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Procedimentos de Ensino das habilidades de vestir-se e de alimentar-se

5. PROCEDIMENTOS

5.2. Procedimentos de coleta de dados

5.2.1. Procedimentos de Ensino das habilidades de vestir-se e de alimentar-se

colocar o canudo na lata; e cinco sessões para abrir potes.

Manutenção e generalização das habilidades adquiridas– Quatro sessões foram realizadas para verificar e garantir a manutenção das habilidades e duas sessões foram realizadas visando verificar a generalização das habilidades aprendidas.

Nas sessões para manutenção, foram empregadas as mesmas atividades dos procedimentos de ensino com a pesquisadora e a participante para as habilidades de vestir-se e alimentar-se: duas sessões para vestir a boneca; uma sessão para vestir-se; uma sessão para calçar-se; duas sessões para colocar a mesa; duas sessões para abrir lata; duas sessões para abrir invólucro de canudos e colocar canudos na lata ou em copos de suco.

Nas sessões para verificação da generalização das habilidades de alimentar-se contou-se com a participação de auxiliares de pesquisa com e sem familiaridade com a participante.

Na primeira sessão, a terapeuta ocupacional da instituição, de quem a criança recebia atendimento regularmente, antes do início da pesquisa e com quem tinha vínculo; na segunda sessão, uma pesquisadora auxiliar com a qual a criança não havia se encontrado em nenhuma oportunidade anterior. Em ambas as sessões foram realizadas atividades de: colocar a mesa, passar manteiga, geléia, ou requeijão em pães; abrir latas de suco; abrir potes; abrir invólucros que envolvem o canudo; colocar canudo em copos/latas de suco; colocar líquido no copo. Destaca-se que em função da natureza da habilidade de vestir-se e do repertório da participante, a verificação da generalização desta atividade na presença de outras pessoas não foi programada.

5.2.1. Procedimentos de Ensino das habilidades de vestir-se e de alimentar- se

Dois conjuntos ou grupos de atividades foram propostas e estavam relacionadas respectivamente às habilidades de vestir-se e de alimentar-se. Cada um deles foi descrito separadamente.

Habilidade de vestir-se

Para a habilidade de vestir-se, as atividades consistiram em tarefas de vestir e calçar sapatos em bonecos tipo bebês (duas representações de meninas e uma de menino) bem como colocar em si própria casacos, shorts e vestidos, utilizados sobre as roupas que ela já vestia. No caso de vestir tanto os bonecos quanto a ela mesma, foram

46 avaliadas as habilidades da criança em reconhecer o lado direito e o lado do avesso nas roupas, bem como identificar a frente e o verso, barras, golas, e orifício para pernas e braços nas vestimentas. Quanto a calçar os sapatos nos bonecos, objetivou-se identificar as habilidades dela em verificar o sapato adequado a cada pé dos bonecos assim como a forma adequada de colocá-los.

As tarefas de calçar-se eram parte da habilidade de vestir-se e foram compostas por colocar tênis, sapatilhas e sandálias. A partir do momento em que a criança conseguia colocá-los, a pesquisadora pedia que amarrasse os cadarços do tênis, ajustasse e afivelasse as sandálias. Em caso de dificuldades para afivelar sandálias, optou-se por usar um cinto para mostrar a forma correta de ajustar e afivelar as sandálias, pelo fato de os cintos apresentarem furos maiores e dessa forma, mais fáceis de ajustar. Quanto às dificuldades em amarrar tênis optou-se por oferecer ajuda utilizando uma fita grossa e maior do que um cadarço para dar um laço no braço ou na cintura de uma boneca.

Os bonecos eram dispostos sentados e despidos sobre mesas escolares, com suas respectivas vestimentas e sapatos ao lado de cada um. As vestimentas eram dispostas de forma aleatória do lado avesso e direito, e colocadas ora com a frente, ora com a parte de trás ao lado dos bonecos. Os sapatos eram dispostos sempre com a parte da frente ao lado dos bonecos e à frente das roupas.

A criança era ajudada pela pesquisadora sempre que demonstrasse dificuldade para realizar a atividade, como ao fechar o velcro de um vestido, unindo a parte que ficava na gola com a que ficava na barra do vestido, ou ao colocar o sapato correspondente ao pé esquerdo no pé direito do boneco, inicialmente, a criança era questionada se estava correto e lhe eram oferecidas novas oportunidades de tentativas e se necessário, ajuda. O critério para que a pesquisadora intervisse esteve relacionado ao interesse da criança em permanecer na realização da tarefa e no aumento ou decréscimo da proximidade do acerto da criança ao longo das tentativas.

Habilidade de alimentar-se

Para a habilidade de alimentar-se, as atividades consistiram em tarefas de: reconhecimento de objetos relacionados a sua utilização na alimentação tais como talheres variados; pratos de brinquedo; descartáveis; copos; panelas; jarra; leiteira; liquidificador; fogão; guardanapo de papel; toalhas de jogo americano para mesas e posteriormente preparar a mesa utilizando esses objetos, além de alimentos, abrir latas de suco (tipo refrigerante), abrir potes de manteiga, geleia ou requeijão; passar

47 manteiga, geleia, ou requeijão, em pães já cortados (pães “de leite”, baguetes, pães de forma e pães francês) e descascar e fatiar bananas para comer em seguida.

Nas sessões de alimentação que envolviam objetos de brinquedo, os objetos eram dispostos em uma carteira, à frente da criança, de modo que ela pudesse escolher quais utilizaria. Num primeiro momento, a pesquisadora perguntava sobre quais objetos estavam ali e a criança deveria dizer os nomes. O conhecimento sobre a função dos objetos era verificado por meio do uso que a criança fizesse deles durante as brincadeiras, por exemplo, produzir com a boca o ruído de liquidificador e dizer que irá “preparar uma vitamina de leite com frutas” para os bonecos, depois pegar uma mamadeira de brinquedo e “fazer de conta” que despeja a “vitamina”, e “dar mamadeira” ao boneco.

Nas demais sessões de alimentação real os objetos e alimentos também eram dispostos em uma carteira à frente da criança, que deveria colocá-los em outra mesa antes de servir-se dos alimentos. Em caso de dificuldades na execução das atividades, como ao colocar jogos americanos do lado avesso na mesa; ou colocar manteiga na espátula utilizada para passá-la no pão de forma a transbordar da espátula; ou não conseguir fazer pressão o suficiente para abrir a lata de suco; ou ainda colocar suco no copo, posicionando a “boca” da lata fora da “boca” do copo de modo a derramar o líquido fora do copo, inicialmente, a criança era questionada se estava correto e lhe eram oferecidas novas oportunidades de tentativas e se necessário, ajuda. O critério para que a pesquisadora interviesse esteve relacionado ao interesse da criança em permanecer na realização da tarefa e no aumento ou decréscimo da proximidade do acerto da criança ao longo das tentativas.

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