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Os enfermeiros e técnicos de enfermagem foram convidados a participar do estudo, de acordo com os critérios de inclusão, após receberem esclarecimentos sobre a natureza e os objetivos da pesquisa. Os profissionais que aceitaram participar formalizaram sua anuência por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICES A e B), atendendo à Resolução 196/96 que aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Os dados foram coletados em dois momentos: o primeiro se deu por meio da aplicação dos questionários (APÊNDICES C e D) e o segundo por meio das observações das atividades direcionadas para a assistência à gestante e ao binômio mãe-filho.

O primeiro momento da coleta dos dados aconteceu entre três de março e 29 de abril de 2010. Os enfermeiros foram previamente contatados, momento em que foram esclarecidos sobre a pesquisa, convidados a participar e agendados as datas e horários para aplicação dos questionários, de acordo com suas disponibilidades. O tempo médio de preenchimento dos questionários pelos participantes foi de 35 minutos.

A segunda etapa da coleta dos dados desenrolou-se de 17 de maio a 30 de julho de 2010, período suficiente de permanência da pesquisadora-observadora em campo, o qual, segundo Ross e Kyle (1982), pode variar de seis semanas a três anos em estudos na área da saúde, assim como pode ser determinado pelos objetivos do estudo e pela saturação dos dados.

Previamente à realização das observações, foi feita uma análise rápida dos questionários respondidos pelos profissionais, com o objetivo de detectar as USFs onde aconteciam as atividades a serem observadas, quais sejam: consultas de pré-natal e puericultura, grupos de gestantes e de

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puericultura, visitas domiciliares às puérperas, atendimentos e conversas com gestantes e nutrizes, além da demanda espontânea.

As observações foram realizadas nas USFs onde os profissionais afirmaram desempenhar as atividades citadas anteriormente. Para isso, foi feito contato com os enfermeiros para verificar o dia e horário em que as atividades aconteciam. Além disso, a pesquisadora também utilizou a estratégia de permanecer em algumas unidades em períodos diferentes do dia (sete às dez horas; dez às 13 horas; 13 às 16 horas) com o objetivo de acompanhar o enfermeiro e o técnico de enfermagem nos atendimentos às usuárias gestantes ou nutrizes que comparecessem à unidade como demanda espontânea. Desta forma, observaram-se atividades como vacinação de crianças e teste do pezinho.

Novamente, solicitou-se o consentimento dos profissionais, por meio do TCLE, para o acompanhamento de suas ações junto às gestantes e nutrizes, depois de realizados os esclarecimentos sobre como se dariam estas observações.

As observações foram realizadas considerando-se: a dinâmica do serviço; o fluxo da usuária desde a sala de espera até a sala de consultas, grupos educativos e sala de vacinas; o acolhimento; a estrutura física da unidade, das salas de consultas, da sala de espera, da recepção, da sala de vacinas e da sala de reuniões/grupos; a ambiência; a privacidade; e a atuação dos profissionais durante as atividades. No que se refere às visitas domiciliares, consideraram-se as condições do domicílio e, prioritariamente, a abordagem do binômio mãe-filho pelos profissionais.

Durante as observações, a pesquisadora acompanhou a usuária desde a sala de espera até o local onde seria realizado o atendimento. Neste ambiente, o posicionamento foi feito de forma a não interferir ou prejudicar o desenvolvimento das atividades, atentando-se para a necessidade de visão ampla do espaço e dos sujeitos envolvidos. Houve, também, a preocupação em manter-se o silêncio durante o momento da observação. Em relação às observações ocorridas no domicílio, as mesmas precauções foram tomadas, e a pesquisadora acompanhou os profissionais desde sua saída da unidade até seu retorno à mesma.

Imediatamente após as observações, a pesquisadora dispensou tempo considerável para o registro dos eventos observados em um diário de campo específico para esta etapa da coleta dos dados (APÊNDICE E). A tarefa primária de um observador é transcrever para o diário de campo tudo o que observou e ouviu durante a observação, sem, no entanto, fazer interpretações e inferências dos eventos e expressar sentimentos em relação aos observados. Entretanto, tais notas e comentários podem ser feitos, desde que, destacados do restante das transcrições (MAYKUT; MOREHOUSE, 2005).

Destaca-se que, durante todo o desenvolvimento deste estudo, a pesquisadora fez uso de um diário de campo, além daquele utilizado particularmente para as observações, onde registrou

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_________________________________________________________________________________________ DISSERTAÇÃO DE MESTRADO – MARIANA DE OLIVEIRA FONSECA – DEZEMBRO/2010

informações não obtidas por meio da utilização dos instrumentos de coleta dos dados, como: questionamentos, agendamentos, dados da pesquisa, impressões e percepções pessoais, resultados de conversas informais, manifestações dos sujeitos, dentre outros dados.

De acordo com Minayo (2004), o diário de campo é um instrumento utilizado pelo pesquisador durante todo o trabalho de desenvolvimento da pesquisa, que permite a construção de um conjunto de detalhes e dados que irão reunir os diferentes momentos da investigação e auxiliar na descrição e análise do objeto estudado.

Portanto, para a construção deste estudo, houve uma interlocução da pesquisa quantitativa advinda dos questionários com a pesquisa qualitativa advinda das observações. O conjunto de dados qualitativos e quantitativos é complementar entre si, pois a realidade que abrangem interage de forma dinâmica, excluindo qualquer oposição e dicotomia (MINAYO, 2004). Esta complementaridade contribuiu para as investigações e permitiu uma visão ampliada do objeto estudado, direcionando o planejamento de estratégias e mudanças para a realidade local.

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