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Para coleta de dados, seguiram-se os seguintes procedimentos:

1) levantamento bibliográfico sobre caminhos e requisitos de softwares indicados em outros estudos. Para isso, foi realizada revisão nas bases de dados da ACM Computing Surveys, Capes, SABi, Medline, Lilacs e Scielo. A busca de artigos foi realizada em dois idiomas: inglês e português. Foram utilizadas como palavras- chave: brain-computer interface, BCI, Interface cérebro-computador, ICC, Tecnologia Assistiva, Assistive technology, ondas cerebrais, brainwave, e reabilitação, rehabilitation.

Os critérios de seleção do artigo nessa coleta de dados foram estudos experimentais e aplicados que abordassem: a) os conceitos e princípios básicos sobre interface cérebro computador em humanos; b) com discussões sobre requisitos de software; c) suas aplicações em pacientes severamente limitados; e d) as perspectivas da técnica de ICC não invasivas nos próximos anos. Dos resultados selecionaram-se estudos que referiram os termos: engenharia de software, requerimentos, qualidade em uso.

2) Pesquisa de dispositivos de ICC portáteis existentes no mercado.

3) Seleção do dispositivo de ICC que foi utilizado neste estudo, com base nos resultados do levantamento bibliográfico e nas características das ICC apresentadas.

escolhido (Muse™) com a finalidade de digitação alfanumérica.

5) Escolha dos sujeitos e experimentos da ICC com os sujeitos da pesquisa: Foram explicados os objetivos da pesquisa e a implicação ética envolvida, em que os participantes, ou sua família, concordaram com o termo de consentimento informado para o estudo85 (Anexo I).

Para utilização do MuseKey (Interface Cérebro Computador), foram realizados encontros com cada sujeito, individualmente. No primeiro encontro, realizou-se entrevista semiestruturada (Anexo II), buscando como conversa informações sobre o uso de recursos pelo sujeito e sobre expectativas da tecnologia proposta. Em seguida, cada participante recebeu orientações sobre o dispositivo de captação eletroencefalográfica, no caso o dispositivo Muse™ Interaxon. De posse disso, o sujeito fez ensaios e treinos do controle de envio dos sinais cerebrais. Então foi solicitada uma produção escrita, podendo ser uma palavra, frase ou parágrafo.

QUADRO 4: Roteiro de atividades com participantes da pesquisa

Primeira etapa Segunda etapa

Entrevista semiestruturada Apresentação da ferramenta Ambientação com o aplicativo Digitação de um texto livre Verificação de ergonomia e usabilidade: percepção do participante Fonte: Próprio autor.

Ao serem percebidos pontos frágeis para utilização do participante com completa autonomia, o programador fez ajustes no aplicativo, para que essa tecnologia assistiva fosse o mais eficiente possível frente às necessidades do sujeito.

Para avaliar a potencialidade da interface cérebro computador na dimensão de favorecer o processo de escrita de PCD elencaram-se os seguintes indicadores:

TABELA 9: Indicadores da potencialidade da ICC MuseKey

INDICADORES EVIDÊNCIA DE AVALIAÇÃO

Versatilidade do sistema em relação à adaptação a vários utilizadores diferentes e Interface adaptativa baseada no estado cognitivo do sujeito;

ICC com capacidade de: uso de diferentes teclados virtuais; de ajuste de tempo de rastreio do teclado do MuseKey; de escolha do canal de ondas/sinais cerebrais; de intensidade do sinal; do distanciamento de épocas (epochs/delay)

85

cf Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos (Resolução CNS 196/96).

Comunicação direta entre o cérebro e um dispositivo externo com melhor acurácia e menor tempo de treinamento;

Comunicação direta entre dispositivo de EEG com computador sem necessidade de outros periféricos; fácil conectividade; tempo de aprendizagem para emissão do sinal cerebral e acerto no rastreio de teclas Considerar interferências externas e

melhor conforto dos eletrodos;

Eficiência na escrita mesmo com estímulos secundários no ambiente; baixa taxa de erros; ausência ou pouca queixa de desconforto de uso do dispositivo de EEG Finalidade da TA compatível com a

expectativa do sujeito/família

Comparar a utilidade da TA construída com as expectativas do usuário e família no processo de escrita.

Fonte: Próprio autor.

A Tabela a seguir resume os procedimentos da pesquisa: TABELA 10: Procedimentos Da Pesquisa

Primeira etapa Segunda etapa

Levantamento bibliográfico sobre requisitos de ICC Pesquisa de dispositivos de ICC portáteis Seleção do dispositivo de ICC Desenvolvimento do sistema de ICC (MuseKey) Experimentos da ICC com os sujeitos da pesquisa Fonte: Próprio autor.

Nesse procedimento, para coletar informações e registros necessários para posterior análise, utilizaram-se os instrumentos descritos a seguir.

5.3.1 Instrumentos para Coleta de Dados

Para viabilizar uma análise cuidadosa e verificar a aplicabilidade tecnológica, os instrumentos para coleta de dados foram por meio de:

a) entrevista semidirigida (Anexo II); b) observação direta e participante;

c) instrumentos de registros múltiplos em vídeos (captura de tela, de face e de contexto).

A entrevista semidirigida, aplicada ao início da etapa de experimentos da ICC, permitiu conhecer o usuário frente seu histórico relacionado ao ato de escrever ou se comunicar, conhecendo suas necessidades de estratégias de superação, com êxito ou não. Permitiu saber quais os recursos que não deram certos e quais as aspirações ou anseios dos sujeitos frente à ação de escrever por sinais cerebrais.

A observação direta e participante permitiu verificar como o sujeito utiliza o computador, seu cansaço ou desgaste físico, as expressões faciais que inferem

dúvidas, satisfações, indecisões, curiosidades e outras sensopercepções. Esse método foi pertinente, pois nem sempre usuários percebem ou conseguem expressar a sua experiência de uso com o aplicativo, e a observação permitiu ao avaliador ter inferências dos aspectos que estavam sendo vivenciados.

5.3.2 Procedimento de Análise de Dados

Ao coletar os dados qualitativos através dos instrumentos e procedimentos já descritos, iniciou-se a avaliação dos estudos anteriores, da competência operacional do usuário (usabilidade) e a avaliação da funcionalidade da ferramenta, objetivando assim identificar pontos que emergem na interação dos sujeitos com deficiência motora e a tecnologia projetada.

Para análise dos dados seguiu-se a orientação de Bardin (2009), denominado de Análise de Conteúdo, que consiste em encontrar pontos de coincidências tanto nos artigos revisados como nas verbalizações dos sujeitos, que ajudassem a reinterpretá-las e a atingir uma compreensão aprofundada de seus significados. A partir disso, se possibilitou a formulação de categorias que são discutidas com a apresentação dos dados e com a literatura existente.

Pela classificação de itens de sentido levantaram-se duas categorias: 1) avaliação operacional do usuário; 2) avaliação funcional da ferramenta. Cada uma destas categorias foi dividida em subcategorias.

6 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E RESULTADOS - Emito, e comprovo que existo

Este capítulo inicia apresentando caminhos já trilhados e descritos em estudos experimentais e aplicados que, junto com a revisão da literatura, trouxeram dados que influenciaram na seleção do dispositivo de ICC utilizado neste estudo. Em seguida apresenta o desenvolvimento do protótipo (a ICC MuseKey) e dados referentes à operacionalidade do usuário e à funcionalidade da ferramenta. A partir disso, descrevem-se resultados da avaliação operacional do usuário e funcional da ferramenta, isto é, da interação entre interface cérebro computador e sujeitos da pesquisa.