• Nenhum resultado encontrado

CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDE

4.2 Procedimentos e Técnicas de Produção de Dados

Com intuito de responder às questões de pesquisa e alcançar os objetivos propostos os dados foram produzidos por duas técnicas: análise documental e entrevistas orientadas por dois roteiros semiestruturados, um para conselheiros e outro para coordenadores/profissionais de saúde da área técnica de Saúde Mental da SESAB.

Foi feito o levantamento de 181 documentos, os quais foram organizados segundo tipo de documento, data, conteúdo meio de divulgação. Os documentos são: quatros relacionados com a III e IV Conferências Estaduais de Saúde Mental (Apêndice A); 32 Atas de reuniões (as Atas estão numeradas de 1 a 32 correspondentes à sequência das reuniões) e cinco resoluções Conselho Estadual de Saúde da Bahia (Apêndice B); 30 documentos institucionais da SESAB (duas portarias do Gabinete do Secretario, dois planos estaduais específicos para a Saúde Mental, dois planos estaduais de saúde, 11 programações anuais e 13 relatórios anuais de gestão) (Apêndice C); e 110 resoluções da CIB que trataram de assuntos da Saúde Mental (Apêndice D).

As entrevistas foram realizadas pelo próprio pesquisador com sete entrevistados, elas ocorreram entre agosto e novembro de 2014, com um total de tempo de oito horas e 46 minutos, o tempo médio de duração das entrevistas foi de uma hora e 20 minutos por entrevistado. Todas as entrevistas foram realizadas em local privativo escolhido pelo entrevistado, sendo as respostas dos roteiros gravadas e transcritas.

Os sete entrevistados foram denominados informantes-chaves da pesquisa, sendo compostos por três conselheiros e quatro profissionais da área técnica de Saúde Mental da SESAB. Os critérios para seleção desses informantes-chaves foram diferentes, sendo descritos a seguir:

a) Critério para seleção dos conselheiros.

Inicialmente foi previsto que os conselheiros selecionados para serem os informantes-chaves seriam um representante de cada segmento que compõe o CES-BA, quais sejam usuários; trabalhadores da saúde; governo e prestadores de serviço. Após leitura das atas selecionadas, tendo em vista a inclusão do tema Saúde Mental na agenda de debates, identificou-se que os representantes de segmentos do governo e prestadores de serviço participaram das discussões, porém não utilizaram, em várias reuniões, do recurso da fala durante o debate, sendo o

segmento de trabalhadores da saúde e usuários os que mais utilizaram tal recurso. Além disso, o CES-BA não era paritário até 2008, chegando a ter entidades representativas de empresas privadas do ramo comercial como segmentos de usuários (BISPO JÚNIOR, 2014). Portanto, o critério inicial poderia revelar informantes em que a entidade não corresponderia ao segmento, e também, representante com pouca participação nos debates por não apresentar questionamentos, nem se posicionar sobre a Política Estadual de Saúde Mental durante as reuniões.

Desse modo, o critério para seleção dos conselheiros foi ter participado das reuniões e ter feito questionamentos e posicionamentos nos momentos de debates dos pontos de pautas sobre Saúde Mental. Entretanto, como havia vários conselheiros que preenchiam esse critério e o tempo para conclusão dessa pesquisa é insuficiente para entrevistar vários ou todos os conselheiros, optou-se pela escolha de um conselheiro para cada um dos três grupos, formados por Atas de reuniões a cada quatro anos. As Atas que tratavam de pautas relativas à Saúde Mental foram distribuídas, conforme o ano de realização da reunião, nos respectivos grupos. A partir daí, procedeu-se a seleção dos informantes, descrita na tabela 1. Nota-se nesta tabela, que se o primeiro colocado não aceitasse participar, o segundo seria convidado e assim sucessivamente, até que fossem selecionados os três informantes-chaves.

Tabela 1 - Seleção dos conselheiros informantes-chaves.

Grupo Período Conselheiro

selecionado

Segmento Observação Código de

identificação

Grupo

I 2001 - 2004

1º colocado Usuários Não localizado 2º colocado Trabalhadores na

Saúde Aceitou participar E6

Grupo II 2005 - 2008

1º colocado Governo Não aceitou participar 2º colocado Trabalhadores na

Saúde Aceitou participar E2 Grupo III 2009 - 2013 1º colocado Trabalhadores na

Saúde Aceitou participar E7 Fonte: elaboração própria.

b) Critérios para seleção dos coordenadores/profissionais da área técnica de Saúde Mental:

Os 04 coordenadores/profissionais da área técnica de Saúde Mental da SESAB foram selecionados intencionalmente e preencheram os seguintes critérios de inclusão: ter trabalhado ou trabalhar na área técnica de Saúde Mental por no mínimo um ano no período do estudo; não ter sido ou ser conselheiro no CES-BA; ser profissional de saúde; e ter participado de uma das CESM. O total de quatro entrevistas se justifica por conta do tempo de atuação de cada coordenador, sendo o suficiente para contemplar todo o período do estudo (tabela 2).

Tabela 2 - Identificação dos coordenadores da área técnica de SM-SESAB informantes-chaves.

Coordenadores/profissionais da área técnica de SM

Anos de atuação Código de

identificação

Coordenador 1 2001 a 2003 E5

Coordenador 2 2003 a 2009 E1

Coordenador 3 2009 a 2012 E4

Coordenador 4 2009 a 2013 E3

Fonte: elaboração própria.

Para a realização das entrevistas, utilizou-se como instrumento de coleta de dados um roteiro específico para conselheiros (Apêndice E) e outro para coordenadores e/ou profissionais da área técnica em Saúde Mental da SESAB (Apêndice F), composto por questões abertas referentes ao processo decisório das propostas da III e IV CESMI e da Política de Saúde Mental, incluindo o debate ocorrido no âmbito do Conselho Estadual (exclusiva aos conselheiros), bem como perguntas relativas ao monitoramento da implementação e avaliação da PSM no estado, incluindo questões sobre as facilidades e dificuldades percebidas na condução da política de Saúde Mental.

Documentos relacionados