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Gil (1991) argumenta que para um conhecimento ser considerado científico torna- se necessário identificar as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua verificação.

Tendo por base os fundamentos teóricos, apresentados anteriormente, que dão suporte a este estudo, e em função da natureza e do modelo de estudo adotado, serão descritos, neste capítulo, os procedimentos metodológicos utilizados na consecução do trabalho.

3.1 Classificação da pesquisa

O interesse pelo assunto abordado no trabalho leva à investigação do objeto de estudo sob os mais diversos aspectos e dimensões.

Por outro lado, cada abordagem permite níveis diferentes de aprofundamento e enfoques específicos conforme o objeto de estudo, os objetivos propostos e o interesse do pesquisador.

Assim sendo, pode-se inferir que cada tipo de pesquisa possui, além dos aspectos comuns de procedimentos, suas próprias características.

Quanto à classificação da pesquisa, Silva e Menezes (2001), ao reunir as idéias de diversos autores, definem quatro possibilidades de classificação das pesquisas: quanto à natureza, quanto à forma de abordagem, quanto aos objetivos e quanto aos procedimentos técnicos adotados.

Baseados nessas classificações, os procedimentos metodológicos adotados no presente trabalho são discutidos a seguir.

Do ponto de vista de sua natureza, este estudo enquadra-se na categoria de pesquisa aplicada que, segundo Silva e Menezes (2001, p.20) “objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais”.

Nesse sentido o trabalho é realizado a fim de contribuir para fins práticos, buscando a solução de problemas concretos, respeitando as peculiaridades próprias da pesquisa e da instituição estudada.

Quanto à forma de abordagem, o estudo classifica-se como pesquisa qualitativa, apresentando como características básicas os seguintes aspectos, segundo Bogdan

(apud Triviños, 1987): i) a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento fundamental; ii) a pesquisa qualitativa é descritiva; iii) os pesquisadores qualitativos estão preocupados com o processo dos fenômenos e não simplesmente com os resultados e o produto; iv) os pesquisadores qualitativos utilizam o enforque indutivo na análise de seus dados; e v) a preocupação essencial na abordagem qualitativa é o significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida.

Segundo Triviños (1987, p.111), “a análise qualitativa pode ter apoio quantitativo, mas geralmente se omite a análise estatística ou o seu emprego não é sofisticado”.

Do ponto de vista de seus objetivos, a pesquisa em pauta é do tipo descritiva que, segundo Gil (1991, p.46) “tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. Uma das características mais relevantes da pesquisa descritiva é o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, geralmente, a forma de levantamento.

Quanto aos procedimentos técnicos adotados para o desenvolvimento do estudo, utilizam-se três grupos de delineamento:

a) pesquisa bibliográfica, “desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos” (GIL, 1991, p.48). Este delineamento se dá a partir da necessidade de conhecer e analisar as contribuições científicas existentes sobre o assunto abordado no estudo.

b) pesquisa documental, elaborada a partir “de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa” (GIL, 1991, p. 51). Este delineamento vale-se de relatórios, portarias, contratos, projetos e inúmeros outros documentos elaborados e utilizados pela Instituição em estudo.

c) levantamento, “a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer” (SILVA e MENEZES, 2001, p.21). Este delineamento é adotado em função da necessidade de se conhecer a realidade estudada a partir de informações fornecidas pelos integrantes da Instituição estudada; pela rapidez e economia para se trabalhar com grande volume de dados; e pela facilidade de quantificação, possibilitando o agrupamento e análise estatística dos dados.

3.2 Delimitação do estudo

O estudo tem a intenção de relacionar a teoria com a prática para obtenção de dados e formulação de conclusões sobre o objeto de estudo. Apesar do propósito de elaborar um modelo de avaliação institucional que fosse válido para qualquer situação, baseado em indicadores de qualidade, sabe-se que esse esforço somente será válido se existir um melhor entendimento e maiores possibilidades de uso das informações coletadas e analisadas para correção de rumos da própria instituição avaliada.

A população da pesquisa é composta por empregados da IES em estudo, abrangendo os seguintes grupos: professores, alunos, gestores pedagógicos e administrativos, chefes de departamento e funcionários.

Para realizar a seleção dos elementos que fariam parte da amostra, neste trabalho, estabeleceu-se que as unidades de amostragem seriam os próprios elementos da população.

Para que os dados obtidos fossem significativos, procede-se a realização de cálculos estatísticos a fim de verificar se o tamanho da amostra envolvida na pesquisa é adequado (Tabela 1, p.99).

3.3 Coleta, tratamento e análise dos dados

Com o intuito de conhecer as variáveis de estudo são coletados dados primários e dados secundários.

Primeiramente, são obtidos os dados secundários, correspondentes ao material bibliográfico disponível em livros, publicações especializadas, periódicos, etc. Também são obtidos dados secundários de fonte documental, ou seja, documentos da própria Instituição. Todo esse material é relacionado às variáveis abordadas no trabalho e, também, às informações sobre as origens e história da Instituição em estudo.

Os dados primários correspondem às informações obtidas em pesquisa de campo e os instrumentos de coleta de dados (Apêndice A, p.160) definidos para utilização neste estudo são os questionários, elaborados com questões que refletem as características, os objetivos e as metas, os processos e os produtos da IES, aplicados em todos os segmentos que fazem parte da comunidade acadêmica. A

coleta de dados é feita de modo a abranger a Instituição em termos quantitativos nas categorias docente, discente e técnico-administrativa.

Como forma de tratamento de dados utilizam-se medidas estatísticas descritivas simples como somatórias, médias e percentagens (Apêndice A, p.160; Apêndice B, p.187; Apêndice C, p.201; e Apêndice D, p.219).

A análise dos dados consiste, segundo Triviños (1987, p.173):

Na interpretação de três aspectos fundamentais: a) nos resultados alcançados no estudo (respostas aos instrumentos, idéias dos documentos, etc.); b) na fundamentação teórica (manejo dos conceitos-chave das teorias e de outros pontos de vista); e c) na experiência pessoal do investigador.

Os dados do estudo são apresentados, algumas vezes, em quadros, tabelas e figuras. Esses dados são interpretados e analisados considerando três abordagens: descritiva, relacional e ambiental.

Finalmente, Triviños (1987) ressalta que, independentemente da técnica de coleta de dados utilizada, para que os resultados tenham validade científica é necessário que atendam às seguintes condições: coerência, consistência, originalidade e objetivação, constituindo os aspectos do critério interno da verdade e, intersubjetividade, representando os aspectos do critério externo da verdade e que pretende apresentar contribuições científicas às ciências humanas.

O desenvolvimento deste estudo será realizado nos capítulos subseqüentes. Especificamente, os procedimentos metodológicos utilizados para a sua execução estarão em conformidade com o âmbito pretendido.