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3. METODOLOGIA

3.5. PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

A discussão de resultados foi dividida em etapas para possibilitar uma análise detalhada em cada ponto levantado. Foi criada uma base de dados para as sete Zonas Bioclimáticas e para as quatro orientações apresentadas, e, a partir desta base, foram retiradas informações relativas ao dimensionamento de dispositivos de proteção solar, desempenho de iluminação natural e desempenho termoenergético dos modelos. A compilação destas informações possibilitou uma análise crítica dos métodos de avaliação quanto à presença de sombreamento em aberturas no Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética para Edificações Residenciais (RTQ- R).

3.5.1. Dimensionamento dos dispositivos

Após a construção das máscaras de proteção dos dispositivos de sombreamento e estimadas suas dimensões, foram determinados os ângulos de sombreamento. Estes foram tabulados em um quadro, a fim de que se possa facilitar a comparação entre os

82 modelos. Os resultados quanto ao acionamento das venezianas gerados pelo Daysim foram comparados de forma gráfica. Esta rotina de acionamento foi exportada para o

Energy Plus e considerada nas simulações termo energéticas.

3.5.2. Análise de Iluminação Natural

Esta etapa será dividida em duas sub etapas, sendo a primeira relativa ao sistema de acionamento estudado. Conforme destacado no item 0 deste capítulo, o uso de dois tipos de sensores (Sensor-Usuário e Sensor-Automatizado) permitiu uma análise crítica quanto ao desempenho dos dispositivos de proteção e consumo de energia do sistema artificial nos modelos. Este resultado foi avaliado a partir de um gráfico da média de consumo de energia para cada sistema.

Na segunda sub etapa, foi avaliado o acionamento do sistema de iluminação artificial. As simulações de iluminação natural fornecem valores de rotina de acionamento das luminárias. Estes valores, quando revertidos em forma gráfica, permitiram uma análise comparativa entre os resultados dos diferentes modelos. As rotinas de acionamento são exportadas para o Energy Plus para análises de cargas relativas ao sistema de iluminação artificial.

3.5.3. Análise de desempenho Térmico

As simulações termoenergéticas tiveram como objetivo estimar o desempenho térmico de cada modelo com o uso dos diferentes dispositivos de proteção solar. Para verificar o desempenho de ambientes condicionados naturalmente, foram solicitados dados de saída das simulações relativos à sua temperatura operativa. Foram gerados indicativos de graus-hora de resfriamento e aquecimento para cada modelo, em cada Zona Bioclimática e orientações solares estudadas.

O parâmetro graus-hora de resfriamento (GHR) é determinado como a somatória da diferença da temperatura horária, quando esta se encontra superior à temperatura de base, no caso de resfriamento. Os Graus-hora de aquecimento (GHA) são determinados pela somatória da diferença da temperatura operativa horária, quando esta se

83 encontra inferior a temperatura de base.

Os graus-hora geralmente são calculados para as temperaturas do ar, porém, a quantidade de graus-hora, neste trabalho, será indicada para as temperaturas operativas. A temperatura operativa foi calculada conforme LABEEE (2011b), cujos limites de conforto para a temperatura operativa foram obtidos a partir dos critérios da ISO 7730/2005 para atividades leves (70W/m2). Para as condições de verão, período de resfriamento, foi considerado isolamento térmico das roupas de 0,5 clo e a temperatura operativa entre 23oC e 26oC. Para as condições de inverno, período de aquecimento, foi considerado isolamento térmico das roupas de 1,2 clo e temperatura operativa entre 18oC e 22oC. Sendo assim, a temperatura base para o cálculo de graus- hora de resfriamento foi de 26oC e a temperatura base para o cálculo de graus-hora de aquecimento foi de 18°C.

O modelo sem sombreamento (SP) foi caracterizado como caso base para comparação. Foi determinado um caso base para cada orientação solar e Zona Bioclimática. A partir de cada caso base foram geradas percentuais de ganho ou diminuição de graus-hora, ora de resfriamento ora de aquecimento. Estes percentuais gerados a partir da diferença entre os graus-hora Resf+Aquec do modelo avaliado e os graus-hora Resf+Aquec do modelo sem proteção e dividido pelos graus-hora Resf+Aquec resultante do modelo sem proteção, de acordo com a seguinte equação:

GH(%) = (Graus-horaResf_SP – Graus-hora Resf_Proteção) + (Graus-horaAquec_SP – Graus-hora Aquec_Proteção) Graus-hora Resf+Aquec_SP

Equação 11 Cálculo da porcentagem de graus-hora em relação ao modelo base (SP)

Os resultados percentuais relativos ao desempenho dos modelos foram determinados a partir de uma média aritmética entre os casos dos ambientes condicionados naturalmente dormitório e estar. Esta média permite estimar um desempenho intermediário entre um ambiente profundo (estar) e pouco profundo (dormitório). Os resultados foram tabulados e gráficos comparativos entre os modelos gerados. Estes gráficos foram divididos em Zonas Bioclimáticas e tipologia de dispositivos.

84 3.5.1. Análise de consumo de energia

De uma forma semelhante às analises quanto ao desempenho térmico, foi avaliado o desempenho quanto ao consumo energia dos ambientes condicionados artificialmente (dormitório). Foram solicitadas saídas quanto ao consumo de energia dos sistemas de condicionamento de ar, sistema de iluminação e equipamentos. O consumo do sistema de condicionamento de ar está dividido entre consumo da máquina para aquecimento e resfriamento e o consumo dos ventiladores. Estes valores foram somados e comparados ao modelo sem proteção (SP) a fim de se gerar uma base comparativa e facilitar uma avaliação única do desempenho do ambiente.

Os resultados foram tabulados e gráficos comparativos entre os modelos gerados. Estes gráficos foram divididos por Zonas Bioclimáticas e por tipologia de dispositivos.

3.5.2. Discussão sobre a avaliação da presença de sombreamento em aberturas no RTQ-R

Nesta etapa, foi discutido o sistema de avaliação quanto à presença de sombreamento no RTQ-R juntamente com os resultados encontrados nas etapas anteriores. São discutidas alterações quanto ao peso destes modelos na avaliação pelo regulamento.

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