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Capítulo III – Metodologia

3.4. Procedimentos de recolha de dados

No que se refere ao processo de recolha de dados este decorreu no período de 26 de janeiro a 9 de março de 2011. Numa primeira fase redigiu-se uma carta destinada ao da Toyota Salvador Caetano, S. A., no sentido de apelar a um pedido de participação na empresa e de facultar o acesso à amostra pretendida (cf. Anexo 5). Seguidamente houve uma reunião com o Diretor de Recursos Humanos no sentido de acordar os procedimentos a ter em conta num primeiro contacto com os participantes. Após delinear essa estratégia de contacto, houve a necessidade de calendarizar uma reunião com o Diretor da Divisão Fabril de Ovar, no sentido de pedir a sua autorização para proceder às entrevistas, nesse local, com os colaboradores da empresa. O Diretor da Divisão Fabril de Ovar autorizou a investigação e remeteu para a Psicóloga da empresa a responsabilidade de ser o elo de ligação entre a investigadora e os colaboradores, agendando as entrevistas e cedendo informações pertinentes para o estudo.

A segunda fase, realizada no dia 11 de fevereiro de 2011, consistiu na dinamização de uma sessão de reflexão falada, que se distingue das entrevistas pelo facto de os participantes discutirem um assunto de interesse comum sob a forma de um debate aberto, possibilitando à investigadora tomar contacto com atitudes, perceções e opiniões dos mesmos. Outro aspeto positivo é o carácter flexível desta técnica, permitindo explorar pontos de interesse que surjam em discussão e, desta forma, aprofundar e ganhar uma maior compreensão sobre o tema. Deste modo, selecionaram-se cinco colaboradores, que tinham participado no PQE, e após a apresentação da investigadora e dos objetivos do estudo, procedeu-se à colocação das questões, constantes no guião dirigido aos colaboradores, pedindo-se que discutissem a pertinência e a dificuldade de compreensão das referidas questões, no sentido de o tornar mais esclarecedor para a amostra do estudo. Cada um dos participantes foi convidado a responder às questões do guião, comentando as suas

opiniões e dificuldades de compreensão. Ao longo da sessão de reflexão falada os participantes mostraram-se bastante cooperantes e disponíveis. Uma vez que algumas questões do guião suscitavam dificuldades no processo de resposta, por recorrer a vocabulário de difícil compreensão, o guião foi então revisto, promovendo, desta forma, uma maior compreensão das questões por parte da amostra principal do estudo. A sessão de reflexão falada realizou-se no gabinete de reuniões da Toyota Salvador Caetano, S. A., na Divisão Fabril de Ovar, e teve a duração de trinta minutos. As funções dos participantes que integraram eram as seguintes: Técnico de Administração de Compras; Administradora de Recursos Humanos; Chefe de Produção; Chefe de Pintura e Administrador de Compras.

A terceira fase resultou no esclarecimento de algumas questões de natureza ética que constituíram um aspeto prévio à realização das entrevistas, na medida em que os participantes foram esclarecidos sobre os objetivos do estudo, a sua finalidade bem como sobre a confidencialidade no tratamento dos dados e anonimato na apresentação dos resultados. Através do seu consentimento autorizado foi possível, seguidamente, proceder ao preenchimento do questionário sócio-demográfico que continha variáveis relevantes para a investigação e que já foram descritas anteriormente.

No que diz respeito à realização das entrevistas, e com a nova versão revista, cada um dos participantes foi entrevistado pela investigadora, individualmente, em dois locais com condições logísticas adequadas para o fazer, nomeadamente no gabinete do Diretor de Recursos Humanos da Toyota Salvador Caetano, S. A., localizado em Vila Nova de Gaia, e no gabinete de reuniões da Toyota Salvador Caetano, S. A., localizado na Divisão Fabril de Ovar. Todas as entrevistas foram gravadas integralmente em suporte áudio e a sua duração oscilou entre os 25 a 60 minutos. Ao longo das entrevistas houve o cuidado de estabelecer um clima de empatia e confiança, as questões foram colocadas num tom de voz claro e audível, prestando os esclarecimentos necessários e encorajou-se, igualmente, a livre expressão dos participantes através de uma escuta atenta, mas também ativa. Foi feito, ainda, um esforço para assegurar que os entrevistados entendiam totalmente o sentido das questões a fim de evitar o desenquadramento das suas respostas. No final, a entrevistadora agradeceu a colaboração dos entrevistados que, por sua vez, se mostraram disponíveis para novos contactos, nos quais poderiam aprofundar as informações prestadas, caso fosse necessário.

Ao fazer uma apreciação global sobre o momento de recolha de dados, e no que diz respeito à realização das entrevistas, tudo decorreu como esperado, os contextos de realização das entrevistas apresentaram as condições favoráveis, como o silêncio, boa iluminação, o local selecionado foi acessível para todos os participantes, anulando dificuldades de deslocação e pôde observar-se que a familiaridade dos participantes com o local, facilitou a criação de um ambiente de descontração e abertura à discussão. Os entrevistados demonstraram uma atitude interessada e motivada e procederam a uma procura ativa de compreensão face às questões colocadas. Todas as questões presentes nos guiões foram colocadas, a ordem das mesmas foi respeitada e não houve acréscimo de outras questões não contempladas, contudo, foi sempre dada a liberdade de abordar temas não previstos e considerados relevantes para os sujeitos.

Tendo em conta que esta investigação segue uma lógica hipotético-dedutiva, após uma análise mais refinada do enquadramento teórico e do conteúdo das entrevistas, chegou-se à conclusão de que as respostas obtidas contemplavam os conceitos de relevância presentes no enquadramento teórico. Esta situação leva-nos a acreditar que os guiões foram elaborados e direcionados para abrangerem as temáticas mais centrais desta investigação.

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