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CAPÍTULO II – METODOLOGIA

2.6. PROCEDIMENTOS

Para se proceder à presente investigação, no Hospital IPO, surgiram-nos alguns transtornos para a sua efectivação. Podemos dizer que foi de uma enorme dificuldade obtermos o parecer favorável da Escola Portuguesa de Oncologia, para consentimento da autorização da investigação a realizar neste Hospital a fim de acedermos à participação dos pais/encarregados de educação, crianças e adolescentes, professores, educadoras de infância e enfermeiras. A primeira resposta foi ―negativa‖, mas como não consegui aceitar esta resposta, pois punha o meu trabalho e o meu ano lectivo em risco, decidi ir pessoalmente falar com a pessoa responsável pela supervisão da pesquisa dentro do Hospital IPO. Após uma conversa formal e posteriormente informal, e devido à minha persistência junto da Educadora de Infância responsável pela Pedagogia Educativa das crianças e dos adolescentes ali hospitalizados, consegui com que dias depois pudesse renovar o meu pedido de autorização da investigação pretendida. A obrigação do preenchimento de diversos documentos, que me foram enviados pela

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Escola Portuguesa de Oncologia, foi cumprida e estes foram por mim enviados à mesma Escola e à sua Comissão de Ética. O tempo de espera e a total incerteza de uma resposta ―positiva‖ foram de dois meses. Com grande contentamento, recebi finalmente a permissão ―positiva‖ por parte da Escola Portuguesa de Oncologia e da sua Comissão de Ética, que consentia a realização da nossa investigação. Após a aquisição da autorização, iniciou-se imediatamente a recolha de dados da investigação, na sala das Consultas Externas e na sala dos internamentos, no 12º andar, ala pediátrica do IPO- Porto. Conseguimos a participação de sessenta indivíduos: (30) pais/tutores, (24) crianças/adolescentes, (2) professores e (2) educadoras de infância, como também (2) enfermeiras do serviço em questão.

Os dados foram recolhidos ao longo de 2 semanas, através de Questionários/Entrevistas especificamente para cada um dos subgrupos. Pessoalmente, encontrei-me com cada um dos participantes, comunicando os motivos e objectivos de tal investigação, garantindo a confidencialidade das informações e a finalidade exclusivamente académica do projeto, pedindo-lhes que assinassem o Consentimento Informado e que respondessem por escrito, podendo consultar-me e colocar dúvidas ou questões pertinentes. A entrega dos questionários aos professores e enfermeiros realizou-se no contexto hospitalar na ala da pediatria das consultas externas e em internamento, simultaneamente aos pais e às suas crianças/adolescentes. Após este período de tempo, começaram a repetir-se os mesmos indivíduos, nas consultas externas, o que nos fez constatar que tínhamos encontrado praticamente todos os participantes disponíveis, como também observaram as duas educadoras de infância. Assim, terminámos a estadia no hospital. De regresso ao nosso meio de trabalho, começámos a análise dos dados obtidos.

Como instrumento privilegiado de avaliação para a recolha de dados neste projecto utilizamos o modelo dos ―Questionários/Entrevistas‖, que foram aplicados aos quatro subgrupos, contendo um grupo de itens com o principal objectivo de obter um conjunto de informações de relevo, que nos permitissem perceber o processo de escolarização destas crianças e adolescentes, com compreensão das experiências subjetivas, análise comparativa inter-grupal e inter-individual, triangulação objectiva e alguma quantificação, tendo sempre como tema de base, ―Escolarização e hospitalização Infanto-Juvenil‖.

Relativamente às condições da sala de espera das consultas externas, notamos que a sala de consultas externas e a sala de brincar das crianças, anexa à sala das

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consultas, são muito exíguas, com as cadeiras entre si muito apertadas. A sala de espera dos pais para as consultas externas é extremamente pequena, escura, húmida, desconfortável e sem decoração, tendo quase sempre lotação muito superior à sua capacidade. Nessa sala de espera, pude observar com bastante lamento a situação e o local onde estão durante longas horas, sentados e muitos de pé à espera da sua vez, observamos os pais e as crianças, cansados de esperar, com ar de tristeza, saturação, inquietação e sofrimento. No tempo de espera do preenchimento dos questionários a investigadora fez anotações baseadas na ficha destinada e outros que se mostraram relevantes. A investigadora, com o apoio da educadora, na apresentação aos pais deste estudo, solicitou a participação e colaboração no preenchimento dos questionários e também a autorização para os seus filhos colaborarem no presente estudo. Durante o tempo de preenchimento dos questionários, observámos as posturas, os silêncios de alguns pais, a conversação entre outros pais que, porventura, já se conheciam através dos encontros nas rotinas das consultas externas e ainda observámos a alegria das crianças na sala de brincar com as educadoras e as voluntárias como também umas com as outras, pudemos verificar que os adolescentes mais velhos, entre os 16-18 anos, estavam a estudar e a fazer trabalhos que lhes tinham sido recomendados pelos professores da escola, apresentavam-se adolescentes mais tranquilos e reservados. A pesquisadora, conforme os participantes iam entregando os questionários preenchidos e outros apenas parcialmente, verificou que demoravam a preenchê-los cerca de 30 a 45 minutos. No ato de entrega, a investigadora sorria e agradecia a sua participação, questionando-os sobre a opinião deles do questionário e das suas questões, sendo consensual uma receção muito favorável, reconhecendo a necessidade e o valor da investigação sobre a escolarização e o desenvolvimento das crianças e adolescentes com patologias oncológicas. No que diz respeito à análise de dados, conjugamos o tratamento quantitativo nas questões que permitem alguma forma de medida numérica e tratamento qualitativo nas questões abertas, recorrendo a categorização das verbalizações, segundo os princípios da ―análise de conteúdo‖ (Bardin, 2006).

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