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CONTRIBUIÇÕES DA NEUROCIÊNCIA E DA NEUROPSICOLOGIA AO PROCESSO DE APRENDIZAGEM ADULTA ANDRAGOGIA

PROCESO DE APRENDIZAJE ADULTO: ANDRAGOGÍA

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A escolha das pesquisadoras gravitou em torno da pesquisa com procedimento técnico da pesquisa bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica é definida por Severino (2007, p. 122.), como “pesquisa que permite que se utilizem dados de categorias teóricas já trabalhadas, por outros pesquisadores e devidamente registradas, onde os textos tornam-se fontes dos temas serem pesquisados”.

Inicialmente os procedimentos técnicos adotados foram a coleta de dados, por meio de pesquisa bibliográfica, realizada através dos livros e artigos científicos, com temas que abordam pesquisas acerca das contribuições da neurociência e da neuropsicologia para o aprendizado adulto.

Para definição de metodologia pode-se utilizar o conceito de Meksenas (2002):

O termo méthodos é composto por duas outras palavras gregas: méta, que significa buscar, perseguir, procurar, e odós, caminho, passagem, rota. No sentido figurado, a justaposição dessas duas palavras significa a maneira de fazer ou o meio para fazer. Méthodos pode, então, compreender uma pesquisa que, realizada a partir de um plano inicial, segue um conjunto de regras racionais, aceitas pela comunidade de cientistas. (MEKSENAS 2002, p.73)

O autor referenciado apresentou que antes da escolha do método é necessário traçar um plano inicial de pesquisa, uma rota segura para chegar ao destino almejado. O cuidado na

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escolha é algo crucial. O método guia o pesquisador para que consiga as respostas no que se refere às questões formuladas sobre o objeto de seu interesse. Nessa escolha estão implícitas opções éticas e políticas; assim, os métodos são também “estilos de pensamento” que nortearão o caminho a ser seguido. Quanto aos objetivos tratou-se de uma pesquisa do tipo explicativa, com abordagem qualitativa.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio da presente pesquisa, sobre as contribuições da neurociência e da neuropsicologia para o processo da aprendizagem do adulto, foi possível chegar à compreensão de que apesar de a aprendizagem ocorrer por meios e motivações distintas para a criança e para o adulto. É possível compreender que existem mecanismos facilitadores para que este processo aconteça de forma mais coerente e eficaz, sendo uma delas o conhecimento do funcionamento cerebral, que vem sendo estudado e desenvolvido através das neurociências.

Sendo possível chegar à conclusão que, a aprendizagem é um processo de mudança de comportamento que ocorre através da interação das estruturas mentais e o meio ambiente. Desta forma, é de extrema relevância e urgência, que professores, palestrantes e mediadores, tenham conhecimento e consciência da importância da neurociência no processo de ensino e aprendizagem. Pois só assim estes estarão de fato habilitados a ensinar, avaliar e motivar os alunos de maneira eficiente e de acordo com o funcionamento cerebral de cada sujeito.

A capacidade de aprendizado e a maneira com que cada indivíduo internaliza o que aprende, está diretamente ligada com suas experiências anteriores, cabendo ressaltar que a aprendizagem não envolve somente o indivíduo que aprende, mas também o indivíduo que ensina, sendo ambos compostos por variáveis biológicas, sócio afetivas e cognitivas. Como também o grupo no qual o mesmo está inserido, as atividades desenvolvidas e os recursos utilizados para desenvolvê-la. Desta forma, devem ser consideradas e respeitadas as características individuais no momento do ensino aprendizagem. Pois o ensino além de transmitir conhecimento, também está diretamente ligada ao desenvolvimento da inteligência emocional de cada ser humano.

A aprendizagem para o adulto, ganha ênfase quando é orientada para a resolução de problemas e tarefas da sua vida cotidiana, com participação e troca de experiências, exemplos práticos e dinâmicos de vivência dos mesmos, possibilitando a percepção e resolução de forma participativa, sendo desaconselhável uma lógica puramente centrada em conteúdos,

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tendo em vista que estará mais disposto a iniciar um processo de aprendizado se compreender sua utilidade.

Dada à importância do assunto e do pouco conhecimento sobre a prática da andragogia, torna-se de grande importância o desenvolvimento de mais pesquisas com a temática, pois apesar de existirem bibliografias nacionais, ainda são pouco comuns as demandas voltadas para entender o contexto das ações específicas para esta forma de atuação, tanto para com a prática, quanto com a metodologia envolvendo as neurociências.

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Revista Diálogos Interdisciplinares

GEPFIP/UFMS/CPAQ

Grupo de Estudos e Pesquisa em Formação Interdisciplinar

de Professores ISSN 2359-5051

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