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Para conhecer, caracterizar, avaliar e elaborar sínteses sobre um objeto de pesquisa, o investigador se utiliza de diversos procedimentos metodológicos. Estes orientarão o percurso da investigação, visando à construção de possíveis respostas a perguntas colocadas pelo investigador com o objetivo de contribuir para a solução do problema colocado na pesquisa. Neste estudo, ponderando seus objetivos, optamos por utilizar, como já afirmado anteriormente, a pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica.

Segundo Sá-Silva (2009), a utilização de documentos em pesquisa deve ser valorizada, visto que há riqueza nos documentos e destes pode-se extrair uma gama de informações. São fontes estáveis de informação, o que valida a possibilidade de estudá-los, bem como de servirem de base estável para resultados obtidos. De acordo com Chizzotti (1991), “A documentação é a ciência que trata da organização e do manuseio de informações” (p.109). O documento é toda informação sistematizada, expressa de forma oral, escrita, visual ou gestual, que pode estar sob forma de texto, imagens, sons, sinais entre outras, quando transcritos em suporte material, como fonte durável de comunicação.

Deste modo, a pesquisa documental é uma técnica rica de abordagem de dados em materiais que não receberam tratamento analítico. Assim, por não terem ainda recebido tratamento científico, é necessário que o investigador realize uma avaliação preliminar dos documentos como sendo sua primeira etapa de análise. Esta análise inicial visa avaliar dimensões como: o contexto histórico no qual foi produzido o documento, o universo sociopolítico do autor e daqueles a quem foi destinado, observações que permitirão ao investigador as particularidades do conteúdo e organização do documento; o autor do documento, visto ser difícil entender interesses, explícitos ou não, de um texto quando não se considera informações referentes àquele(s) que se manifesta(m), suas razões e a quem se dirigem; a autenticidade, que assegurará a qualidade das informações prestadas e entre outros; os conceitos-chave do texto, aspecto essencial neste tipo de pesquisa que permitirão delimitar adequadamente os conceitos empregados no documento (Sá-Silva, 2009).

A pesquisa documental segue as seguintes etapas: a) formulação do problema; b) elaboração do plano de trabalho; c) identificação das fontes; d) localização das fontes e obtenção do material; e) análise e interpretação de dados; e f) redação do relatório (GIL, 2010). Com esses referenciais, a análise documental consiste em uma série de operações que visam estudar e analisar um ou vários documentos com o intuito de compreensão da proposta em questão. Este tipo de pesquisa e análise busca encontrar informações contextualizadas sobre os fatos e também sobre o próprio contexto de questionamento ou hipóteses prévias. Deste modo, a escolha por este método não é aleatória, mas guiada pelos objetivos, propósitos e interesses deste estudo.

A partir deste procedimento metodológico, analisamos a inclusão da família através da figura do acompanhante nos serviços, a partir da coleta de dados realizada por meio de três fontes.

Uma fonte de análise consistiu na legislação e documentos vinculados ao Ministério da Saúde e a Secretaria da Saúde do Estado de Santa Catarina, que versam sobre o acompanhante em instituições de saúde alta complexidade. Através destes, buscou-se visualizar como o acompanhante é incluído nas instituições; o que estes documentos alegam sobre o direito ao acompanhante e ainda qual conceito de acompanhante é predominante na documentação pública.

Como outra fonte de análise, utilizamos as orientações direcionadas aos acompanhantes de pacientes internados nas instituições hospitalares da Grande Florianópolis. Essas orientações são disponibilizadas pelos hospitais para pacientes e acompanhantes

durante o período de internação, ou para quem as solicitar nas instituições. Trata-se de documentos elaborados por equipes das instituições hospitalares, que versam sobre as orientações, direitos e deveres dos acompanhantes dentro do espaço institucional.

Realizamos essa pesquisa em sete hospitais públicos: Hospital Universitário Prof. Dr. Polydoro Ernani de São Thiago; Hospital Florianópolis; Hospital Governador Celso Ramos; Imperial Hospital de Caridade; Hospital Nereu Ramos, Hospital Regional de São José Dr. Homero de Miranda Gomes e Hospital Infantil Joana de Gusmão. De modo geral, todas as instituições disponibilizaram prontamente a documentação. Encontramos apenas dificuldade em algumas instituições na identificação do setor que viabilizava o fornecimento destas documentações, pois este fornecimento difere de setor. Nas instituições pesquisadas, a documentação foi fornecida pelo setor de visitas; pelo setor de internação; pela equipe de Humanização; pela equipe de enfermagem e pelo Serviço Social. Em determinados espaços, os setores de recepção dos hospitais não tinham conhecimento da existência desta documentação.

E como última fonte de análise, realizamos um levantamento de notícias sobre família e serviços de alta complexidade, veiculadas pela internet, que foram monitoradas através de um acompanhamento feito entre março e junho de 201010. Este levantamento foi possível através do monitoramento de notícias publicadas na Internet a partir da ferramenta “Alertas do Google”, que são e-mails recebidos com os resultados de notícias e websites atualizados sobre assuntos ou tópicos selecionados pelo usuário. Utilizamos como principais descritores os termos “Saúde”, “família”, “acompanhante”.

Como segundo recurso metodológico, utilizamos a pesquisa bibliográfica que, segundo Gil (2010), é elaborada com base em material já publicado, objetivando especialmente a identificação do estágio atual do conhecimento referente ao tema. Contribuindo com elementos que subsidiam análises futuras, a pesquisa bibliográfica imprime uma compreensão crítica do significado existente nas fontes pesquisadas. Portanto, para estudar a inclusão do acompanhante nos serviços de saúde de alta complexidade, realizamos uma pesquisa bibliográfica de trabalhos de assistentes sociais. Esses trabalhos foram buscados em livros, revistas e teses.

A escolha dos procedimentos apontados acima se concretizou por compreendermos que estes documentos se constituem um dos caminhos que nos permitirão a construção de um

panorama da relação família – representada pelos acompanhantes dos pacientes internados nas unidades hospitalares – e serviços de saúde – aqui representados pelos serviços da alta complexidade.

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