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O PROCESSAMENTO DOS FILMES RADIOGRÁFICOS O filme para Raios X médico é constituído por uma camada de gelatina

No documento Mamografia01 (páginas 33-37)

PREPARAÇÃO DA SOLUÇÃO FIXADORA

CAPÍTULO 12 O PROCESSAMENTO DOS FILMES RADIOGRÁFICOS O filme para Raios X médico é constituído por uma camada de gelatina

especial, contendo pequenos cristais de um sal insolúvel de brometo de prata, aplicada sobre uma película de poliéster, azulada e transparente.

Os cristais de brometo de prata são constituídos de átomos dos elementos químicos bromo e prata. Em um cristal perfeito, os átomos se distribuem na estrutura cristalina, formando um arranjo geométrico regular, a chamada rede ou malha cristalina. CRISTAL FOTOSSENSÍVEL REDE OU MALHA CRISTALINA ÁTOMO DE BROMO

Anderson F. Lacerda – Tecnólogo em radiologia

A incidência de luz sobre o cristal fotossensível tem a propriedade de destruir a rede cristalina, levando os átomos de prata a se juntarem, formando os chamados aglomerados pretos de prata metálica. Na exposição do filme a quantidade de átomos de prata aglomerados é bem pequena e localizada na superfície de cada cristal. A imagem formada não é visível, sendo chamada de imagem latente.

Basicamente, o processamento químico tem como objetivo transformar a imagem latente invisível, formada durante o processo de exposição do filme, em imagem visível de prata metálica, de maneira que esta imagem seja a mais representativa possível das estruturas da região radiografada.

O processamento é composto, basicamente, de quatro etapas principais: a revelação, a fixação, a lavagem e a secagem.

1) A REVELAÇÃO

Como o agente revelador tem a mesma propriedade da luz de destruir a rede de forma muito enérgica, a imagem latente é tornada visível por meio da revelação, que leva rapidamente todos os átomos de prata do cristal exposto a se aglomerarem.

Quando o filme é mergulhado na solução reveladora, a emulsão sofre um entumescimento, isto é, um aumento na espessura ao absorver a solução. Os cristais ficam revestidos por uma camada de moléculas de revelador, sendo que esse contato com a superfície dos cristais recebe o nome de adsorção.

Os cristais são constituídos de íons, isto é, átomos tendo falta ou excesso de um ou mais elétrons. O cristal de brometo de prata é constituído por íons brometo negativos (átomos de bromo com 1 elétron a mais) e íons prata positivos (átomos de prata com 1 elétron a menos), ligados em grande número entre si, formando a chamada rede ou malha cristalina.

A ação básica de cada molécula do agente revelador consiste na sua capacidade de transmitir um elétron para a rede cristalina.

Cada elétron deve, então, ser absorvido pelos íons prata que tendo falta de 1 elétron, são tornados neutros, formando o chamado átomo de prata metálica (Agº). Desse modo, a reação característica da revelação pode ser representada, em sua forma mais fundamental, como:

Ag + + e - = Ag º

íon prata elétron átomo de prata metálica

(carga no cristal) (carga cedida pelo revelador) (neutro)

A transferência de elétrons para o cristal onde são absorvidos pelos íons prata, leva à formação de átomos de prata metálica e caracteriza um

Anderson F. Lacerda – Tecnólogo em radiologia

processo que, em química, é chamado de redução (ganho de elétrons). Por sua vez, cada molécula do revelador se transforma, sofrendo, no processo, a chamada oxidação (perda de elétrons), tornando-se inativa.

As moléculas de revelador oxidado (que perderam elétrons, transferidos para a rede cristalina) devem, então, deixar a camada de emulsão, passando para a solução circundante, sendo substituídas por outras, ativas, até que os milhões de íons prata de cada cristal exposto tenham sido reduzidos a átomos de prata metálica, formando um aglomerado. Cada aglomerado constitui, assim, um minúsculo ponto preto de imagem na área exposta da chapa radiográfica. Por sua vez, os milhões de íons brometos passam a solução. No final da fase de revelação, as áreas do filme onde houve incidência de

luz durante a exposição, contém pontos de imagem formados por aglomerados de prata metálica, enquanto que a solução reveladora inicial, contém, agora, grande quantidade de moléculas de revelador oxidadas, isto é, sem ação, junto com íons brometo em solução.

Como as moléculas do revelador se tornam inativas com o desenvolver da revelação, a solução reveladora se enfraquece com o uso perdendo sua ação. Costuma-se, então, dizer que o revelador está esgotado ou cansado.

Os reveladores radiográficos são líquidos chamados de soluções, que contém várias substâncias dissolvidas. Entre essas substâncias, quatro se destacam em sua composição:

a - O agente revelador propriamente dito, que é o componente principal da solução, e que ao transferir os elétrons para os cristais de brometo de prata expostos, é o responsável direto pelo processo de decomposição dos mesmos, formando os pontos de imagem.

b - O acelerador, que é um elemento que possuindo uma natureza química alcalina, aumenta significativamente a atividade do revelador no processo de transferência dos elétrons na revelação.

c - O agente de restrição e estabilizante, cuja a principal propriedade é a de inibir um certa tendência que o agente revelador ativado possa ter de também vir a atacar e decompor cristais não expostos.

d - O preservativo, que é uma substância com a propriedade de evitar ou diminuir a degradação do revelador quando ele entra em contato com o oxigênio do ar.

2) A FIXAÇÃO

Ao ser retirado da solução reveladora, ao final do tempo previsto, o filme já contém, no interior da camada de revestimento, a imagem visível de prata.

Entretanto, junto com a imagem revelada, permanecem cristais que não tendo sido expostos, não foram afetados pelo revelador. Estes dão à superfície uma aparência leitosa, além de manter a chapa opaca. Assim, eles devem ser retirados da camada, pois a sua exposição continuada à luz ambiente, faria com que fossem, com o tempo, decompostos à prata, enegrecendo toda a superfície.

Esses cristais de brometo de prata remanescentes na camada de emulsão após a revelação, são muito pouco solúveis em água e, portanto, não podem ser removidos por simples lavagem.

Anderson F. Lacerda – Tecnólogo em radiologia

Por isso, o filme deve ser tratado por imersão em uma solução fixadora. A função do agente fixador é atacar os cristais não expostos e dissolvê-los, ao reagir com os íons prata dos mesmos, formando moléculas, chamadas complexos químicos, muito solúveis em água, que podem, então, ser facilmente eliminados por lavagem.

Um dos agentes mais empregados no processo de fixação tem sido o tiossulfato de sódio ou de amônio.

É de praxe, ainda, o emprego de agentes endurecedores na formulação das soluções fixadoras, pois na revelação, as camadas de gelatina de revestimento do filme, ao absorverem as soluções, sofrem entumescimento e amolecem, ficando suscetíveis a danos mecânicos. A ação dos endurecedores é, então, importante para aumentar a resistência das camadas tornando-as capazes de suportar a manipulação. Um dos agentes mais usados para esta finalidade costuma ser o alúmen de potássio.

Além dessas, várias outras substâncias são incluídas normalmente nas soluções fixadoras, visando a obtenção dos resultados mais eficientes.

MAMÓGRAFO

EXPOSIÇÃO

Cristal Fotossensível do Filme

RAIOS X

Camada de Emulsão do Filme Camada Emissora do Ecran

CRISTAL FLUORESCENTE Luz Visível Emitida pelo Cristal do Ecran

AÇÃO DO REVELADOR

AGLOMERADO DE PRATA FORMANDO UM PONTO DE IMAGEM

CRISTAL NÃO EXPOSTO NÚCLEO DE

IMAGEM LATENTE

Anderson F. Lacerda – Tecnólogo em radiologia

3) A LAVAGEM

A lavagem com água corrente está incluída no processamento radiográfico com a finalidade de remover reagentes e sais dissolvidos acumulados nas camadas de emulsão, nos tratamentos anteriores, cuja permanência nela, pode afetar adversamente a estabilidade e aspecto da imagem final.

Em particular, a principal função da lavagem é a de remover restos de complexos solúveis formados na fixação.

Geralmente, a lavagem usando água corrente com temperatura de cerca de 20ºC, é a mais recomendada.

Uma lavagem mal feita pode não revelar de imediato seus efeitos negativos e até meses podem decorrer até se notar degradação das imagens.

Uma lavagem eficiente e adequada, portanto, tem destacada influência na estabilidade das imagens finais, particularmente no campo radiográfico, onde as chapas são, muitas vezes, usadas como documentos a preservar. 4) A SECAGEM

A secagem é feita por um fluxo de ar aquecido (55 – 65ºC) soprado sobre a superfície do filme e tem por finalidade remover a água remanescente.

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