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CAPÍTULO III TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

3.6 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS

3.6.1 Organização do material coletado

As entrevistas transcritas foram organizados com uso do software Atlas.ti versão 6.0, em torno de questões norteadoras, mediante a criação de Hermeneutic Unit (HU); através dos ícones File, open, foi salvo no TextBank o nome do HU a ser utilizado – Vivência de Profissionais de Saúde no Processo de Cuidar de Mulheres Soropositivas no Ciclo Gravídico Puerperal. Em seguida, as entrevistas de cada profissional foram inseridas, através do ícone Primary Doc Mananger (P-Docs), no total de 18 (dezoito) entrevistas salvas em extensão rtf, após leitura minuciosa destas, de modo a contemplar o objeto de investigação, registrando também as impressões das falas, acompanhadas da revisão da literatura científica. Foi realizada a codificação do corpus, através do qual foram criados códigos pelo ícone Code Manager (Codes), sendo 04 Codes: vivência dos profissionais no processo de cuidar de mulheres soropositivas; concepção dos profissionais sobre o direito reprodutivo em mulheres soropositivas; dificuldades na execução do cuidado proporcionadas pela estrutura do serviço; preparo dos profissionais para a realização do cuidado.

Após criação dos códigos, as entrevistas foram abertas uma de cada vez, e foram sendo codificadas através do sublinhamento dos fragmentos, sendo que cada fragmento poderia receber um ou mais códigos. Os fragmentos eram armazenados no ícone Quotation Manager (Quotes). Após a codificação das 18 entrevistas, foram gerados relatórios através do ícone Tools, seguido do ícone Query Tool, através do qual se selecionava o código que se desejava obter o relatório, e acionando-se o ícone da impressora, adquiria-se o relatório. Com a impressão desse relatório, obteve-se importante instrumento para a aplicação da técnica de análise.

3.6.2 Aplicação da técnica de análise – Análise de Conteúdo

Posteriormente, o resultado do material coletado nas entrevistas foi analisado numa abordagem qualitativa. Para tal, utilizamos a técnica de análise de conteúdo, definida por Bardin, como

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações, o qual utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das

mensagens. Este tipo de análise é marcado pela presença ou pela ausência de um dado característico do conteúdo ou de um conjunto de características, num determinado fragmento de mensagem. Pode funcionar sobre o corpus reduzido e estabelecer categorias mais discriminantes (BARDIN, 1979, p.115).

O corpus, de acordo com Rodrigues e Leopardi (1999, p.29), corresponde ao conjunto de documentos necessários aos procedimentos analíticos, e com vistas à identificação de temas centrais geradores de categorias de análise. Neste estudo, o corpus constituiu os dados produzidos pelos profissionais de saúde no contexto das entrevistas.

A escolha das unidades de análise

Constituído o corpus do trabalho, foi realizada a fase de sua decomposição, em unidades menores ou elementos constitutivos, também denominados de unidades de análise, as quais foram agrupadas, a partir de características comuns ou aproximadas. A unidade de análise escolhida para esta pesquisa foi o tema que está incluído na área da semântica, e destina-se ao estudo do significado das palavras, gerando, assim, categorias temáticas. Richardson (2009, p.235) afirma que o tema se refere a uma afirmação sobre o sujeito da oração, isto é, uma frase ou uma frase composta, a partir da qual se podem formular várias afirmações. Sobre esta questão, Bardin afirma que

[...] a análise temática recorta o conjunto das entrevistas através de uma grelha de categorias projetadas sobre os conteúdos. Não se tem em conta a dinâmica e a organização, mas a frequência dos temas extraídos do conjunto dos discursos, considerados como dados segmentáveis e comparáveis (BARDIN, 1979, p.175).

A categorização

A fase da categorização descrita por Bardin

É uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento, segundo o gênero (analogia), com os critérios previamente definidos. As categorias são rubricas ou classes, as quais reúnem um grupo de elementos (unidades de registro, no caso da análise de conteúdo) sob um título genérico, agrupamento esse efetuado em razão dos caracteres comuns destes elementos (BARDIN, 1979, p.117).

Para a identificação das categorias, seguimos as etapas propostas por Bardin (1979):

1- Pré- análise - esta etapa correspondeu à leitura flutuante do material coletado, mediante as entrevistas, que foi se tornando mais claro a partir do contato exaustivo da pesquisadora

com o referido material. Nessa fase, ocorreu ainda a organização do material, de maneira a responder regras, tais como exaustividade, representatividade, homogeneidade e pertinência. Após esse procedimento, determinamos as unidades de análise (temas); 2- Exploração do material - nessa etapa do estudo, buscamos, inicialmente, classificar o

material empírico em quatro grandes categorias estabelecidas a priori: (1) vivência dos profissionais no processo de cuidar de mulheres soropositivas, no ciclo gravídico puerperal; (2) percepções dos profissionais de saúde acerca da gravidez em mulheres soropositivas, numa concepção de direito reprodutivo; (3) vivência dos profissionais em relação às condições de trabalho e (4) preparo dos profissionais de saúde para a realização do cuidado em gestantes soropositivas. Após o inventário e a classificação das unidades de análise nas categorias ora referidas, passamos a decompor os dados em subcategorias, com capacidade mais reduzida de generalização. Estas subcategorias foram codificadas, mediante as letras iniciais dos termos que lhes faziam referência;

3- Interpretação dos resultados obtidos - o material empírico foi analisado qualitativamente. A discussão desse material envolveu o entendimento do pesquisador sobre a temática e análise da literatura pertinente, para ancorar o posicionamento dos profissionais nele revelados. As subcategorias foram codificadas mediante a letra correspondente à subcategoria a que pertencia. As figuras 1, 2, 3 e 4 demonstram como ficaram dispostas as categorias e subcategorias respectivamente.

FIGURA 1: Vivência dos profissionais no processo de cuidar de mulheres soropositivas no ciclo gravídico puerperal. João Pessoa/PB.

FIGURA 2: Percepções dos profissionais de saúde acerca da gravidez em mulheres soropositivas, numa concepção de direito reprodutivo. João Pessoa/PB.

Vivência dos profissionais no processo de cuidar de mulheres soropositivas no ciclo gravídico puerperal

(VPPCMSCGP)