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A decisão por trabalhar com processos etnográficos e netnográficos se deu por acreditarmos que estaremos trabalhando, simultaneamente, com dois campos de pesquisas, o presencial e o virtual.

As abordagens etnográficas a princípio nos situaram no espaço social objetivando compreender os hábitos e jeitos que os participantes da pesquisa possuem em seu ambiente escolar, principalmente no que se refere aos usos das tecnologias digitais em sala de aula. Seguindo essa linha de abordagem, percebemos que também devemos considerar todo o entorno no qual estão inseridos aqueles que fazem parte do processo. Neste momento, traremos alguns conceitos para fundamentar a nossa opção pelos métodos apresentados.

Para Angrosino (2009, p. 30) “a etnografia é a arte e a ciência de descrever um grupo humano – suas instituições, seus comportamentos interpessoais, suas produções materiais e suas crenças” mais adiante o autor acrescenta dizendo que “a etnografia é feita in loco e o etnógrafo é, na medida do possível, alguém que participa subjetivamente nas vidas daqueles que estão sendo estudados, assim como observador objetivo daquelas vidas.” (2009, p.31)

A opção por netnografia foi fundamentada nas palavras de Kozinets (2014, p. 61-62) quando diz que:

[...]a netnografia é pesquisa observacional participante em trabalho de campo online. Ela usa comunicações mediadas por computador como fonte de dados para chegar à compreensão e à representação etnográfica de um fenômeno cultural ou comunal.

As abordagens netnográficas contribuíram no que se referem aos estudos das experiências sociais online. Não poderíamos deixar de evidenciar, em nossa proposta, as experiências digitais vivenciadas pelos integrantes da pesquisa e seu comportamento com o ciberespaço. Para tanto, utilizamos questionários online que dispomos juntamente com as webquest, objetivando uma observação sobre a postura adotada pelos membros da pesquisa e assim fornecer dados para maior entendimento da comunidade virtual na qual está inserida a pesquisa.

As pesquisas netnográficas também são apropriadas, de acordo com Kozinets (2014, p.79) “para coletar mais do que expectativas ou significados pessoais. Elas também são úteis para análise de muitos dos aspectos culturais de fenômenos sociais

online”, diante desse posicionamento, não poderíamos deixar de incorporar à nossa proposta essa vertente de pesquisa, uma vez que essa poderá ser utilizada como diretriz e subsídio para a análise da observação dos partícipes da pesquisa, porque eles possuem uma vivência com o ciberespaço e consequentemente são constructos dos fenômenos sociais digitais.

Acreditamos que as duas abordagens selecionadas para o estudo em tela contribuíram para que a proposta tivesse uma desenvoltura necessária para ampliar o conhecimento acerca dos participantes da pesquisa no âmbito social e virtual, analisando o seu comportamento em sua comunidade e, assim, mediante ao que foi analisado, poder fazer a aplicação da proposta por meio de aparatos digitais para que o aluno pudesse experienciar o uso da webquest nas aulas de Língua Portuguesa.

3.1 A observação

Utilizamos duas aulas para recolhimento de dados por meio da observação feita pelo professor-pesquisador.

É importante salientar que as observações são de caráter estratégico de informações no que se refere ao comportamento dos discentes e docentes no que concerne à utilização de dispositivos digitais em sala de aula. Essas observações foram fontes de dados que indicaram as primeiras ações da nossa pesquisa.

3.2 O perfil do aluno participante do estudo

Mediante as observações realizadas, é o momento de conhecer o perfil do alunado, fizemos essa ação por meio de um questionário sócio-tecnológico- educacional2 que nos assessorou na investigação etnográfica da cultura sócio- tecnológica da turma em estudo, para a realização dessa ação, utilizamos duas aulas. É salutar dizer que o processo etnográfico também oportunizará, caso no decorrer do processo seja necessário, o estudo da realidade dos participantes da pesquisa por meio de coletas de dados através de conversas informais com os participantes da pesquisa, sejam essas individuais ou coletivas.

Convém ressaltar que por meio dos processos etnográficos de coletas de dados acima citados, pudemos situar nossa pesquisa no meio social, porque tivemos condições de analisar, por meio das respostas apresentadas, as opiniões e os posicionamentos dos partícipes em relação ao tema da nossa proposta de trabalho e também em relação à sua própria percepção de mundo enquanto sujeito social. Consequentemente, diante dos posicionamentos apresentados, o pesquisador, enquanto observador, pôde ter uma compreensão das marcas sociais da comunidade na qual estava sendo desenvolvida a pesquisa.

3.3 Apresentação e aplicação da proposta

Na proposta de aplicação prática com a Webquest, utilizamos cinco aulas. Duas aulas foram utilizadas para socializar o método com o objetivo de torná-lo conhecido dos alunos, para tanto, utilizamos a apresentação de slides no power point.3 Foi o momento que eles tiveram para se familiarizar e experienciar o recurso metodológico percebendo como se dá a navegação dentro dos parâmetros estabelecidos pelo método. Foi o momento de aprender a navegar sabendo que direção devem seguir. E as outras três aulas foram aulas práticas para a resolução da Webquest.

É importante dizer que quando trabalhamos com tecnologia devemos ter o cuidado de fornecer aos nossos colaboradores a oportunidade de vivenciar as etapas do processo de forma sistemática, precisamos saber que cada etapa tem a sua importância e essa é base para aquela.

3.4 Socializando os resultados

Ter a percepção de que somos capazes de resolver um problema que nos foi apresentado eleva a nossa estima e traz a sensação de capacidade. É por essa razão que dentro do cronograma de ações, estabelecemos duas aulas para a socialização dos resultados obtidos com a resolução da Webquest, é o momento de apresentar e expor a aprendizagem.

3.5 Análises dos resultados obtidos

Diante dos resultados obtidos teremos condições de confirmar ou refutar as hipóteses levantadas no decorrer da nossa proposta de trabalho, e essas, consequentemente, se tornarão a base de sustentação da nossa pesquisa que nos ajudarão na compreensão e avaliação dos impactos que uma geração pode ou não sofrer mediante a utilização, especificamente em nossa propositura, de uma metodologia que utiliza a tecnologia digital.

Sendo assim, podemos, diante do que foi apresentado, projetar a nossa pesquisa no sentido de colaborar com outros que porventura enveredem pelo ciberespaço, e que acreditam que a tecnologia digital, se estruturada, poderá intervir no processo de ensino e de aprendizagem em nossas escolas, contribuindo, dessa forma, com o desenvolvimento intelectual dos discentes.