem Espécie Número Data Assunto

PR Decreto 4.553 27/12/2002 Classificação da informação PR Decreto 5.707 23/02/2006 Desenvolvimento de pessoal GSI/PR IN 1 13/06/2008 Segurança da informação

GSI/PR NC 2 13/10/2008 Metodologia de gestão de segurança da informação

CNJ Resolução 70 18/03/2009 Planejamento e gestão estratégica CNJ Resolução 79 09/06/2009 Divulgação de informações

GSI/PR NC 3 30/06/2009 Política de segurança da informação CN Lei 12.017 12/08/2009 Diretrizes Orçamentárias (LDO)

GSI/PR NC 4 14/08/2009 Gestão de riscos de segurança da informação

GSI/PR NC 5 14/08/2009 Equipes de tratamento e resposta a incidentes em redes computacionais CNJ Resolução 90 29/09/2009 Requisitos de nivelamento de TI CNJ Resolução 91 29/09/2009 Desenvolvimento de sistemas GSI/PR NC ¨6 11/11/2009 Gestão de continuidade do negócio CNJ Resolução 99 24/11/2009 Planejamento estratégico de TIC GSI/PR NC 7 06/05/2010 Controle de acesso

GSI/PR NC 8 19/08/2010 Gerenciamento de incidentes em redes computacionais

CNJ Resolução 121 05/10/2010 Divulgação de informações GSI/PR NC 9 19/11/2010 Uso de criptografia

CNJ Portaria 222 03/12/2010 Comitê Nacional de Gestão de TIC

de TI do COBIT. No Anexo A, consta a ementa das normas legais selecionadas, bem como o texto de seus artigos referenciados neste trabalho.

Norma Artigo Processo COBIT

Dec. 4.553/2002 Art. 5º PO2

Art. 1º PO7

Dec. 5.707/2006 Art. 1º, III PO4

Art. 1º DS5

Arts. 3º a 7º PO4

Art. 3º, III DS8

Art. 3º, IV PO7

Art. 3º, VI ME2

Art. 3º, VII PO5

Art. 5º, III PO5

Art. 5º, V DS8

Art. 5º, VII DS5

IN GSI 1/2008

Art. 5º, VIII ME2

Item 2.1 PO8

Item 3.1 a 3.1.2 DS5

Item 3.1.3 a 3.1.8 PO9

Item 3.1.9 DS5

NC GSI 2/2008

Item 3.3 PO8; ME2

Art. 1º, IV, “g” PO1

Art. 1º, IV, “g”, objetivo 13 AI3 Art. 1º, IV, “g”, objetivo 14 AI2 Res. CNJ 70/2009

Art. 2º PO1

Res. CNJ 79/2009 Art. 2º ME3

Item 2.1 c/c item 6 DS5

Item 5.1 PO4

NC GSI 3/2009

Item 5.3.7 PO4

Lei 12.017/2009 Art. 9º, II c/c Anexo II, XVIII PO5 NC GSI 4/2009 Item 4.2 c/c item 5, caput PO9

NC GSI 5/2009 Item 7 DS8

Art. 2º PO4

Art. 2º, § 2º, I ME4

Art. 2º, § 2º, II PO10

Art. 2º, § 2º, III PO1

Art. 2º, § 2º, IV DS5

Art. 2º, § 2º, V AI3

Art. 2º, § 2º, VI DS2

Art. 2º, § 3º PO4

Art. 2º, § 4º PO4

Art. 3º PO7

Art. 4º AI2

Art. 4º, parágrafo único DS2

Art. 5º DS2; DS4

Art. 6º AI2

Art. 8º ME3

Art. 9º AI3

Art. 9º, § 2º DS9

Art. 10 PO4; DS9; ME4

Art. 11 PO1

Art. 11, parágrafo único PO3

Art. 12 PO4

Res. CNJ 90/2009

Art. 13 DS5

Art. 16 ME4

Art. 17 ME1

Res. CNJ 91/2009 Art. 2º AI2

NC GSI 6/2009 Item 6.1 DS4

Art. 2º PO1

Res. CNJ 99/2009 Art. 2º, § 3º PO5

NC GSI 7/2010 Item 2.6 DS5

NC GSI 8/2010 Item 2.1 DS8

Art. 1º ME3

Art. 2º PO4

Res. CNJ 121/2009

Art. 3º DS5

NC GSI 9/2010 Item 2.1.1 DS5

Art. 1º PO4

Art. 3º, III DS5

Art. 3º, IV AI2

Art. 3º, V AI2

Art. 3º, VI AI2

Art. 3º VII PO7

Port. CNJ 222/2010

Art. 3º, VIII AI1

Quadro 5 – Artigos da legislação sobre Governança de TI

No Quadro 6 é apresentado o resultado principal desta pesquisa. Trata-se do mapeamento dos processos de TI do COBIT, considerados prioritários para efeito desta investigação, para a legislação sobre governança de TI aplicável ao Conselho Nacional de Justiça. Em termos práticos, o quadro 4.3 consiste na junção do quadro 3.4.1 com o quadro 4.2.

Processo COBIT Norma Artigo

PO – Planejar e Organizar

Res. CNJ 70/2009 Art. 1º, IV, “g”

Art. 2º

Res. CNJ 90/2009 Art. 2º, § 2º, III Art. 11

PO1: Definir um Plano Estratégico de TI

Res. CNJ 99/2009 Art. 2º

PO3: Determinar as Diretrizes de Tecnologia Res. CNJ 90/2009 Art. 11, parágrafo único IN GSI 1/2008 Art.3º, VII

Art. 5º, III PO5: Gerenciar o Investimento de TI

Lei 12.017/2009 Art. 9º, II c/c Anexo II, XVIII

Decreto 5.707/2006 Art. 1º IN GSI 1/2008 Art. 3º, IV Res. CNJ 90/2009 Art. 3º Dec. 5.707/2006 Art. 1º, III PO7: Gerenciar os Recursos Humanos de TI

Port. CNJ 222/2010 Art. 3º, VII PO8: Gerenciar a Qualidade NC GSI 2/2008 Item 2.1

Item 3.3

NC GSI 2/2008 Itens 3.1.3 a 3.1.8 PO9: Avaliar e Gerenciar os Riscos de TI

NC GSI 4/2009 Item 4.2 c/c item 5, caput PO10: Gerenciar Projetos Res. CNJ 90/2009 Art. 2º, § 2º, II

AI – Adquirir e Implementar

Res. CNJ 70/2009 Art. 1º, IV, “g”, objetivo 14 Res. CNJ 90/2009 Art. 4º

Art. 6º Res. CNJ 91/2009 Art. 2º AI2: Adquirir e Manter Software Aplicativo

Port. CNJ 222/2010 Art. 3º, IV; V; VI AI6: Gerenciar Mudanças

DS – Entregar e Suportar

DS1: Definir e Gerenciar Níveis de Serviço

Res. CNJ 90/2009 Art. 5º DS4: Assegurar a Continuidade dos

Serviços NC GSI 6/2009 Item 6.1

IN GSI 1/2008 Art. 1º Art. 5º, VII NC GSI 2/2008 Item 3.1 a 3.1.2

Item 3.1.9

NC GSI 3/2009 Item 2.1 c/c item 6 Res. CNJ 90/2009 Art. 2º, § 2º, IV

Art. 13 NC GSI 7/2010 Item 2.6 NC GSI 9/2010 Item 2.1.1 Res. CNJ 121/2009 Art. 3º DS5: Garantir a Segurança dos Sistemas

Port. CNJ 222/2010 Art. 3º, III DS11: Gerenciar os Dados

ME – Monitorar e Avaliar

ME1: Monitorar e Avaliar o Desempenho de

TI Res. CNJ 90/2009 Art. 17

Res. CNJ 79/2009 Art. 2º Res. CNJ 90/2009 Art. 8º ME3: Assegurar a Conformidade com

Requisitos Externos

Res. CNJ 121/2009 Art. 1º ME4: Prover Governança de TI Res. CNJ 90/2009

Art. 2º, § 2º, I Art. 10 Art. 16 Quadro 6 – Mapeamento dos processos de TI para a legislação identificada

Não foi encontrado normativo legal versando sobre os três processos de TI relacionados na Tabela 1, cuja construção foi baseada no mapeamento de

processos de TI para as áreas foco de Governança de TI e para os critérios de informação, constante do Apêndice II do COBIT (COBIT, 2007, p. 177).

Áreas foco de Governança de TI

Critérios de Informação do COBIT

Processos de TI Importância Alinhamento Estragico Entrega de Valor Gerenciamento de Recursos Gerenciamento de Riscos Medão de Performance Eficácia Eficncia Confidencialidade Integridade Disponibilidade Conformidade Confiabilidade

AI6 Gerenciar Mudanças H P S P P P P S

DS1 Definir e Gerenciar Níveis de

Serviço M P P P P P P S S S S S

DS11 Gerenciar os Dados H P P P P P

Tabela 1 – Processos de TI não mapeados

Importância Relacionamento H – alta P – primário M – média S – secundário

Conforme se observa dos relacionamentos constantes da Tabela 1, o COBIT atribui grau de importância alto aos processos AI6 – Gerenciar Mudanças e DS11 – Gerenciar os Dados. Embora tenha sido atribuído grau de importância médio ao processo DS1 – Definir e Gerenciar Níveis de Serviço, depreende-se da Tabela 1 que ele apresenta um relacionamento muito forte com as áreas foco de Governança de TI e com os critérios de informação.

No que se refere ao relacionamento desses processos de TI com os objetivos de TI e destes com os objetivos de negócios, a Tabela 2 sintetiza essa informação, com base nas tabelas de relacionamento constantes do Apêndice I do COBIT (COBIT, 2007, p. 170-175).

Objetivos de Negócios

Perspectiva Financeira Perspectiva do Cliente Perspectiva Interna

Processos de TI Objetivos de TI

AI6 DS1 DS11 2 Gerenciar os riscos de negócios relacionados a TI 4 Aprimorar orientão para clientes e servos 6 Estabelecer a continuidade e disponibilidade dos serviços 7 Criar agilidade em responder a requerimentos de negócios 9 Obter informões confveis e úteis para o processo de decisões estratégicas 10 Aprimorar e manter a funcionalidade dos processos de negócios 12 Conformidade com leis externas, regulamentos e contratos 14 Gerenciar mudanças de negócios 1 Responder aos requerimentos de

negócios de maneira alinhada com a

estratégia de negócios

3 Assegurar a satisfação dos usuários

finais com a oferta e níveis de serviços

4 Otimizar o uso da informação

6 Definir como funções de negócios e requerimentos de controles são convertidos em soluções

automatizadas efetivas e eficientes

12 Assegurar a transparência e o entendimento dos custos, benefícios, estratégia, políticas e níveis de serviços de TI

16 Reduzir os defeitos e retrabalhos na

entrega de serviços e soluções

19 Assegurar que informações confidenciais e críticas são protegidas daqueles que não deveriam ter acesso às mesmas

22 Assegurar o mínimo impacto para os negócios no caso de uma parada ou

mudança nos serviços de TI

26 Manter a integridade da informação

e da infraestrutura de processamento

27 Assegurar a conformidade de TI

com leis, regulamentos e contratos

Tabela 2 – Processos de TI / Objetivos de TI / Objetivos de Negócio

A análise dos dados constantes da Tabela 2 leva ao entendimento de que os três processos de TI para os quais não foi identificada legislação a respeito – AI6-Gerenciar Mudanças; DS1-Definir e AI6-Gerenciar Níveis de Serviços; DS11-AI6-Gerenciar os Dados – constituem suporte bastante importante para se atingir os objetivos de negócio, especialmente naqueles pertinentes à perspectiva do cliente e à perspectiva interna. Nesta última, a conformidade com leis, regulamentos e contratos, essencial na administração pública, tem substancial suporte nos processos de TI relativos à gerência de mudanças e de dados.

Quanto aos processos de TI selecionados, para os quais houve legislação mapeada neste trabalho, é possível emitir algumas considerações:

a) Os processos da dimensão “Planejar e Organizar” possuem um bom suporte na legislação encontrada, à exceção do processo “PO8-Gerenciar a Qualidade”, considerada insuficiente porque os normativos encontrados provêm do GSI/PR e, portanto, a previsão neles existente de melhoramento contínuo dos serviços é direcionada especificamente à gestão da segurança da informação.

b) Na dimensão “Adquirir e Planejar”, o processo “AI2-Adquirir e Manter Software Aplicativo” encontra bom apoio na legislação produzida pelo próprio CNJ, destacando-se a Resolução CNJ 91/2009 que aprovou um Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão de Processos e Documentos do Poder Judiciário. O outro processo selecionado nessa dimensão (AI6-Gerenciar Mudanças) não teve legislação pertinente a ele encontrada, conforme mencionado anteriormente.

c) Na dimensão “Entregar e Suportar”, dos quatro processos selecionados, dois deles também não tiveram legislação pertinente encontrada (DS1-Definir e Gerenciar Níveis de Serviço e DS11-Gerenciar os Dados), conforme já relatado. Para os outros dois processos (DS4-Assegurar a Continuidade dos Serviços e DS5-Garantir a Segurança dos Sistemas) foi encontrada boa legislação a respeito, principalmente a produzida pelo GSI/PR que é abrangente e bem detalhada.

d) A dimensão “Monitorar e Avaliar” conta com boa legislação apoiando os três processos de TI selecionados. A disposição trazida pelo art. 17

da Resolução CNJ 90/2009 para que o CNJ realize, anualmente, diagnóstico para avaliar o nível da infraestrutura e serviços de TIC no Poder Judiciário (o que, naturalmente, inclui ele próprio), traz excelente suporte ao processo “ME1-Monitorar e Avaliar o Desempenho de TI”. Os três dispositivos legais que apoiam o processo “ME3-Assegurar a Conformidade com Requisitos Externos”

visam assegurar o cumprimento do princípio constitucional da publicidade. Nesse ponto, crê-se que a legislação poderia ser aperfeiçoada com a criação de novos dispositivos que buscassem a conformidade com outros requisitos externos, a exemplo dos princípios da eficiência e do controle. Com relação ao processo “ME4-Prover Governança de TI”, a Resolução CNJ 90/2009, em três oportunidades, atua nessa direção: (i) no art. 2º, § 2º, inciso I, a governança de TIC é definida como atividade estratégica; (ii) no art.

10, é determinada a adequação de vários aspectos de TI às melhores práticas consolidadas no padrões nacionais e internacionais; (iii) no art. 16, é determinada a formulação de plano de trabalho e cronograma para atendimento dos critérios estabelecidos na Resolução CNJ 90/2009.

Impende ressaltar a importância da Resolução CNJ 90/2009, não porque seja mais importante que as demais, mas pela sua abrangência e alcance. Além de ser destinada, como as outras normas do CNJ aqui citadas, a todo o Poder Judiciário, alcança 14 processos do COBIT (Quadro 5).

Em face das considerações expendidas até o momento, é forçoso concluir pela necessidade de produção legislativa como o intuito de aperfeiçoar o nível de maturidade das práticas de tecnologia da informação relacionadas aos processos de TI constantes do Quadro 7, a seguir.

Processo de TI Motivo

PO – Planejar e Organizar

PO8: Gerenciar a Qualidade A legislação encontrada se restringe apenas à segurança da informação

AI – Adquirir e Implementar

AI6: Gerenciar Mudanças Não foi encontrada legislação a respeito DS – Entregar e Suportar

DS1: Definir e Gerenciar Níveis de Serviço Não foi encontrada legislação a respeito DS11: Gerenciar os Dados Não foi encontrada legislação a respeito ME – Monitorar e Avaliar

ME3: Assegurar a Conformidade com Requisitos Externos

A legislação encontrada se restringe apenas ao princípio constitucional da publicidade Quadro 7 – Processos de TI carentes de legislação

Faz-se necessário falar dos processos de TI não selecionados para o escopo desta pesquisa, mas para os quais foi detectada legislação indutora de melhoria (Quadro 8).

PO – Planejar e Organizar

PO2: Definir a Arquitetura da Informação

PO4: Definir os Processos, a Organização e os Relacionamentos de TI AI – Adquirir e Implementar

AI1: Identificar Soluções Automatizadas DS – Entregar e Suportar

DS2: Gerenciar Serviços Terceirizados

DS8: Gerenciar a Central de Serviço e os Incidentes DS9: Gerenciar a Configuração

ME – Monitorar e Avaliar

ME2: Monitorar e Avaliar os Controles Internos

Quadro 8 – Processos não selecionados, com legislação encontrada

Desses processos, cabe destacar dois deles: (i) PO4-Definir os Processos, a Organização e os Relacionamentos de TI; (ii) ME2-Monitorar e Avaliar os Controles Internos.

Foram identificados dispositivos legais que dão suporte ao processo

“PO4-Definir os Processos, a Organização e os Relacionamentos de TI” em seis das dezenove leis encontradas, o que caracteriza a grande importância atribuída pela Administração Pública a esse processo. No entanto, é oportuno ressaltar que no mapeamento realizado no Apêndice II do COBIT esse processo foi classificado com grau de importância baixo (COBIT, 2007, p. 177).

Os dispositivos que apóiam o processo “ME2-Monitorar e Avaliar os Controles Internos”, encontrados na IN GSI 1/2008 e na NC GSI 2/2008, fazem referência à consolidação dos resultados dos trabalhos de auditoria de Gestão de Segurança da Informação e Comunicações da APF.

Finalmente, é oportuno consignar que os resultados obtidos com relação ao CNJ podem ser extrapolados para todo o Judiciário, pois a legislação encontrada não se restringe ao CNJ, mesmo aquelas produzidas pelo próprio órgão, pois que, pela sua missão institucional, as Resoluções e Portarias sobre governança de TI por ele emitidas destinaram-se aos tribunais indicados nos incisos II a VII do art. 92 da Constituição Federal.

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