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POLUENTES LIMITES

4. METODOLOGIA PARA ESTIMAÇÃO DE EMISSÕES VEICULARES

4.1 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE UM INVENTÁRIO

Inventário de emissões é contabilização da quantidade de poluentes emitidos na atmosfera. O desenvolvimento de um inventário de emissões para veículos automotores tem o objetivo de quantificar as emissões geradas pela frota veicular para um ou mais poluentes, em uma determinada área geográfica e dentro de um período de tempo determinado, normalmente um mês ou um ano específico.

A metodologia básica utilizada para estimar estas emissões consiste em multiplicar dados de atividades veicular por um fator de emissão adequado. Para os veículos automotores, os dados de atividades são representados pela quilometragem percorrida por veículo, que é a distancia total percorrida pelos veículos automotores dentro do domínio espacial do inventário; enquanto que os fatores de emissão se expressam em unidades de grama de poluentes emitidos por quilômetro percorrido. De maneira ideal, as estimações da quilometragem percorrida por veículo devem ser desenvolvidas diretamente a partir de dados locais tais como a quantificação da frota veicular em circulação, por combustível e ano de fabricação. Entretanto, em muitos casos, estes dados não estão disponíveis e surge a necessidade de estimar a atividade veicular com base em parâmetros alternativos, tais como as estatísticas do consumo regional de combustível. Os fatores de emissões devem ser estimados utilizando um modelo de fator de emissão que haja sido ajustado para as condições locais (WGA, 1997).

A Figura 4.1 mostra as etapas básicas do processo de desenvolvimento de um inventário de veículos automotores que circulam em estradas, conforme propõe WGA (1997). Este processo pode ser dividido em cinco passos chaves:

1. Coleta de dados de atividade veicular;

2. Coleta de dados específicos de área (dados de temperatura ambiente, composição do parque veicular, quilômetros acumulados por veículos);

3. Geração dos fatores de emissão utilizando um modelo de fator de emissão;

5. Implantação dos procedimentos de qualidade para finalizar as estimações do inventário.

Um inventário das emissões de veículos automotores para uma área urbana pode incluir centenas ou mesmo milhares de variáveis. A frota veicular é composta por uma combinação de veículos de todos os modelos e anos, e o nível dos controles de emissão instalados varia significativamente dentro do espectro que estão operando em um momento determinado. Cada veículo é conduzido de forma individual, a diferentes velocidades e cargas, em diversas condições de condução. Todos estes elementos podem ter impactos significativos sobre as características de emissão de um veículo, que se refletirão como grandes diferenças de emissões de veículos que de, outro modo, seriam similares (EEA, 2009; WGA, 1997).

Coletar Dados Específicos de Área DADOS ESPECÍFICOS DE ÁREA DADOS DE FATORES DE EMISSÕES PADRÃO Executar o Modelo do Fator de Emissão

Coletar Número Total de Veículos FATORES DE EMISSÃO NÚMERO TOTAL DE VEÍCULOS Calcular as estimativas de emissões ESTIMATIVAS DE EMISSÕES PRELIMINARES Executar procedimentos que assegurem a qualidade das estimativas ESTIMATIVAS DE EMISSÕES FINAIS Simbologia Etapas de ações RESULTADOS Coletar Dados da Atividade Veicular Local ATIVIDADE VEICULAR

Figura 4.1 – Desenvolvimento do inventário de emissões veiculares. Fonte: Adaptado de WGA (1997).

Para Gomes et al. (2005), os inventários de emissões são um instrumento indispensável para todos os estudos de poluição atmosférica, não só por fornecerem uma estimativa das principais fontes de poluição e quantidade de poluentes emitidos, como também por serem essenciais para eventuais estudos de modelação.

Em geral, os inventários de emissões agregam as estimativas em três tipos diferentes de fontes de emissão: fontes pontuais (instalações

industriais que, pela sua dimensão, pelo seu contributo para as emissões totais ou ainda pelo tipo de poluente emitido, justificam um tratamento individual), fontes em área (emissões difusas, com uma distribuição mais ou menos homogênea, podendo incluir fontes de pequena dimensão e/ou dificilmente identificáveis); e fontes em linha (de um modo geral associadas às fontes móveis, ou seja, o tráfego rodoviário, tráfego ferroviário, tráfego aéreo, etc.) (GOMES et al, 2005).

As emissões atmosféricas podem ter natureza diversa (pontuais, área ou linha) e, como tal, podem ser avaliadas de forma distinta. A Figura 4.2 apresenta duas metodologias comumente utilizadas para estimativas de emissões.

Figura 4.2 – Metodologias top-down e bottom-up.

Fonte: Adaptado de Baldasano e Power (1998). Tradução Livre.

A metodologia “top-down” faz a estimativa das emissões duma região ou unidade administrativa a partir das emissões calculadas para um nível de agregação superior (por exemplo, estados, regiões geográficas etc.). Estas emissões são distribuídas para um nível espacial inferior de acordo com determinados parâmetros de ponderação como a densidade de tráfego, densidade populacional, industrial, etc.; enquanto

BOTTOM-UP TOP-DOWN Dados de entrada de emissão: - combustível consumido; - fatores de emissão. Dados de entrada de atividades: - num. de veículos; - perfil dos veículos (modelo; potência); - velocidade média;

Dados de entrada de atividades:

- num. de veículos; - perfil dos veículos (modelo; potência); - velocidade; - comprimento da via. Dados de entrada de emissão: - combustível consumido; - fatores de emissão.

Comparação dos totais de combustíveis consumidos e das emissões

Pontos de ponderação: - fatores de emissão - num. total de quilômetros

Cálculo de incertezas (p.e. número total de quilômetros percorridos) Balanço de combustível Cálculo de incertezas (p.e. contagens de tráfego em vias secundárias)

que a metodologia “bottom-up” consiste em, partindo de dados de base, estimar a emissão total de um determinado poluente numa região ou unidade administrativa associado a uma determinada atividade.

De acordo com Gomes et al. (2005), para o cálculo das emissões provenientes das fontes pontuais e das fontes em área aconselha-se a aplicação de uma metodologia do tipo top-down, enquanto que para emissões provenientes das fontes em linha deve-se aplicar uma metodologia do tipo bottom-up.

4.2 METODOLOGIA BÁSICA PARA ESTIMAÇÃO DE EMISSÕES

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